Reprodução simulada aponta que cabo da Rotam acionou gatilho que matou jovem em Belém
Para a defesa da família da vítima, não restam dúvidas de que o caso se trata de um feminicídio
O laudo da reprodução simulada da morte de Bruna Meireles Corrêa, de 32 anos, morta com um tiro na cabeça em março deste ano, saiu nesta terça-feira (3/12). O advogado criminalista Dorivaldo Belém, responsável pela defesa da família da vítima, disse que as conclusões dos peritos “desmontaram” a versão apresentada pelo policial militar Wladson Luan Monteiro Borges, o companheiro de Bruna e principal suspeito de matá-la. Para Belém, não restam dúvidas de que o caso se trata de um feminicídio. Wladson, que também é cabo do Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas (Rotam), segue detido.
A reconstituição do ocorrido, realizada no dia 1º de setembro, buscou identificar se a morte da mulher foi acidental ou não. E também esclarecer quem puxou o gatilho da arma dentro do carro onde o episódio ocorreu, que se tratava de um Fiat Uno. O documento também aponta mudanças no depoimento de Wladson sobre o caso prestado na delegacia com a versão dita na reprodução simulada.
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Com base nas análises, os peritos afirmaram que “nunca existiu a possibilidade” de que Bruna pudesse ter acionado o gatilho da pistola, “ainda que involuntariamente”. E, a partir dos levantamentos, o responsável pelo disparo apontado no documento, que foi de curta distância, seria Waldson.
A Redação Integrada de O Liberal tenta contato com a defesa de Wladson para obter um posicionamento sobre o caso. O Grupo Liberal também solicitou um posicionamento da Polícia Militar do Pará.
'Versão dele não se sustenta', diz Dorivaldo
Em conversa com a Redação Integrada de O Liberal, Dorivaldo disse que Wladson teve a oportunidade de convencer os peritos contando onde o casal estava sentado no automóvel ou até mesmo a direção do disparo. “A versão dele não se sustenta, não tinha como acontecer da forma que ele disse. Ele responderá pela morte intencional da moça. É um passo muito importante, porque ele podia ser liberado. Não vamos permitir que ele vá para casa depois de sair um laudo desse. Ele segue preso”, contou o advogado.
Segundo Belém, o próximo passo é a realização da audiência do interrogatório do suspeito e, depois disso, será definida a data para o julgamento do policial no Tribunal do Júri.
O caso
Tudo aconteceu no dia 12 de março de 2025. Bruna foi atingido por um tiro na cabeça enquanto estava dentro de um carro com Wladson. Após o ocorrido, o próprio policial socorreu a vítima até o Pronto Socorro da 14 de Março, no bairro do Umarizal. Wladson foi preso em flagrante.
O automóvel ficou em frente ao PSM, com várias marcas de tiros, e o vidro do lado do carona completamente destruído. O disparo atingiu o lado esquerdo da cabeça de Bruna. Bruna era natural de Colares, no nordeste paraense, e há sete anos morava com o padrinho em Belém. A jovem era estudante de Nutrição.
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