Exposição 'Paisagens em Suspensão' estreia no mês de outubro, em Belém

Mostra reúne 50 obras de artistas como Emmanuel Nassar e Adriana Varejão, às vésperas da COP 30 na Amazônia.

Gustavo Vilhena*
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Um conjunto de 50 obras de arte selecionadas de dois acervos museológicos vai compor a exposição Paisagens em Suspensão, que chega a Belém no dia 9 de outubro. A mostra propõe um olhar crítico sobre diferentes formas de representar, tensionar e imaginar as paisagens brasileiras — naturais, humanas, simbólicas e políticas.

Entre os artistas que integram a seleção estão Emmanuel Nassar, Frans Krajcberg, Maria Martins, Farnese de Andrade, Xadalu Tupã Jekupé, Djanira, Adriana Varejão, entre outros.

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Mostra reflete urgências ambientais e sociais

O evento acontece às vésperas da COP 30 na Amazônia e sugere um estado de espera, transformação e fragilidade. Mais do que exibir obras, a exposição busca promover a arte como campo sensível para imaginar formas conscientes e generosas de habitar o mundo.

As pinturas, esculturas, gravuras, fotografias e instalações passaram pela curadoria de Daniela Matera Lins e Daniel Barretto. A proposta é que as obras dialoguem entre si, abordando temas como:

  • devastação dos territórios;
  • expropriação dos corpos;
  • memória da terra;
  • colapso climático;
  • potência de futuros ancestrais.

Núcleos curatoriais estruturam a exposição

A mostra foi organizada em cinco núcleos curatoriais, partindo da ideia de que a paisagem não é apenas uma representação da natureza, mas uma construção histórica, sensível e política, em constante disputa.

No núcleo O Corpo da Arte, estão reunidas obras que exploram a materialidade e a presença física da arte como organismo vivo, em diálogo com tempo, técnica e suporte. Entre os trabalhos expostos estão:

  • Composição abstrata (1967), de Frans Krajcberg;
  • Sem título (2018), de Marcia Thompson;
  • Estudo de nuvens, de Vítor Meireles;
  • O avô (1987-1995), de Farnese de Andrade.

Já o núcleo Paisagem, utopia, distopia confronta visões idealizadas de uma natureza bucólica com a distopia da exploração ambiental e social. Entre os destaques estão:

  • Vista de um mato virgem que se está reduzindo a carvão (c. 1843), de Félix Émile Taunay;
  • Grilo Solar nº 2, de Paulo Nenflídio;
  • Sem título (1998-2002), de Daniel Senise;
  • A Derrubada (c. 1897), de Pedro Weingartner.

Em Faz de Todos Nós “Índios”?, articula arte e denúncia ao evidenciar os paralelos entre processos coloniais e a atual destruição dos ecossistemas e das culturas originárias. Entre as obras estão:

  • Mineiros de carvão, Santa Catarina (1974), de Djanira;
  • Amazônia (2022), de Ricardo Ribenboim;
  • Café (1935), de Candido Portinari;
  • Ruina de charque, s/d, de Adriana Varejão.

Enquanto Imaginar o Porvir, propõe pensar o futuro não como invenção do novo, mas como escuta do que foi silenciado. O núcleo apresenta obras como:

  • Ivy Tenondé (2022), de Xadalu Tupã Jekupé;
  • Consertando a rede (1947), de Raimundo Cela;
  • Rupestre (1998), de Siron Franco;
  • Composição (1940), de Maria Martins.

Aprender a Viver com os Vivos, afirma o direito à vida em sua forma mais ampla, como direito à diversidade, à dignidade, ao afeto e aos sonhos. Entre os trabalhos estão:

  • Carnaval de Subúrbio (1962), de Di Cavalcanti;
  • Sem título (1999), de Leonilson;
  • Capitães de Areia, Ilha de Itaparica (2008), de Andrea Fiamenghi;
  • Praça XV de Novembro (1966), de Heitor dos Prazeres;
  • Sobre nácar, de Anna Bella Geiger.

Serviço

Paisagens em Suspensão
Abertura: 9 de outubro, às 11h
Visitação: até 18 de janeiro de 2026
Local: CAIXA Cultural Belém – avenida Marechal Hermes, s/n, Armazém 6, Porto Futuro II, Umarizal, Belém (PA)
Dias/Horários:terça a domingo, das 11h às 22h
Entrada gratuita

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