Morre Marcelo VIP, um dos 'maiores golpistas' do país, aos 49 anos
Paranaense ficou conhecido por golpes nacionais e inspirou livros, filmes e documentários; morte foi causada por cirrose hepática
Morreu aos 49 anos, em Joinville, Santa Catarina, o paranaense Marcelo Nascimento Rocha, conhecido em todo o país como Marcelo VIP, apontado como um dos maiores golpistas do Brasil. A morte, registrada na última terça-feira (9/12), ocorreu em decorrência de cirrose hepática, segundo informou o advogado Nilton Ribeiro, responsável por atendê-lo. A prefeitura da cidade confirmou o óbito.
Natural de Maringá, no norte do Paraná, Marcelo ganhou notoriedade nacional ao longo dos anos 2000 após aplicar golpes de grande repercussão. Um dos casos mais conhecidos aconteceu em 2001, durante o Recifolia, em Recife (PE), quando ele se passou por filho de um dos fundadores da companhia aérea Gol Linhas Aéreas e chegou a conceder entrevista ao apresentador Amaury Jr.
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Trajetória marcada por golpes e prisões
Marcelo VIP acumulou uma série de falsificações, estelionatos e fraudes ao longo da vida, o que resultou em condenações que somaram 34 anos de prisão por crimes como estelionato, falsidade ideológica e roubo de avião.
Ele foi preso várias vezes, incluindo uma detenção em 2018, quando ex-presidiários que usavam atestados falsos para progressão de regime foram alvo de operação no Mato Grosso.
Parte de sua história foi contada na biografia lançada em 2005, na qual relatou que começou a aplicar golpes aos 14 anos. No livro, disse ter trabalhado como piloto do narcotráfico aos 18 anos e descreveu que as mentiras se acumulavam paralelamente ao trabalho.
A mãe dele afirmou, na mesma obra, que a família “perdeu o controle” sobre Marcelo após a mudança para Curitiba, quando ele tinha oito anos.
De personagem real a figura retratada no cinema
A vida do golpista inspirou o documentário “VIPs – Histórias Reais de um Mentiroso”, lançado em 2010, e o filme de ficção “VIPs”, de 2011, estrelado pelo ator Wagner Moura.
Na época das gravações do longa, ele cumpria pena na Penitenciária Central do Estado de Mato Grosso, em Cuiabá. Em 2014, passou ao regime domiciliar, mas voltou a ser detido quatro anos depois, acusado de forjar documentos para obter progressão de regime.
Nos últimos anos, Marcelo dedicava-se a trabalhos como escritor e palestrante, atividades que conciliava com passagens temporárias por diferentes cidades do país. No momento da morte, estava em Joinville para uma temporada de trabalho, embora residisse em Curitiba.
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