Artista e Prefeitura são alvos de operação após mural de R$ 400 mil ‘derreter’ em Roraima
Operação Aquarela cumpre mandados de busca contra Eduardo Kobra e prefeitura de Boa Vista. Obra ‘desmanchou’ menos de quatro meses depois de ter sido entregue

Uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Roraima e Polícia Civil, investiga fraude no contrato para a pintura de um mural assinado pelo artista brasileiro internacionalmente reconhecido Eduardo Kobra, na cidade de Boa Vista. Com 180 metros, o mural conta com a pintura de uma iguana gigante e custou R$ 400 mil aos cofres públicos. Porém, a obra "derreteu" menos de quatro meses depois de ter sido entregue. As informações são do G1 Roraima.
Denominada de “Aquarela”, a operação cumpriu mandados de buscas na casa do superintendente da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura (Fetec), Daniel Lima, responsável pelos contratos, na sede da Fetec, localizada no Teatro Municipal, e na casa do fiscal que atuou no processo de contratação. A Polícia Civil de São Paulo também deve cumprir um mandado de busca e apreensão contra o artista Eduardo Kobra na empresa dele na capital paulista.
O mural está localizado no Parque do Rio Branco, um dos pontos turísticos mais valorizados pela prefeitura. Em abril do ano passado, a pintura, que havia sido inaugurada no final de dezembro do ano anterior, já estava completamente deteriorada.
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Apesar de ser assinado por Eduardo Cobra, o mural não foi feito por ele, e sim por membros de sua equipe enviados à cidade.
No local, também há pinturas de artistas roraimenses, mas apenas a iguana idealizada por Kobra e reproduzida pela equipe dele ficou deteriorada ao ponto de desmanchar. Outros murais apresentam rachaduras.
Justificativas
Na ocasião, a prefeitura de Boa Vista apontou a exposição ao sol, o grande volume de chuvas na capital e a umidade no muro como possíveis fatores que poderiam ter feito a pintura desmanchar. Kobra também disse ao g1, em abril do ano passado, que não era “algo comum uma pintura derreter" e que essa era a primeira vez que algo assim acontecia com um trabalho dele.
Também era a primeira vez que ele trabalhava de forma remota. Relatando problemas pulmonares desenvolvidos pela intoxicação de tintas, o muralista explicou que estava evitando contato para não ser contaminado pelo coronavírus.
Na avaliação dele, fatores como excesso de sol e chuva, local de posicionamento e até a preparação do muro antes da pintura podem ter influenciado na deterioração do mural.
A pintura foi fechada com tapumes pela Prefeitura de Boa Vista em abril do ano passado, para restauração.
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