Distribuição de bolo e de 200 mudas marcam aniversário de 121 anos da praça Batista Campos, em Belém
Um dos principais cartões postais da cidade, praça é espaço de lazer e, também, de ganha pão para muitos trabalhadores

Um bolo de cupuaçu e a distribuição de 200 mudas marcaram o aniversário de 121 anos da praça Batista Campos, em Belém, na manhã desta sexta-feira (14). Classificada como a mais charmosa de Belém, segundo a Associação dos Amigos da Praça Batista Campos, ela é um dos principais cartões postais da cidade. Tombada em 1983 pelo Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural (Dphac) do Estado do Pará, a praça traz uma forte influência da arquitetura portuguesa do século XIX, período em que foi projetada.
Conhecida pelos coretos, intensa arborização, o “castelo central”, os lagos com pirarucus coloridos e as belas pontes, a Praça Batista Campos faz parte da vida de muitos belenenses. Para comemorar o aniversário da Praça Batista Campos - que foi eleita em 2005 a praça mais bonita do Brasil -, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Clima (Semma), distribuiu 200 mudas para a população. As mudas são das espécies Mini ixora vermelha, Ixora coccínea, Dracena fita amarela e Dracena sanderiana. A ação reforça o compromisso da gestão municipal em aumentar a arborização da cidade, como parte do projeto “Cidade Verde”.
O zootecnista Guilherme Minssen faz parte da Associação dos Amigos da Praça Batista Campos (AAPBC), que providenciou o bolo. “A Associação faz um trabalho de juntar, de unir, de comungar todos esses que aqui trabalham, que vivem e que usam essa praça de uma maneira ou de outra, de lazer ou de esportes”, disse. Ele afirmou que a praça é viva. “A praça tem vários atores, e tem muitas coisas para ser consertadas na parte física dela: o piso ainda é um problema. Mas nós temos uma praça viva, com seus peixes, com as suas árvores e, principalmente, uma comunidade que aqui habita. Todos se conhecem. Hoje foi uma festa memorável aqui: 121 anos da praça, e todos comemoram um logradouro mais bonito que nós temos aqui em Belém e que também é uma área de convivência”, afirmou. “Chamamos também todos da praça: o pessoal da limpeza, os da ginástica, os guardas, os barraqueiros, quem ia passando. O bolo era muito grande”, contou.
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A esteticista Bárbara Valentim, 29 anos, levou duas mudas para sua casa. “Achei lindo. Adoro plantas. Tenho várias em casa”, disse. Ela contou que sempre caminha na praça pela manhã. E destacou a importância de que todos cuidem da praça. “É um lugar tão bacana da cidade que dá para a galera passear e curtir. Então não custa nada a gente não jogar o lixo no chão”, contou.
O vendedor de coco Said Baleixo Trindade, 46, trabalha na praça há quase 37 anos. “Tudo o que eu tenho hoje é graças à praça. Até a minha esposa eu conheci na praça”, contou. Said destaca a beleza da praça, que é um espaço de lazer e também um ganha pão para os trabalhadores. Ele pede que o poder público tenha mais atenção com a praça. “É importante ter segurança, o cuidado com os brinquedos, para poder atrair as pessoas para a praça, que é um cartão postal no centro de Belém”, disse.
A Prefeitura de Belém informou que, desde o início da atual gestão, em janeiro deste ano, tem colocado em prática a megaoperação “Belém Limpa”, que, entre os vários espaços da cidade, abrange também as praças da capital. Em janeiro, a prefeitura, por meio da Secretaria de Zeladoria e Conservação Urbana de Belém, iniciou a entrega de mil novas lixeiras em diversas praças públicas da cidade, entre elas a Batista Campos.
Em relação à segurança, a Praça Batista Campos é prioridade para a Guarda Municipal de Belém (GMB). O espaço conta com um posto fixo, funcionando 24 horas por dia, com três guardas municipais por turno. Além disso, há três câmeras de 360 graus para monitoramento.
Desde 30 de janeiro, a GMB intensificou o patrulhamento em todas as praças de Belém, incluindo a Batista Campos. E, aos finais de semana, a segurança é reforçada durante os horários de maior movimento.
No século XIX, a Praça Batista Campos era conhecida como “Largo de Salvaterra”, pois era uma propriedade privada pertencente à europeia, Maria Manoela de Figueira e Salvaterra. Com a morte dela, o espaço se tornou uma praça pública, porém passou por várias denominações ao longo dos anos. Foi em 1897, durante o governo de Antônio Lemos, que o lugar passou a se chamar Batista Campos, uma homenagem a um dos principais personagens da Cabanagem. Nessa época, o local era um simples terreno de grande extensão. A praça foi reformada e em 1904 foi reinaugurada, passando a ser considerada uma das praças mais bonitas de Belém.
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