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Quinteto Caxangá leva o chorinho a quatro municípios do Pará

As apresentações vão iniciar neste domingo (21) em Vigia, a partir das 19h

O Liberal
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O Quinteto Caxangá, de Belém, inicia no próximo domingo (21), um programa de apresentações no interior do Pará, chamado “Circulação Transamazônica”. Será uma entrega de eventos musicais previstos no projeto premiado pelo edital da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) gerido pela Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).

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Nas apresentações em quatro municípios, será executado o repertório do EP “Transamazônica”, lançado em abril deste ano. A turnê começa em Vigia, no domingo (21), a partir das 19h, no Museu da cidade. E na segunda-feira (22), acontecerá uma oficina com “roda de choro” aberta para musicistas locais e o público, a partir das 15h.

Depois, o grupo seguirá para Quatipuru, na Região Bragantina; São Sebastião da Boa Vista e Soure, na Ilha do Marajó. “A escolha dessas localidades se deu por conta das conexões do grupo com os agentes culturais e a produção musical que encontramos nesses locais”, diz Camila Alves, integrante do Quinteto Caxangá.

Ela acrescenta que, em Vigia, a conexão é com as bandas da cidade, berço de músicos de sopro. “Temos uma ligação com a cidade em virtude de o clarinetista do grupo, João Marcos Palheta de Souza, ser natural de Vigia, onde iniciou a carreira, na Banda Maestro Vale. João é um representante do legado da música sinfônica de Vigia, onde a comunidade já conta com nove bandas musicais”, acrescenta Camila, musicista que toca violão de sete cordas no Caxangá.

O projeto contempla também oficina, em cada localidade: será “um momento de interação técnica com os músicos e estudantes locais, para troca de saberes e experiências de criação musical”, diz Sara Souza, violinista do grupo. Em Quatipuru, ela terá oportunidade de interagir com músicos rabequeiros, tradicionais integrantes da Marujada.

Em Soure, o foco do Caxangá será o carimbó. “O Marajó é outra região cuja musicalidade é preservada por instrumentistas criativos, que precisam ser incentivados”, acrescenta a violinista.

TRANSAMAZÔNICA

O Quinteto Caxangá lançou o EP “Transamazônica” em abril deste ano. O título do EP nasceu do nome popular da Rodovia Federal BR-230, obra do governo militar cujo projeto era interligar as regiões Nordeste e Norte. A Transamazônica inicia na cidade de Cabedelo (Paraíba) e, tomando o rumo do oeste, entra no Estado do Pará. A obra nunca foi concluída.

As quatro faixas do EP são uma viagem pelos fluxos migratórios históricos de nordestinos para a Amazônia – questão que surge por meio da fusão musical das regiões amazônica e nordestina. “O EP tem uma forte narrativa de muitas faces musicais que convergem entre si, conversam, e se proliferam em sonoridades com fortes identidades, revelando uma relação cultural que permeia tantos problemas sociais que, sem dúvida, agravaram-se com a rodovia”, explica Camila Alves, justificando o título do EP.

O grupo Quinteto Caxangá utiliza elementos da música nordestina que historicamente influenciaram a música nortista, em meio a fluxos migratórios intensos desde o período da colonização, sobretudo nos períodos de exploração da borracha. Foi do Nordeste que veio a mão de obra para a produção do látex; os nordestinos, então chamados “soldados da borracha”, atraídos para a região em busca de melhores condições vida, o que não aconteceu. Com eles vieram elementos culturais fortes, como a música.

O álbum “Transamazônica” é composto de quatro faixas. Com arranjo de João Marcos Palheta, o trabalho contempla uma obra de dois compositores paraenses emblemáticos da música popular: Sebastião Tapajós e Antônio Carlos Maranhão, autores de “Navio Gaiola” – um marabaixo.

O EP tem ainda “Lundu Barroco” – composição de Sara Moraes, e de seu pai, Luiz Pardal; “Baião Gostoso”, de João Marcos Palheta (clarinete) e Camila Alves (violão). E a música de boi “Transamazônica”, obra também de autoria de João Marcos Palheta, Camila Alves e Igor Melo, com participação de Ronaldo Silva (Arraial do Pavulagem).

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