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Criação e desenvolvimento de games têm se popularizado no Pará

Mercado ainda não está tão avançado quanto o nacional, mas, com um cenário mais favorável, há estímulo na contratação de profissionais e criação de projetos de jogos localmente

Elisa Vaz

O mercado de games já existe no Brasil há algumas décadas. Se antes boa parte dos jogos que fazem parte da rotina local era consumida de outros países, no entanto, agora há uma tendência cada vez mais favorável para o surgimento de jogos desenvolvidos nacionalmente – até no Norte do país. De acordo com relatório da External Development Summit, o Brasil tem o maior mercado de games da América Latina e é um dos principais personagens mundiais no desenvolvimento de jogos.

Isso tem ocorrido a partir dos avanços proporcionados pela tecnologia, que criaram uma demanda para a criação de jogos e, com isso, incentivam a geração de emprego e renda neste segmento dentro do país. Até 2026, a expectativa é de que a receita do setor em território nacional seja duplicada, como aponta o relatório sobre entretenimento e mídia da PwC 2022-2026, chegando a US$ 316 milhões.

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Outras atuações que também têm ganhado destaque são as de artistas gráficos, tanto 2D quanto 3D, e as de artistas de som. “Na área de games, é muito raro ter um artista que trabalhe exclusivamente com games. Geralmente, eles vêm da publicidade ou de estúdios de produção musical. Então, quando entram, percebem que precisam aprender mais sobre sincronia, dublagem e efeitos sonoros, itens essenciais para um jogo de qualidade”, ressalta o especialista. Elinaldo ainda cita as áreas de design de games, de produtores e de analistas de qualidade.

Independente de qual curso escolher, o profissional que quer seguir na área de games deve focar em adquirir experiência e alcançar conhecimentos por meio dos estudos. “Ter um curso de graduação pode não ser um diferencial se você não tiver um bom portfólio. Mas, o conhecimento técnico é sempre bem-vindo na hora da entrevista”, orienta. Segundo o especialista em games, o candidato à vaga deve investir seu tempo de estudos, dependendo da área de desenvolvimento, em cursos especializados e certificações.

Já o diretor executivo da Ludus Studio, Italo Freitas, diz que as principais funções de destaque hoje são de programador, artista 3D e engenheiro de som. “Existe um mito em volta da função de game designer – muitas pessoas entram na área sem compreender bem a função em si. Antes, é preciso ter um bom conhecimento dessas três funções citadas para ter habilidade comunicativa com as diversas áreas que envolvem a produção de jogos”, indica ele.

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Rayara explica que não existe uma matéria específica de jogos na faculdade de design, apenas disciplinas correlacionadas, como interface e comunicação visual, ambas utilizadas na hora da criação. O principal objetivo do jogo era levar para a interface virtual parte da realidade de Belém, por isso os personagens são parecidos com figuras da vida real, como um estudante, um trabalhador e um fã do estilo musical k-pop. Além disso, o cenário também tem características locais, como o trajeto pela principal via da capital, a Nazaré, por onde passa o Círio, e as mangueiras, animais na rua e até buracos nas calçadas.

“A maior importância é que conseguimos atingir o que nos propusemos a fazer, que era criar um jogo com características que gerassem identificação com o público daqui, mas que pessoas de fora tivessem um contato até lúdico com o que conhecemos. Pessoas de outros Estados e até de Portugal entraram em contato para baixar o jogo. É gratificante ver que atingiu tanta gente”, comemora Rayara. Embora o jogo ainda esteja na fase “beta”, que é mais simples, o grupo já tem tentado disponibilizar o game em lojas virtuais para celulares. Agora a versão será a alfa, com mais funções e cenários.

Futuramente, a ideia é criar outros projetos de jogos, com a mesma equipe do TCC. Rayara diz que espera fazer disso uma profissão e que pretende cursar uma especialização, sem descartar sair de Belém para isso, mas priorizando cursos online.

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