Conheça a história de amor de Érika Hilton, 1ª mulher trans eleita a deputada federal em SP

Erika Hilton, mulher trans vereadora e eleita como deputada federal de São Paulo, com mais de 256 mil votos, enfrentou muitos traumas e decepções amorosas antes de se apaixonar pelo atual namorado. Em entrevista ao podcast “Existe Amor”, a ativista falou sobre a descoberta do amor ao lado do ator Gabriel Lodi, de 34 anos, com quem vive desde 2018.

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Após ter vivido episódios de sofrimento emocional, o que a tornou uma pessoa fechada para novos relacionamentos, Erika conheceu o ator, durante a 2ª Caminhada do Orgulho Trans, em São Paulo. Mesmo com inúmeras diferença, a conexão entre o casal surgiu por meio da vivência como pessoa transgênero.

Segundo Erika, não foi exatamente amor à primeira vista, mas desde que avistou o ator pela primeira vez, ela o achou diferente e, em meio a multidão em volta, sentiu vontade de conhecê-lo melhor.

“Eu não estava na marcha procurando romance, nem amor. Não estava procurando nada, na verdade. Estava livre na minha vida, fervendo, arrasando, brilhando. E, de repente, vi ele e falei: 'Ah que menino interessante, bonito, gostoso. Quero conversar com ele. Quero encontrar com ele.”

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Com o interesse no rapaz, a vereadora decidiu procurar as redes sociais e mandar mensagem para ele. Assim que Gabriel respondeu, os dois começaram a se conhecer melhor e, desde o carnaval daquele ano, deram início à relação que dura até hoje. “Eu era mestre de cerimônia do bloco Love Fest. Aí chamei o Gabriel para ir comigo, dei uma pulseirinha para ele. Eu cheguei atrasada e encontrei com ele no trio. E daí em diante foi isso. Nunca mais a gente se separou”, disse.

Em sua vivência como mulher trans, Erika enfrentou muitos momentos que transformaram sua vida, mudando seu pensamento no âmbito amoroso. Na adolescência, a ativista foi expulsa de casa e sofreu tendo que viver na prostituição para conseguir se manter.

“Vivi da prostituição a minha adolescência inteira e na prostituição a gente tem um grande vácuo sentimental. As pessoas trans, travestis, se transformam em objeto sexual, uma grande coisa que não deve receber afeto. Foram decepções, medos, abusos sexuais, emocionais, psíquicos, físicos.”

Erika contou que adquiriu um bloqueio emocional, segundo ela, uma “casca”, que, aos poucos, foi sendo quebrado durante o relacionamento com Gabriel Lodi, pois o ator demonstrava interesse em construir uma relação mais profunda, em ter um futuro ao lado da namorada.

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“A gente percebeu que seria mais fácil viver junto e que daria certo. A gente tem uma convivência muito saudável, muito boa. Acho que a insistência do Gabriel em dizer que seria diferente, em mostrar que ele tinha uma disposição diferente de tudo aquilo que eu já havia experimentado, isso foi o ponto-chave para eu me abrir mesmo. A casca foi perfurada”, falou.

(*Juliana Maia, estagiária sob supervisão da editora web de OLiberal.com, Ana Carolina Matos)