Câmara aprova urgência da Licença Menstrual remunerada e outras 7 leis para mulheres; veja
Entenda o que muda na CLT com a aprovação da urgência do PL 1249/22 que garante repouso por sintomas graves
A Câmara dos Deputados deu um passo crucial nesta segunda-feira (27) ao aprovar, em regime de urgência, o Projeto de Lei (PL) 1.249/22. Esta proposta visa garantir três dias consecutivos de licença remunerada mensal para mulheres que enfrentam sintomas graves associados à menstruação, um avanço significativo para a saúde e direitos das trabalhadoras no Brasil.
O texto, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), propõe a inclusão desta licença menstrual na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), alterando o artigo 473.
Por que a Licença Menstrual é necessária?
A justificativa do PL 1.249/22 destaca o impacto da menstruação dolorosa na rotina de trabalho. Embora a maioria das mulheres sinta desconfortos leves ou moderados (cólicas, indisposição, dor de cabeça), cerca de 15% enfrentam sintomas graves, como cólicas intensas e fortes dores abdominais, que chegam a prejudicar suas atividades diárias. O projeto busca oferecer amparo legal a esse grupo, reconhecendo a necessidade de repouso em casos de saúde mais críticos.
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Tramitação e próximos passos
A aprovação da urgência simplifica o processo na Câmara, permitindo que a matéria "pule" etapas em algumas comissões. Mesmo assim, o texto ainda será analisado em caráter conclusivo pelas Comissões de Defesa dos Direitos da Mulher; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ir à votação em plenário.
Outros projetos de lei aprovados em foco na mulher
Além da licença remunerada por menstruação, outros projetos importantes para a saúde e proteção das mulheres foram aprovados pela Câmara:
Combate ao Câncer de Mama:
- PL 5821/23 (Dep. Laura Carneiro): Obriga o governo federal a disponibilizar pelo menos um mamógrafo em todos os municípios com mais de 180 mil habitantes, ampliando o diagnóstico precoce do câncer de mama.
- PL 499/25: Garante a mamografia anual pelo SUS para mulheres a partir dos 40 anos de idade, reforçando a política de prevenção.
Saúde Materna e Parto:
- PL 2112/24 (Dep. Maria Arraes): Define diretrizes para o SUS com o objetivo de reduzir a mortalidade materna.
- PL 2768/25 (Dep. Enfermeira Rejane): Restringe o uso da episiotomia (corte cirúrgico no períneo durante o parto) apenas a casos de real necessidade clínica e devidamente registrados, visando humanizar o parto.
Violência Obstétrica e Povos Indígenas:
- PL 1527/25 (Dep. Célia Xakriabá): Cria normas para prevenir e combater a violência obstétrica contra mulheres indígenas, assegurando respeito às suas particularidades culturais e integridade.
Combate à Violência de Gênero:
- PL 4165/25 (Dep. Fernanda Melchionna): Propõe critérios para ampliar o monitoramento de agressores de mulheres, reforçando as políticas de proteção.
Símbolo na Votação
Em um gesto simbólico e relevante, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), cedeu a presidência da sessão à deputada Jack Rocha (PT-ES), coordenadora da bancada feminina, durante a votação de urgência, destacando o protagonismo das mulheres na tramitação desses temas.
(Riulen Ropan, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web de oliberal.com)
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