Potência da mulher paraense estará presente no Rock in Rio

Para a edição 2022, o Pará e o Norte estarão juntos nas novas sensações do festival

Bruna Dias
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O Norte poderá ser “tocado”, “ouvido” e “sentido” no Rock in Rio 2022. Com a voz pulsante e potente da cantora paraense Liège e a sensibilidade da artista santarena Priscila Tapajoara, teremos essas mulheres mostrando o além do Pará.

Com uma voz potente e importante, Liège canta a Amazônia e a mulher. “A emoção de estar no Rock in Rio é gigantesca. Acho que todo artista brasileiro sonha com esse momento, de alguma maneira, seja como público, seja como parte integrante da equipe do próprio festival, trabalhando lá... como eu te disse nós temos muito profissionais lá e estamos produzindo muita tecnologia e muita mão de obra competente pra todas as áreas da cultura e que fomentam o festival, e pra mim, particularmente como artista, que sonho em algum dia estar no palco com o meu show, já é um grande momento poder estar com a minha música sendo trilha de um projeto enorme, lindíssimo, colaborativamente com outros artistas que eu admiro muito, sobretudo falando por nós. Nós que estamos contando sobre a nossa própria história”, contou.

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Liège faz do seu canto uma arte precisa, combinando letras e sons que mostram luta e emoção. Ela encontrou na música uma forma de transbordar o seu interior. “Eu acho que a importância desses versos é poder falar do nosso contexto atual, como nortista, como artista do Norte, existindo, como fazedores da cultura, não só na música, mas também mostrando nossa pluralidade de cores, de sotaques... enfim, a importância desses versos é mostrar o quanto a gente é diverso, que é importante nosso trabalho, e o quanto ele tá ativo e existe no hoje. É tirar essa caricatura da frente de que na Amazônia só tem floresta e é tudo muito rústico, quando ainda se tem aquela imagem dos livros de história. Mas a gente não é só isso, a gente continua e a gente tá resistindo há muitos e muitos anos”, disse a cantora.

image Liège irá se apresentar pela primeira apresentação no RIR. (Divulgação)

A indígena Priscila Tapajoara, do baixo rio Tapajós, tem a missão de produzir o conteúdo imersivo disponível no Portal Natura, da cidade do rock. Ela faz questão de destacar que a Amazônia não é só floresta, e é através dessa vivência e ancestralidade que a santarena vai contribuir no RIR. No projeto de Priscila, iremos encontrar referências bem familiares da artista.

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“A participação da minha vó e da minha prima foi muito para trazer essa herança ancestral. Esse fortalecimento das mulheres amazônidas. De mostrar minha avó que é uma mulher que cresceu tendo essa relação com a floresta e que me ensinou muito sobre essa minha relação, esse respeito que hoje eu tenho com a floresta, que me foi muito ensinado pelas minhas avós. Trazer ela me traz não só para mim mas também para o vídeo e para as outras pessoas, essa importância da gente se conectar com nossos ancestrais da gente respeitar os mais velhos, dos conhecimentos que os mais velhos têm e também de trazer essa jovem, a minha prima, para mostrar que a gente precisa passar também para os mais jovens a importância dessa conexão com floresta, dessa conexão clube mais velhos. Dessa juventude saber da importância que a floresta tem para humanidade, de ter esse cuidado, dessa luta em defesa das florestas, para manter a floresta viva né”, explicou a indígena.

“A potência da Amazônia e do Pará é muito além dessa visão estereotipada de que as pessoas têm sobre o que é Amazônia, o que é ser amazonida, o que é o Pará, o que é ser paraense. As pessoas acham que é só floresta e não veem essa diversidade cultural que a nossa região tem. A Amazônia, não só o Pará, mas a Amazônia todo em si têm uma diversidade cultural riquíssima, na culinária, na dança, nas músicas, nos cantos populares, na fotografia, no cinema, na pintura, tem uma diversidade artística, tem muitos artistas no Pará que são incríveis. Fora as populações tradicionais, tem a galera que está na cidade, está nas periferias, então é importante mostrar toda essa potência. Eu acho que chegou a hora de, nós povos da Amazônia, nós artistas da Amazonia, precisamos ocupar outros espaços na ter essa visibilidade ou grandes marcas, como a Natura que tá dando essa oportunidade para gente, mas também outras marcas dando essa oportunidade para que nós povos da Amazônia possamos falar e mostrar a nossa realidade sobre os povos, sobre Amazônia, sobre o Pará”, acrescentou Priscila.

image Priscila Tapajoara está na criação do Portal Natura. (Divulgação)

Mas de que forma o RIR vai transmitir tanta representatividade? Além da NAVE, o Portal Natura, espaço cocriado pela santarena, promove uma experiência sinestésica sobre a Amazônia em diversas dimensões, com imagens, cheiros, sons e toques. “Ele estará localizado próximo ao Palco Mundo. Queremos provocar um arrebatamento dos sentidos, colocando as pessoas em conexão com a natureza e com a Amazônia de uma forma surpreendente, moderna e sensorial. A nossa intenção é que as pessoas saiam tocadas pela mensagem de que somos todos uma natureza só”, disse Maria Paula Fonseca, diretora global da marca Natura.

VÍDEO

O Rock in Rio vai lançar até a data do festival uma série de produtos audivisuais. Nesta segunda-feira (15), o primeiro curta documental foi liberado nas redes sociais oficiais do festival.

O documentário "Noites Amazônicas" tem participação de Ca Britto, Leona Vingativa, Keila Gentil, Maderito, entre outros. As imagens mergulham nos segredos da vida noturna de cidades do Pará. Com duração de vinte minutos, o curta documental tem direção de André dos Santos e Arthur Arias.

Está produção chega junto a outras quatro produções audiovisuais com objetivos, formatos e linguagens diferentes, que serão publicadas nas redes sociais do evento. Estes conteúdos fazem parte do projeto NAVE, co-criação entre Rock in Rio e Natura que vestiu o Rio de Janeiro com projeções mapeadas que provocaram reflexões sobre a região amazônica em seu lançamento.
 

 

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