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Contratação de jovens aprendizes em 2022 é 10% maior que no ano anterior no Pará, diz Dieese

Estado é o que mais teve vaga preenchidas na modalidade entre as unidades que compõem a região Norte

Camila Azevedo

O mercado de trabalho paraense já tem sinais de melhora nos índices após os prejuízos vindos dos dois anos mais intensos da pandemia da covid-19. Dessa vez, o resultado positivo alcançou os jovens aprendizes: um levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Pará, nesta quarta-feira (22), mostrou que 10.453 contratos nesta modalidade foram efetivados de janeiro a dezembro de 2022 no estado, 10% a mais do que o registrado em 2021.

Jovem aprendiz diz respeito a pessoas que tenham entre 14 e 24 anos. Todas as empresas, de médio ou grande porte, são obrigadas por lei a disponibilizar um mínimo de 5% e um máximo de 15% do quadro de funcionários referentes a esse formato. No Pará, 50,4% dos contratos firmados na categoria são com mulheres e os setores que mais empregaram em 2022 foram o de serviços, somando 2.603 contratações, e o de comércio, com 3.218. Além disso, o estado é o que mais preencheu as vagas disponíveis de toda a região Norte.

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Aumento nas contratações pode estar relacionado com campanhas de conscientização

O trabalho desenvolvido por diversos órgão públicos, como a Superintendência Regional do Trabalho, de conscientização sobre a necessidade da modalidade, pode estar relacionado ao aumento no número das contratações. A afirmação é de Edivaldo Meireles, gestor de um curso destinado a jovens aprendizes. Para ele, as campanhas são fundamentais. “Pela conscientização, os empresários estão contratando, porque esses jovens estão em formação em várias vertentes, estão na escola formal, fazem um curso com carga horária de nível técnico e estão pondo em prática o que aprendem no curso nas empresas”, diz.

A contratação de jovens aprendizes traz benefícios tanto para a pessoa, que ganha experiência no primeiro emprego, quanto à empresa. “Para as empresas, têm a redução da carga tributária. No FGTS, somente 2%. Elas recebem o jovem com muita vontade de trabalhar e sem vícios, praticando sua responsabilidade social. A lei traz grandes benefícios para todos nós, hoje muitos jovens querem uma oportunidade e a lei oferta essa ocasião, tanto para os empresários, que terão uma mão de obra qualificada, como a sociedade, que recebe este ganho no desenvolvimento da mesma.”, destaca Edivaldo.

Necessidade financeira foi fator para jovem procurar modalidade

Eduarda Lopes, de 20 anos, faz parte dos que conseguiram uma colocação dentro do mercado de trabalho por meio do jovem aprendiz. Desde julho de 2022, ela divide a rotina entre a loja no shopping em que foi contratada e o curso que precisa fazer duas vezes por semana. “Uma amiga da minha mãe me indicou. Ela conhecia a gerente da loja que estava procurando um aprendiz. Fui fazer a entrevista e fui chamada. É a minha primeira experiência, primeiro emprego de carteira”, explica.

Os aprendizados que Eduarda tem adquirido ao longo dos sete meses de trabalho são a parte que ela mais tem gostado de todo o processo. “Está sendo muito bom, porque eu nunca trabalhei antes, então, como é aprendiz, tenho aprendido muitas coisas e faço de tudo na empresa. As meninas com quem trabalho são bem acolhedoras, me ensinam de tudo um pouco. No curso, também, é muito legal. A gente aprende muita coisa. O que eu mais gosto é de comunicar, lidar com várias pessoas diferentes”, completa.

A necessidade de ajudar com as contas de casa e ser um apoio a mais à família foram determinantes para que Eduarda optasse pela oportunidade de começar como jovem aprendiz. Agora, o foco é ser efetivada na empresa. “Em casa, sou só eu, minha mãe e minha irmã. Era só minha mãe que trabalhava para sustentar a gente e precisava de mais uma renda. Agora, eu pretendo primeiro ser efetivada e, depois, pagar uma faculdade. Mas ainda estou pensando sobre o curso que quero fazer”, finaliza Eduarda.

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