Festribal é maior do que Festival de Parintins? Saiba mais sobre o evento em Juruti, no Pará
O 30º Festival das Tribos Indígenas de Juruti ocorre do dia 31 de julho a 3 de agosto, no Pará. A celebração paraense estabelece ligação com o Festival de Parintins, no Amazonas.

Enquanto o Amazonas é marcado pela disputa entre os bois Garantido e Caprichoso no Festival de Parintins, o Pará destaca o duelo artístico entre as tribos Munduruku e Muirapinima no Festribal, o Festival das Tribos Indígenas de Juruti.
O festejo conta com apoio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e realiza sua 30ª edição do dia 31 de julho a 3 de agosto, no Tribódromo (Centro Cultural de Juruti). Para muitos fãs deste tipo de disputa, Juruti é a "base" de Parintinsm sendo até mais importante. Para outros, ambos são fundamentais, mesmo diferentes, cada um ao seu modo.
A "disputa" entre os festivais ocorre também pela relação entre Pará e Amazonas. Quer entender melhor? Saiba mais sobre a celebração paraense abaixo e veja a relação da cidade com o Festival de Parintins a seguir!
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Realizado desde 1995, Em 2008, o Festribal foi declarado Patrimônio Cultural do Pará, por meio da Lei Estadual Nº 7.112. Após três anos, a celebração tornou-se Patrimônio Cultural do Município de Juruti, com a Lei Municipal Nº 1.010/2011. O Festival das Tribos Indígenas de Juruti é originado do Festival Folclórico de Juruti e tem como base a lenda de início do povo Muirapinima, proveniente dos Mundurukus.
A história conta que um curumim (palavra advinda do tupi “kunumim”, que significa “menino”) nasceu na aldeia Munduruku, mas com traços diferentes do restante do povo: pele clara e cabelos avermelhados. A família do menino rebelou-se contra o cacique e buscou refúgio às margens do lago Juruti-Velho, junto a alguns indígenas. Lá, havia um bosque com muirapinimas, árvores de madeira de lei utilizadas para fabricar móveis. Como forma de homenagear a planta, o povo aderiu seu nome e se tornou inimigo do grupo ao qual pertencia anteriormente.
O Festribal é uma celebração anual, sempre datado no último final de semana de julho ou no primeiro de agosto. No oeste do Pará, a disputa ocorre desde 1995. Enquanto os Muirapinimas usam as cores vermelho e azul, os Mundurukus se adornam de vermelho e amarelo.
No Festival Folclórico de Juruti, com cordões de pássaros, quadrilhas, boi-bumbá e carimbó, a dança “Tribo Munduruku” surgiu em 1993. Com coreografia indígena, no ano seguinte nasceu o grupo “Tribo Muirapinima”. Há 29 anos, Muirapinimas e Mundurukus exaltam a cultura tradicional por meio de rituais, músicas, alegorias e danças.
Juruti está no limite do estado do Pará, bem próxima ao Amazonas - especialmente ao município de Parintins. Assim, relações entre as cidades são estabelecidas e se manifestam de diversas formas. No festival dos bois Garantido e Caprichoso, três jurutienses são peças fundamentais: Marciele Albuquerque, Sebastião Jr e Patrick Araújo.
Os três, nascidos em Juruti, são itens de avaliação no Festival de Parintins. Marciele é Cunhã-Poranga do Boi Caprichoso e mora em Manaus há 13 anos. Indígena do povo Munduruku, a jovem se destaca nas apresentações do boi azulado.
Sebastião e Patrick são parentes - e rivais. Levantadores de Toadas, eles são tio e sobrinho, mas a ligação familiar não impede a disputa. Sebastião Jr é item do Boi Garantido e secretário de Cultura, Desporto e Turismo de Juruti, e Patrick Araújo faz parte do Boi Caprichoso.
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(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão da coordenadora de Oliberal.com, Heloá Canali)
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