Belém se prepara para o Global Citizen Festival com música e ativismo pela Amazônia
Grandes personalidades se apresentam de forma voluntária, apoiando a campanha Proteja a Amazônia. O festival busca engajar a população em ações concretas de preservação e apoio às comunidades da região, com ingressos gratuitos para os moradores do Pará
Na próxima semana, Belém vai viver a energia e os debates que o Global Citizen Festival: Amazônia expressa. No dia 1º de novembro, o Estádio Mangueirão recebe personalidades mundiais, nacionais e regionais para o encerramento da campanha Proteja a Amazônia, lançada há um ano. Até agora, a campanha já garantiu mais de US$ 345 milhões em compromissos, incluindo: US$ 135 milhões da Everland, US$ 100 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento, US$ 26 milhões do Jaguar Rivers Initiative, US$ 20 milhões de uma coalizão de organizações como Rainforest Trust, Andes Amazon Fund, Art Into Acres, Liz Claiborne Foundation e Re:wild, e US$ 10 milhões da Thistlerock Mead Company. O Suriname se comprometeu a aprovar a Lei de Gestão Sustentável da Natureza e a preservar 90% de sua cobertura florestal — cerca de 15 milhões de hectares.
“As expectativas estão grandes. A gente já vem atuando no Brasil e na região de Belém, já atuamos no Rio de Janeiro há algum tempo. Então, já temos um histórico de eventos e ações digitais pela campanha Proteja a Amazônia”, explica Pamella Ciocchi, gerente de Parcerias e Campanhas da Global Citizen no Brasil.
Unindo ativismo e música, o Global Citizen Festival na Amazônia trará para Belém nomes consagrados da cena cultural, como Gilberto Gil, Eric Terena, Kaê Guajajara, Djuena Tikuna, Anitta, Gaby Amarantos, Seu Jorge, Chris Martin (Coldplay), Regina Casé, Mel Fronckowiak, Hugo Gloss, Isabelle Nogueira, Rodrigo Santoro, Estêvão Ciavatta, Alane Dias, entre outros.
De acordo com Pamella Ciocchi, a inclusão de vozes locais da Amazônia e a seleção de artistas voluntários buscam equilibrar talentos locais, nacionais e globais, priorizando aqueles envolvidos com a causa.
“Esse evento é um chamado, um momento em que aproveitamos a parte cultural, a emoção que a música traz e a influência dos artistas que estão no nosso festival, que irão de forma voluntária. A gente não paga, então eles também são envolvidos com a causa e ajudam a influenciar para que mais pessoas possam se conectar com a causa ambiental”, acrescenta a gerente.
O festival é um chamado para conscientizar a população sobre as ações ambientais, principalmente por meio da influência de vozes artísticas. Vale lembrar que o engajamento começa muito antes do evento, com a fase de obtenção dos ingressos, que são gratuitos e exclusivos para moradores do Pará.
Através da plataforma Global Citizen, é possível realizar ações de ativismo, como assinar petições, fazer quizzes e compartilhar conteúdo nas redes sociais. Também é possível participar ao enviar uma mensagem de WhatsApp para +55 (11) 4040-7099, solicitando ações para acabar com o desmatamento, acelerar a transição justa para energias renováveis e apoiar comunidades na linha de frente dos impactos climáticos.
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“Para as pessoas que não têm acesso à internet, temos algumas parcerias que nos apoiam na redistribuição de ingressos, com organizações locais e com o Governo do Pará, como Usinas da Paz e Mídia Indígena”, explica Pamella Ciocchi.
Com o Global Citizen, as campanhas voltadas para a Amazônia já mobilizaram milhões, resultando em compromissos com a floresta, impactando ações e as comunidades que nela vivem.
“Na prática, os recursos estão sendo aplicados na proteção e restauração de ecossistemas, fortalecimento de meios de subsistência sustentáveis para a população local, iniciativas que incluem negócios comunitários e povos indígenas, reflorestamento e alternativas de renda, como açaí e ecoturismo. Também há investimento na capacitação e proteção de direitos territoriais, para que as comunidades tenham mais autonomia sobre o uso sustentável da floresta”, pontua a gerente.
Todas essas ações são necessárias para que quem usufrui desse ambiente amazônico possa efetivamente viver nesses espaços de forma sustentável, para que, quando os recursos chegarem, ocorra uma melhor absorção econômica e cultural. Por conta disso, existe também a importância de ouvir os povos originários e a comunidade local.
“Tivemos e ainda temos muito carinho com esse conhecimento, porque a Amazônia é muito diversa, com muitos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos. Por isso, contamos com o apoio de organizações como a COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e AMIGA (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade), entre várias outras, para conseguir ouvir as demandas, entender o trabalho e se conectar. Também tivemos algumas organizações que representam a Amazônia urbana”, disse Pamella Ciocchi.
Essas construções realizadas com as organizações deram ao Global Citizen o suporte para a realização de ações conjuntas ou baseadas nas demandas deles, dentro da campanha Proteja a Amazônia.
“A gente une a campanha com o Global Citizen Festival não só no evento, mas na construção em si, como na seleção de pessoas, de temas que serão discutidos, entrevistas com alguns desses representantes no dia do evento, momentos de palco, vídeos que serão passados, entre outros. Em vários momentos do evento, buscamos pontos para amplificar essas vozes e para que elas sejam vistas”, finaliza.
O Global Citizen Festival: Amazônia será transmitido em todo o Brasil exclusivamente pelos canais Globo, ao vivo no Multishow e no Globoplay (aberto para não-assinantes), com melhores momentos exibidos na TV Globo, permitindo que pessoas em todo o país possam assistir e agir em tempo real. Fora do Brasil, o festival será transmitido ao vivo globalmente no YouTube e no ViX, nos Estados Unidos, México e América Latina.
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