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Pará: Cai número de endividados em outubro, mas percentual chega a 61,4%

Quanto aos inadimplentes, que têm contas em atraso, taxa chega a 40,5%, sendo que quase um terço não terá condições de pagar

Elisa Vaz
fonte

Seis em cada dez paraenses estão endividados em outubro, ou seja, têm contas futuras e parceladas para pagar, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela Federação do Comércio do Pará (Fecomércio-PA). O percentual chegou a 61,4% neste mês, contra os 64,3% registrados pelo órgão no mês passado - uma queda de 2,9 pontos percentuais.

Do total, a maioria (32,4%) está mais ou menos endividada, enquanto 24,2% da população está pouco endividada e 4,7% muito endividada. Dentre as famílias paraenses, 24,8% estão inadimplentes, o que quer dizer que têm contas atrasadas. Em setembro, o índice ficou em 26,4%, então houve retração de 1,6 ponto percentual.

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Para o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Pará e Amapá (Corecon-PA/AP) Sérgio Melo, o efeito principal no ambiente macroeconômico está ligado à perda do poder de compra da população por conta da inflação, especialmente de alimentos, e do aumento da taxa de juros, o que eleva o preço do crédito, tornando mais provável a inadimplência. "A população se vê tendo que escolher pagar dívidas ou comprar bens essenciais e, com menos renda, a opção pela inadimplência aumenta", explica.

Ele ainda diz que esses problemas tiveram origem, em grande parte, no ambiente internacional, com os efeitos da guerra na Ucrânia, o que desestabilizou diversas cadeias produtivas, encarecendo custos de produção ou diminuindo a oferta, causando inflação generalizada. Mas, a retomada de programas de transferência de renda e a diminuição dos preços dos combustíveis são fatores que aliviam esse efeito no curto prazo, avalia Sérgio.

Cartão de crédito é vilão

Ainda de acordo com a Peic, da Fecomércio, a principal dívida dos paraenses em outubro é com o cartão de crédito, representando 83% das pessoas que estão nessas condições, sendo que, um mês atrás, a taxa era de 81,9%. Em seguida, neste mês, aparecem os carnês (24%), financiamento de carro (13,2%), crédito consignado (12,9%), crédito pessoal (10%), cheque especial (4,3%), financiamento de casa (2,1%), outras dívidas (0,6%) e cheque pré-datado (0,5%).

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É essencial elaborar e seguir um planejamento financeiro familiar, com orçamento mensal que defina prioridades, segundo Sérgio. Além disso, ele afirma que é importante, no uso do cartão de crédito, evitar pagar o valor mínimo ou parcelar o saldo devedor do cartão, pois essa é a porta de entrada para a “bola de neve” do cartão de crédito; não fazer compras sem planejamento e por impulso; não emprestar o cartão para pessoas que poderão entrar em inadimplência; abster-se de usar muitos cartões de crédito de forma desorganizada; e não usar o cartão como renda extra, pois ele é um meio de pagamento a crédito, ou seja, não é renda extra.

"É possível sair da inadimplência seguindo alguns passos fundamentais. Ao entrar em um processo de inadimplência, é preciso ter tranquilidade e buscar opções que possam eliminar o endividamento e não o aumentar. Alguns passos são importantes nesse caso são: utilizar caderno, planilhas ou aplicativos de celular e fazer um levantamento da renda mensal, compromissos de pagamento e do quanto está inadimplente, listando quais são os credores; e buscar aprender sobre educação financeira", ressalta.

Além disso, Sérgio indica que os inadimplentes elaborem um planejamento com as etapas para sair da inadimplência; busquem formas de renda extra para quitar as dívidas; reduzam gastos para buscar um saldo e quitar as dívidas; e, se possível, troquem a dívida do cartão de crédito, que tem juros altíssimos, por outra com juros menores. Nesse caso, um empréstimo consignado pode ser uma das melhores opções por ter juros menores, na opinião do economista.

Endividamento e inadimplência no Pará em outubro

Famílias endividadas: 253.949 (61,4%)

Nível de endividamento

  • Muito endividado: 4,7%
  • Mais ou menos endividado: 32,4%
  • Pouco endividado: 24,2%
  • Não tem dívidas desse tipo: 38,6%

Tipo de dívida

  • Cartão de crédito: 83%
  • Cheque especial: 4,3%
  • Cheque pré-datado: 0,5%
  • Crédito consignado: 12,9%
  • Crédito pessoal: 10%
  • Carnês: 24%
  • Financiamento de carro: 13,2%
  • Financiamento de casa: 2,1%
  • Outras dívidas: 0,6%

Famílias inadimplentes: 102.822 (40,5%)

Condições de pagamento

  • Sim, totalmente: 27,8%
  • Sim, em parte: 45,3%
  • Não terá condições de pagar: 26,9%

Tempo de pagamento em atraso

  • Até 30 dias: 25,8%
  • De 30 a 90 dias: 32,8%
  • Acima de 90 dias: 40,7%
  • Não sabe / não respondeu: 0,7%
  • Tempo médio em dias: 60,6

Fonte: Fecomércio-PA

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