Custo cesta básica em novembro volta a subir na capital paraense após meses de queda
Belém é uma três capitais brasileiras a registrar alta no preço da cesta básica em novembro
Belém foi uma das três capitais brasileiras a registrar aumento no custo da cesta básica em novembro, em relação a outubro, contrariando a tendência nacional de queda observada em 24 das 27 cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) nesta terça-feira (9), em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mesmo sendo um aumento pequeno, a alta de 0,28% marca o fim de cinco meses seguidos de queda no custo da cesta básica em Belém
De acordo com o Dieese/PA, o valor da cesta composta por 12 itens essenciais passou de R$ 664,31 em outubro para R$ 666,15 em novembro. Com esse aumento, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu 47,44% da renda — considerando o piso nacional de R$ 1.518 — somente para garantir a alimentação básica da família. Para isso, foi necessário dedicar cerca de 96 horas e 32 minutos das 220 horas mensais estabelecidas em lei.
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A alta registrada no mês foi impulsionada principalmente pelo preço da carne, que subiu de R$ 40,42 para R$ 41,73, um avanço de 3,24%. Outros produtos que também ficaram mais caros foram o óleo de soja (de R$ 9,32 para R$ 9,60; +3,00%), o leite (de R$ 7,80 para R$ 7,92; +1,54%), a banana (de R$ 10,18 para R$ 10,27; +0,88%), a manteiga (de R$ 62,45 para R$ 62,55; +0,16%) e o café, que variou de R$ 69,87 para R$ 69,89, leve alta de 0,03%.
Em sentido contrário, seis itens registraram redução. As maiores quedas foram observadas no açúcar, que passou de R$ 4,09 para R$ 3,91 (–4,40%); no tomate, de R$ 7,93 para R$ 7,62 (–3,91%); e no arroz, de R$ 4,81 para R$ 4,70 (–2,29%). Também recuaram os preços da farinha (de R$ 10,97 para R$ 10,79; –1,64%), do feijão (de R$ 5,37 para R$ 5,30; –1,30%) e do pão, que variou de R$ 16,72 para R$ 16,67 (–0,30%).
Belém contraria cenário nacional
Enquanto Belém apresentou leve avanço, 24 capitais registraram queda no valor da cesta básica. As reduções mais expressivas ocorreram em Macapá (-5,28%), Porto Alegre (-4,10%) e Maceió (-3,51%). Apenas Rio Branco (0,77%), Campo Grande (0,29%) e Belém (0,28%) tiveram elevação no mês, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Com o resultado, Belém ocupa a 15ª posição no ranking nacional de maior custo, ficando abaixo de capitais como São Paulo (R$ 841,23), Florianópolis (R$ 800,68) e Cuiabá (R$ 789,98), que registraram os valores mais altos de novembro.
Alta acumulada no ano é discreta
Entre janeiro e novembro de 2025, o custo da cesta básica em Belém acumula alta de 0,05%. No período, três produtos tiveram as maiores elevações: café (de R$ 50,02 para R$ 69,89; +39,72%), pão (de R$ 15,77 para R$ 16,67; +5,71%) e carne bovina (de R$ 40,63 para R$ 41,73; +2,71%).
Na outra ponta, itens essenciais apresentaram quedas expressivas desde o início do ano. O arroz caiu de R$ 7,36 para R$ 4,70 (–36,14%), o açúcar recuou de R$ 5,68 para R$ 3,91 (–31,16%) e o feijão passou de R$ 6,10 para R$ 5,30 (–13,11%).
No acumulado dos últimos 12 meses, a cesta básica em Belém registra alta de 0,47%, puxada principalmente pelo café, que avançou 45% no período, seguido pelo óleo de soja (+11,89%) e pela carne (+6,70%).
Salário mínimo
Com base nas cestas mais caras do país, o Dieese calculou que o salário mínimo necessário para garantir as despesas básicas de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.067,18 em novembro — o equivalente a 4,66 vezes o valor do piso nacional.
Em média, nas capitais pesquisadas, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu 48,41% da renda líquida para comprar os alimentos básicos, proporção menor do que a de outubro (49,29%).
Em Belém, apesar da alta modesta em novembro, a cidade segue com um dos menores custos relativos entre as capitais do Norte, ainda assim sentindo os efeitos do encarecimento de itens essenciais, especialmente a carne, que foi o item de maior impacto no mês.
Itens que subiram em novembro:
• Carne: +3,24%
• Óleo de soja: +3%
• Leite: +1,54%
• Banana: +0,88%
• Manteiga: +0,16%
• Café: +0,03%
Itens que ficaram mais baratos:
• Açúcar: –4,40%
• Tomate: –3,91%
• Arroz: –2,29%
• Farinha de mandioca: –1,64%
• Feijão: –1,30%
• Pão: –0,30%
Acumulado de janeiro a novembro (2025):
Maiores altas no período:
• Café: +39,72%
• Pão: +5,71%
• Carne bovina: +2,71%
Maiores quedas no período:
• Arroz: –36,14%
• Açúcar: –31,16%
• Feijão: –13,11%
*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia
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