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Setor de hotelaria aposta em novo ciclo de turismo pós-COP, em Belém

Os empreendimentos esperam atrair novos perfis de visitantes

Madson Sousa / Especial para O Liberal
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Com a realização da 30° Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) em Belém, o setor hoteleiro viveu um dos períodos de maior movimentação de sua história. A preparação para receber chefes de Estado, delegações internacionais, pesquisadores, jornalistas e visitantes do mundo todo impulsionou uma onda de investimentos inédita na capital paraense  e agora, com o encerramento do evento, a expectativa é transformar esse impulso em crescimento permanente para o turismo local.

Durante os últimos meses, a rede hoteleira passou por uma expansão estrutural. Foram reformados hotéis tradicionais, criados novos empreendimentos e abertos leitos temporários para atender à demanda extraordinária da conferência. Segundo dados do Ministério do Turismo, Belém recebeu mais de R$ 170 milhões em investimentos, principalmente do Novo Fundo Geral do Turismo (Fungetur), destinados à qualificação e ampliação da infraestrutura turística. A taxa média de ocupação, que antes flutuava entre 50% e 60%, chegou a 95% durante a COP, marcando um recorde histórico.

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Agora, os empresários do setor trabalham com uma expectativa clara: as melhorias realizadas não devem se limitar ao período da conferência, mas sim impulsionar um novo ciclo do turismo na cidade. Hotéis, pousadas e hostels apostam que a visibilidade global alcançada por Belém e a qualificação dos serviços serão decisivas para atrair visitantes ao longo de todo o ano.

“A inclusão do Combu como uma nova opção de turismo com a inauguração da rota Combu vai trazer aos poucos pessoas que amam a natureza e querem ter uma experiência real sobre o que é a Amazônia. Porém creio que ainda sim será um processo lento, a depender de como o governo vai trabalhar com esse ponto. Uma das atrações que eu já percebo e que vai continuar a atrair turistas de todos os cantos, são os grandes eventos, com exemplo do show Guns N' Roses”, conta o empresário Fábio Hipólito. 

O empresário explica que durante a COP o seu hotel chegou a 95% de ocupação e agora esse números já caíram para menos de 30%. Ele acredita que é importante investir em mais divulgação da cidade como rota turística para que o setor siga aquecido em outras épocas do ano. “Foi muito positivo e estimulante para continuar atuando nessa área, mas sem os atrativos já citados e o trabalho com a mídia, vamos ter uma cidade que pode ter seu turismo esfriado e voltar a ser apenas uma capital dormitório.”

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), Tony Santiago, também acredita que é fundamental aproveitar toda visibilidade que Belém recebe para investir em mais publicidade e criar novas rotas turísticas. 

“O fluxo de turismo de lazer ainda é muito baixo. Esperamos que com a visibilidade que a cidade obteve com a COP, isso mude. Agora teremos novos equipamentos hoteleiros e isso é importante numa cidade, onde todos terão estratégias para atrair clientes. Hoje o nosso maior problema são as tarifas aéreas. Muitas vezes são impraticáveis.”

Além do público religioso que tradicionalmente lota os hotéis no Círio de Nazaré, os empreendimentos esperam atrair novos perfis de visitantes, especialmente turistas internacionais interessados em temas como Amazônia, sustentabilidade e cultura regional. A cidade também deve fortalecer o turismo de negócios e eventos, impulsionado pela experiência de sediar uma conferência de grande porte e pela capacidade ampliada do Centro de Convenções, que passa a ser atrativo para fóruns científicos, feiras setoriais e congressos temáticos.

“Os sete novos equipamentos hoteleiros, todos os hotéis repaginados, o faturamento ficou na média do esperado”, conta Tony Santiago que espera que o setor siga fortalecido. 

Outro foco é o turismo de experiências: passeios pelas ilhas, gastronomia amazônica, visitas guiadas a comunidades tradicionais e atividades de ecoturismo, que tendem a ganhar força com a nova visibilidade da região.

“A COP 30 foi positiva não apenas para todas as hotelarias, mas para toda cidade e todos que que trabalham com hospitalidade envolvendo as plataformas digitais como Booking e AirBnB. Só não ganhou dinheiro quem não investiu nisso ou procurou alguém com experiência para atuar em seu imóvel”, comenta o empresário Fábio Hipólito.

A expectativa geral é positiva: a hotelaria acredita que o legado da COP 30, infraestrutura, capacitação e exposição internacional, será determinante para garantir movimento mais equilibrado durante todo o ano. Se essas projeções se confirmarem, Belém poderá iniciar uma nova fase no turismo, menos dependente da sazonalidade e mais integrada ao circuito nacional e internacional de viagens.

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