Música amazônica, brasilidade e artistas globais marcam os 20 anos do Festival Se Rasgum
Evento realizado hoje terá dois palcos, DJs, ativações culturais e mais de dez horas de programação no Porto Futuro

O Festival Se Rasgum chega à sua 20ª edição neste sábado (6), a partir das 16h, no Porto Futuro, bairro do Reduto, no centro da capital paraense. Com mais de dez horas de programação, a festa contará com dois palcos, DJs, ativações culturais e shows que representam a diversidade musical do Brasil e do mundo. Os ingressos estão à venda no site oficial do evento.
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A celebração acontece poucos dias após a Câmara Municipal de Belém aprovar, por unanimidade, o projeto de lei da vereadora Marinor Brito (PSOL), que reconhece o festival como Patrimônio Cultural e Imaterial da cidade. Criado em 2005, o evento se consolidou como um dos principais encontros independentes do país, destacando a pluralidade artística e a produção musical amazônica.
Fernanda Abreu celebra três décadas de carreira
Segundo os organizadores, esta edição será histórica. Com um line-up diverso, uma das atrações mais aguardadas é a cantora carioca Fernanda Abreu, que retorna ao Pará após alguns anos, com um repertório que reúne três décadas de sucessos.
Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, ela destacou que o público pode esperar uma verdadeira viagem musical que passa por faixas como “Rio 40 Graus”, “A Noite”, “Veneno da Lata”, “Kátia Flávia, a Godiva de Irajá”, entre outras. “Minha expectativa é grande! Sei que Belém gosta de dançar e de inovar musicalmente. Vou levar o sabor carioca para a pista do festival”, disse a artista.
Fernanda ressaltou ainda a importância da diversidade musical que o ‘Se Rasgum’ representa. Para ela, festivais que abraçam esse conceito reforçam a riqueza da música brasileira, que considera a mais completa em termos rítmicos, melódicos, harmônicos e poéticos. “O Brasil é o país mais rico musicalmente tanto em termos rítmicos, como harmônicos, melódicos e na sua poesia e letras”, afirmou.
A artista também celebra, neste mês de setembro, os 30 anos do álbum “Da Lata”, reconhecido pela revista Billboard como o melhor disco latino-americano de 1995. O marco será registrado com um projeto que inclui documentário, livro, vinil e faixa remix. “Está sendo incrível revisitar esse trabalho, que foi inovador dentro da minha trajetória e da música dançante brasileira. É a afirmação da linguagem Pop-Samba-Funk urbana”, disse Fernanda Abreu.
Além dela, o festival reúne atrações nacionais e internacionais. O pernambucano Otto apresenta a turnê comemorativa de 15 anos do álbum “Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos”, inspirado na obra ‘A Metamorfose’, de Franz Kafka. O disco traz canções marcantes como “Crua”, “Janaína”, “6 Minutos”, além de releituras de clássicos como “Naquela Mesa” e “Lágrimas Negras”.
Novas vozes e encontros no palco
A cantora Julia Mestre, integrante do grupo Bala Desejo, traz à capital paraense a turnê de seu terceiro disco solo, “Maravilhosamente Bem”, lançado em maio. No palco, ela promete um ritual pop com referências que vão de Rita Lee e Donna Summer a Marina Lima e Sade.
Outra participação especial é da banda paulistana The Mönic, que se apresenta ao lado da cantora paraense Keila Gentil, vocalista da Gang do Eletro. A união traz ao público uma mistura entre o grunge, o new metal e a sonoridade amazônica.
Também se apresentam no evento as Suraras do Tapajós, primeiro grupo indígena e feminino de carimbó, que terá como convidada a cantora paraense Lia Sophia. O line-up inclui ainda nomes como Crizin da Z.O., que apresenta seu terceiro álbum “Acelero”; os brasilienses do Móveis Coloniais de Acaju, que voltam ao festival após uma década; a funkeira Valesca Popozuda, vencedora do prêmio de “Melhor Artista de Funk” no Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira; e a banda Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, destaque da cena independente paulista.
Entre as atrações internacionais, a banda escocesa Teenage Fanclub marca presença com sua primeira apresentação na região Norte. O grupo traz repertório que vai desde os anos 1990 até o álbum mais recente, “Nothing Lasts Forever” (2023). A banda curitibana terraplana também se apresenta com o disco “natural” (2024), que passeia por diferentes vertentes do rock alternativo.
Conferência ALMA
Antes do festival começar oficialmente, a cidade ficou movimentada após sediar a Conferência ALMA (Amazônia Legal Música e Arte), realizada de 3 a 5 de setembro, na Estação das Docas e no Sesc Ver-o-Peso. O evento gratuito fez parte das comemorações dos 20 anos do Se Rasgum e discutiu temas ligados à sustentabilidade, economia criativa e mercado musical na região amazônica, em sintonia com a preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) 30, que acontecerá em novembro em Belém.
A programação contou com palestras, workshops, showcases e shows especiais, reunindo nomes como Maria Marighella, presidenta da Funarte; a ambientalista Nice Tupinambá; além de representantes do mercado musical nacional e internacional.
SERVIÇO
Festival Se Rasgum - 20 anos
Data: sábado, 6 de setembro;
Horário: a partir das 16h;
Local: Porto Futuro, localizado na Travessa Quintino Bocaiúva, 200, no bairro do Reduto, em Belém;
Os ingressos estão sendo vendidos on-line.
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