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Envelhecer com qualidade: veja os benefícios da atividade física ao ar livre para os idosos

Especialista destaca a importância de se exercitar em espaços com maior concentração de árvores

Dilson Pimentel

A prática regular de atividades físicas ao ar livre tem se mostrado uma importante aliada na saúde e na qualidade de vida de pessoas idosas. Além de contribuir para o fortalecimento muscular e para a prevenção de doenças crônicas, o hábito também estimula a socialização e melhora a disposição para as tarefas do dia a dia. Nesta quarta-feira  (1º), data em que se celebram o Dia Internacional das Pessoas Idosas e o Dia Nacional do Idoso, a reflexão sobre hábitos saudáveis se torna ainda mais relevante.

Luciléia Bentes, professora aposentada de 71 anos, pratica atividades físicas três vezes por semana ao ar livre. Ela contou que sempre se preocupa em adotar cuidados antes de iniciar os exercícios. “Eu tenho meu professor que me orienta. E, com essa idade, eu tenho cuidado com a alimentação, aquecimento. Tudo isso”, afirmou. Entre as atividades que mais aprecia, Luciléia destacou a corrida. “Eu amo a corrida, porque eu me curei do sedentarismo e também tinha problema de depressão, ansiedade. Hoje em dia não existe mais nada”, disse. A professora aposentada já chegou a percorrer longas distâncias. “Ah, já fiz uma, sou ultramaratonista, já fiz 65 e atualmente só estou mantendo 10 km, porque eu vim de uma cirurgia nos olhos. Aí estou recuperando agora”, explicou.

Segundo ela, a sensação após a prática de atividade física é transformadora. “Bem ativa com mais disposição, mais alegria, mais disposta para o dia a dia, serviço de casa também, sair, mais animada”, contou. Para quem ainda é sedentário, Luciléia deixou uma mensagem: “O segredo é esse: sair cedo para poder ganhar o dia. Que saia da cama, que saia da rede, que saia de casa, que venha praticar o esporte, que faz muito bem para a saúde. O importante é se movimentar. Mas com responsabilidade também: tem que um médico para acompanhar”, afirmou.

A importância da atividade física também é destacada por Reginaldo Santos, pedreiro de 65 anos. Ele prefere praticar caminhadas logo no início do dia. “É bom, cedo, mais cedo, 6 horas, 6 e meia, 7 horas. Geralmente é uma caminhada. É uma caminhadinha rápida, básica”, disse, pouco depois das 7 horas desta terça-feira (3). “Já estou indo para casa porque eu tenho que trabalhar”, contou. Reginaldo explica que não faz exercícios mais pesados porque seu trabalho já exige bastante esforço físico. “A caminhada, porque eu sou pedreiro. Aí a gente trabalha também com pesado, não tem jeito. Aí a gente carrega massa, bate, senta tijolo”, disse.

Mesmo sem orientação médica formal, ele garantiu que os resultados são positivos. “Não gosto muito do negócio de médico. Venho, faço o meu exercício e depois vou embora. Aí eu já vou ‘tinindo’ para o serviço”, afirmou. Ele afirmou que não força o corpo durante os exercícios. “Vou no meu rtimo. Só no baile da valsa, devagarzinho a gente vai embora”, brincou.

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image Reginaldo Santos, pedreiro de 65 anos, contou que prefere praticar caminhadas logo no início do dia (Foto: Thiago Gomes/O Liberal)

"Melhora a saúde física, mental e espiritual", diz professora aposentada

Já Claudia Macedo, professora de língua portuguesa aposentada de 60 anos, adota uma rotina intensa de exercícios. Ela pratica atividades físicas ao ar livre praticamente todos os dias. “Três vezes academia, três vezes caminhada e uma vez por semana eu ainda associo pilates”, contou. Claudia se preocupa em manter acompanhamento profissional para cuidar da saúde. “Sim, eu procuro com a minha nutricionista e os professores, que dão as dicas. E também procuro ter, assim, informação com o meu traumatologista, que ele indica quais são os exercícios que eu preciso fazer devido aos problemas de articulação que já ocorrem nessa idade. E também com o cardiologista, que ele mesmo que indicou, ele disse: ‘não pare as suas caminhadas. No mínimo, três vezes por semana você tem que fazer, devido aos problemas de colesterol, triglicérides’. E, também, para a minha ansiedade, que é melhor do que uma psicoterapia”, afirmou.

Para Claudia, os benefícios são amplos. “No caso, é uma terapia para mim fazer atividade física, porque eu associo gostar e a necessidade de fazer. Melhora a saúde física, mental e espiritual. A gente vai também fazendo aquela reflexão no decorrer da caminhada, vai falando com as pessoas, vai vendo o problema das pessoas, vai se comunicando”, contou.

image Claudia Macedo, professora de língua portuguesa aposentada de 60 anos, adota uma rotina intensa de exercícios. Ela pratica atividades físicas ao ar livre praticamente todos os dias: "É uma terapia" (Foto: Thiago Gomes/O Liberal)

Orientações do especialista

O educador físico Nei Lima disse que a prática de atividade física ao ar livre em si já é uma indicação importante, principalmente quando esses espaços são arborizados e com pouco trânsito. Um conceito importante relacionada ao tema é o “exercício verde”, explicou. “Estudos têm mostrado que praticar atividade física em espaços com maior concentração de árvores gera benefícios a mais em aspectos psicológicos. Em termos de tipo de exercícios, caminhadas e, quando não há restrições e nem risco de quedas, pequenos trotes podem ser uma ótima opção”, disse.

Em espaços que possuem bancos, exercício de sentar e levantar nesses equipamentos podem acrescentar benefícios. Sentar e levantar, consecutivamente, durante 30 a 40 segundos, disse, é um estímulo benéficos para os músculos da pernas, que sofrem com diminuição da massa muscular ao longo do envelhecimento. “Realizar três vezes esse conjunto de repetições, com intervalos de 2 minutos, diariamente pode proporcionar ganhos de força consideráveis para as pessoas idosas. Espaços que permitam o ciclismo, o famoso ‘andar de bicicleta’, podem ser uma boa opção”, explicou Nei Lima.

As atividades mencionadas acima, acrescentou, são indicadas para quem deseja iniciar uma vida ativa e seguir uma rotina mais flexível ao seu cotidiano. Mas existem também possibilidades de atividades mais estruturadas. “Como exercícios funcionais, exercícios de alongamento e outras atividades que estimulem equilíbrio e coordenação motora. No entanto, cabe ressaltar que, neste segundo caso, é importante a orientação e supervisão de um profissional de educação física, para uma prática mais segura”, alertou.

O educador físico também comentou que os exercícios, quando não supervisionados, precisam ser evitados, pois geram risco de lesões e de sobrecargas cardiovasculares excessivas. “Não é recomendado realizar exercícios que são demonstrados no Instagram. Na maioria das vezes, são exercícios que não consideram as capacidades e habilidades dos indivíduos, principalmente as das pessoas idosas. Outros exercícios como saltos, calistênicos (que usam peso corporal em saltos e deslocamentos), que exijam ficar suspensos em barras , são exercícios que geram risco de lesões e quedas, e que costumam exigir alto nível de experiência.

Nei Lima disse que os horários de prática devem considerar o conforto térmico. Horários com temperaturas mais agradáveis devem ser priorizados. “Neste sentido, horários do início da manhã e do início da noite são uma boa pedida. Esse conforto térmico, além de favorecer um ambiente mais agradável, previne do risco de desidratação, que pode ser aumentado em ambientes quentes”, explicou

Cuidados

  • Sempre praticar atividades com roupas leves e calçados adequados. Isso envolve usar shorts, camisetas e tênis.
  • Faça uma boa alimentação. Jamais se exercitar com mais de 3 horas de intervelo entre refeições. Se exercitar sem se alimentar adequadamente, podem gerar quadros de hipoglicemia (baixar muito o açúcar do sangue), gerando o risco de queda. 
  • Manter-se sempre hidratados, antes, durante e depois dos exercícios 
  • Procure lugares seguros e movimentados;
  • Dar preferência para lugares iluminados e com pisos adequados (sem desníveis, sem buracos e antiderrapantes);
  • Sempre que possível, procure acompanhamento médico, para gerar segurança na sua prática.
  • Além de se tornar mais ativo, é importante combater o comportamento sedentário. Ou seja, evitar ficar sentado ou deitado mais do que 4 horas por dia, além do tempo de sono. Para a pessoa idosas, rotinas ricas de tarefas estimulam o físico e o cognitivo. E ter sempre uma boa noite de sono (7 a 8 horas)

Fonte: Educador físico Nei Lima

 

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