Vídeo-manifesto exibido no show de Anitta foi criado por paraense; conheça

O Artista Matheus Almeida assina produção que uniu Amazônia e Rio de Janeiro no palco do Global Citizen Amazônia, em Belém

Enderson Oliveira

Os rios representam o movimento da vida — um fluxo constante entre nascimento e despedida, partida e retorno, origem e destino. São caminhos que ligam pessoas, memórias e territórios, atravessando cidades e florestas com a mesma força silenciosa que molda o tempo. Neles, a água espelha o céu e reflete a alma, tornando-se metáfora do autoconhecimento e da travessia interior.

Fluindo sem cessar, ensinam sobre transformação e continuidade: tudo muda, mas tudo permanece em movimento. Atento a esse simbolismo, o artista, editor e diretor audiovisual paraense Matheus Almeida, do Festival Psica, assinou a gravação e a edição do vídeo-manifesto apresentado por Anitta no palco do Global Citizen Amazônia, no Mangueirão, em Belém. O vídeo tem narração de Dona Onete e produção musical do Léo Chermont.

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A obra propôs, em takes rápidos e precisos, a união entre os rios da capital paraense e o Rio de Janeiro, destacando a força estética e criativa das periferias que se conectam para afirmar — e reafirmar — seu lugar no cenário cultural brasileiro.

“Ser convidado pra esse trabalho foi uma honra enorme. Criar um vídeo-manifesto já é, por si só, um grande desafio — e fazer isso junto de artistas que admiro, para uma artista como a Anitta, foi incrível. Trabalhamos com muitas imagens de arquivo, tanto minhas quanto de outros artistas daqui, como o Altar Sonoro, além de uma diária de gravação em Belém. Juntamos tudo isso pra construir o que eu costumo chamar de um ‘megazord amazônico’ — um grande corpo coletivo que deu vida a esse vídeo. Agradeço muito à Nídia Aranha e à Marina Beltrame pelo convite e pela parceria”, afirma Matheus.

image Matheus Almeida assina produção que uniu Amazônia e Rio de Janeiro no palco do Global Citizen Amazônia, em Belém. (Foto: Rudá de Melo)

Com cerca de 1min30 de duração, o vídeo emociona e impacta ao traduzir visualmente a potência dos rios e de suas margens — o encontro entre as paisagens urbanas e ribeirinhas que formam a Amazônia contemporânea. A obra com Anitta reforça a missão de Matheus: unir o som da periferia ao espetáculo global, elevando o fazer amazônico aos grandes palcos do mundo. Ele explica: “A equipe é 100% paraense — texto de Roma Rio, com participação de Nídia Aranha, direção de arte de Akha Rubi, produção de Tayana Pinheiro, direção de fotografia de Thiago Pelaes e figurino de Romário e Pietra Pojo. A gente entende que esse formato de filme é uma criação coletiva, feita de vivências amazônicas, urbanas e poéticas — e é justamente essa soma que torna tudo tão emocionante.”

Equipe 100% paraense

A trajetória de Matheus reflete essa articulação entre territórios e linguagens, da periferia ao pop mainstream. Há quase uma década no audiovisual, ele já dirigiu o emocionante curta “Cura” (2020), sobre racismo, o videoclipe “Brega Night Dance Clube” (Luísa e os Alquimistas feat. Keila) — indicado ao m-v-f Awards — e o poético “Bença” (2023), além de diversos vídeos-manifestos para o Festival Psica.

Formado em Publicidade, também codirigiu “Olhares do Norte: Pará”, vencedor na categoria Artes do Festival Curta! Documentários, em parceria com Adrianna Oliveira, Thiago Pelaes e Fernando Segtowick. “Desde 2021, a gente vem desenvolvendo esse tipo de vídeo dentro do Psica, como uma provocação coletiva. Nos últimos sete anos, exploramos a estética de uma Amazônia urbana, com todas as suas camadas e contradições. De lá pra cá, toda edição do festival traz um vídeo-manifesto — e é muito bonito ver essa linguagem ganhando novos espaços e públicos”, conclui o artista.

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