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Arroz e farinha ficam mais caros em Belém, mas feijão tem queda

Mesmo com redução, no entanto, pesquisas do Dieese aponta que o preço do feijão subiu mais de 20% em 2022

Elisa Vaz
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Alimentos da cesta básica e que fazem parte do consumo diário das famílias, o arroz e a farinha ficaram mais caros em Belém no mês passado, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento mostra que o primeiro produto teve alta de 1,5% em setembro, na comparação com agosto, passando da média de R$ 5,19 para R$ 5,27 nos supermercados. No acumulado do ano, a alta foi de 5,8%, e o preço subiu oito vezes nesse intervalo. Nos últimos doze meses, o item ficou 4,3% mais caro, já que, em setembro de 2021, o arroz custava, em média, R$ 5,05. A pesquisa considera os tipos 1 e 2 e o parboilizado.

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O reajuste observado pelo Dieese no preço da farinha de mandioca foi ainda maior em setembro, de 3,2%, passando de R$ 7,29 no mês anterior para R$ 7,53. Como no nono mês de 2021 o preço médio do alimento era R$ 7,19, a alta em um ano ficou em 4,7%. No acumulado entre janeiro e setembro, foi de 4,1%. Com o percentual positivo registrado no mês passado, esta já é a sétima vez consecutiva que a farinha de mandioca fica mais cara nos supermercados e feiras de Belém.

Segundo os pesquisadores do Dieese, o Pará continua sendo um dos maiores produtores da maniva, que é um dos principais ingredientes na fabricação da farinha, mas, nos últimos anos, o quilo do produto ficou "muito caro". "As causas desses aumentos no preço da farinha e de outros produtos básicos da mesa dos paraenses são muitas e passam por uma série de fatores estruturais dentro da cadeia produtiva até a comercialização. A maior quantidade da farinha de mandioca consumida na Grande Belém vem de municípios próximos da capital, como Castanhal, Capanema e Bonito, entretanto, mais da metade da produção é ainda artesanal", explica o órgão.

Por outro lado, o feijão, também parte da cesta básica dos trabalhadores, teve uma queda pelo segundo mês consecutivo. Como passou de, em média, R$ 8,34 em agosto para R$ 7,89 em setembro, a redução foi de 5,4%. Mas, na comparação com o mesmo período do ano passado, o cenário é de alta superior a 15% - em setembro de 2021, o alimento custava uma média de R$ 6,84. Apenas em 2022, o preço do feijão subiu 20,2%, entre janeiro e setembro, segundo o Dieese, que considera o carioquinha, jalo e o cavalo, pesquisados em supermercados da capital paraense.

Vendas

Gerente de mercearia em um supermercado de Belém, Wanderley Cardoso afirma que a farinha realmente teve alta recentemente, mas, pelo menos na empresa onde ele trabalha, o arroz e o feijão estão mais baratos. O problema, segundo ele, é que há uma instabilidade, não por culpa do supermercado, mas que vem desde a produção: toda semana o preço muda para cima ou para baixo. Enquanto a reportagem estava no local, por exemplo, o gerente estava colocando novas etiquetas com preços menores no arroz.

"Fica oscilando. Tem semana que é mais barato e semana que é mais caro. Não sabemos o motivo para isso, mas é uma tendência que fique mudando por enquanto, porque a gente trabalha com fornecedores, se eles baixam o preço, a gente baixa por causa da concorrência", comenta Wanderley. Essas oscilações, de acordo com ele, chegam a atrapalhar as vendas, porque acontece de o consumidor ir ao supermercado em um dia e ver um preço, e depois ir no outro e já estar mais caro. "Tem essa reclamação, mas no fim eles acabam levando", diz.

Quanto à farinha, na opinião do trabalhador, o motivo pelo qual os preços têm ficado elevados são as secas. "Acho que, devido a esse clima, o plantio da mandioca está sofrendo uma baixa, na verdade. Os fornecedores falaram que talvez continue alto o preço da farinha", adianta.

Consumidores

A professora aposentada Zinia Valente, de 72 anos, estava fazendo compras para ela e a mãe e notou preços mais baixos no supermercado. Ela conta que alguns meses atrás comprava o quilo do feijão por uma média de R$ 8, e agora já encontra de R$ 6 ou R$ 7, dependendo da marca. "Baixou um pouco, graças a Deus. Acho que senti de uns dois meses pra cá, agora peguei um quilo por R$ 6,15, normalmente compro apenas duas marcas", afirma. Com a queda de preços, ela não passou a comprar mais quantidade em sua ida mensal ao supermercado, mas comemora que, no caixa, a conta saia mais barata.

Também aposentada, Socorro Marques, de 58 anos, é outra consumidora que sentiu a queda de preços. "Eu acho que baixou, senti o contrário da pesquisa. O feijão estava custando R$ 7, hoje comprei por R$ 5 e pouco. Mesmo sendo uma redução pequena, muda, impacta o orçamento. Consumimos muito arroz e feijão em casa porque somos quatro pessoas. Acho que nos próximos meses o preço deve ficar oscilando", opina. Sobre a farinha, Socorro diz que prefere comprar na feira por ser mais barato e ter uma qualidade melhor.

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