Dia Mundial da Bicicleta: segurança e sustentabilidade são temas recorrentes entre ciclistas
Segundo o Detran-PA, de janeiro a novembro de 2021, o número de acidentes envolvendo ciclistas chegou a quase 500 casos
O Dia Mundial da Bicicleta é celebrado nesta sexta-feira (3) e tem como objetivo lembrar a relevância do uso deste tipo de transporte e benefícios conhecidos, tanto para a saúde, quanto para o meio ambiente. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2018, e tem gerado discussões sobre a necessidade de mais investimentos e cuidados com quem usa esse veículo.
De acordo com o Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran-PA), mais de 805 acidentes envolvendo ciclistas foram registrados em 2020, em todo o território estadual, resultando em 73 pessoas que vieram a óbito e 710 que ficaram feridas. O balanço de 2021 ainda não foi concluído, mas já acende um alerta: até novembro, nas 499 ocorrências que foram registradas, a quantidade de feridos já chega a 699.
O Leonan Ribeiro, de 19 anos, faz parte desta estatística. Ele trabalha como entregador e já se acidentou em uma movimentada avenida no centro de Belém. “O ciclista quer passar, tem muito buraco e ninguém quer parar. (...) Uma vez, um carro me fechou bem na frente, caí e me machuquei”, conta o trabalhador, que vê como necessidade a rotina de andar de bicicleta.
A capital paraense possui uma malha cicloviária de 116,5 km em 43 vias, segundo a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob). Alguns projetos de implantação de mais ciclofaixas estão previstos e os investimentos em melhorias, como a instalação de sinalização, já ultrapassam os R$ 233 milhões.
VEJA MAIS
Relatos de ciclistas mostram o desafio da mobilidade por bikes
Apesar das dificuldades, a qualidade na saúde que a prática oferece é um estímulo para muitas equipes de ciclismo, como é o caso do Bike Culture, criado há mais de um ano pelo empresário Jackson Junior, de 39 anos. Ele sofria de transtorno de ansiedade quando decidiu criar o grupo, que hoje já conta com mais de 700 participantes e segue sendo referência na ajuda ao próximo.
“Muita gente já foi curada da depressão. O ciclismo deixa as pessoas perto da natureza, cria vínculos de amizades. Todo mundo fica bem, mental e fisicamente”, afirma Jackson.
Benefícios para uns, transtornos para outros. A Camila Leal é assistente administrativa e tem a bicicleta como principal meio de transporte para ir trabalhar. Os desafios são grandes, principalmente na questão da segurança.
“As ciclovias de Belém não são seguras para os ciclistas, têm a interferência de motoristas de carro, moto e tem os pedrestes. Então, temos que estar atentos para evitar acidentes”, conta Camila.
O fluxo na cidade é grande, como mostra um estudo da iniciativa Multiplicidade e Mobilidade Urbana: cerca de 1.134.704 bicicletas circulam pelas ruas de Belém. Não há um quantitativo de ciclistas devido a falta de registro.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA