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MST divulga os nomes das vítimas em Acampamento; governos darão apoio às familias

Oito pessoas ficaram feridas; Polícia abriu inquérito sobre o caso

Eduardo Rocha
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Uma falha na instalação de internet no Acampamento Terra e Liberdade, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) na área de Palmares II, no município de Parauapebas, no sudeste do Pará, por volta das 20h de sábado (9), resultou na morte de nove pessoas. Entre as vítimas estão seis acampados e três da empresa responsável pelo serviço. Além disso, oito pessoas ficaram feridas com queimaduras, mas sete já foram liberadas e uma permanece internada.

Neste domingo (10), representantes do MST divulgaram a lista com os nomes das vítimas. Somente uma não foi identificada. Confira os nomes: 

  1. Francisco Nascimento de Sousa Júnior (empresa G5 Internet);
  2. Gabriel Pereira da Silva (empresa G5 Internet);
  3. Geovane Pereira dos Santos (empresa G5 Internet);
  4. Jovenilson Aragão Trindade;
  5. rancisco Ferreira;
  6. Francisco De Assis Pereira Rodrigues;
  7. Fernanda Sousa de Almeida;
  8. Eva Maria da Conceição Silva 

 

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O incêndio foi controlado pelo Corpo de Bombeiros. Peritos da Polícia Científica do Pará (PCP) atuaram na remoção dos cadáveres ao Instituto Médico Legal (IML). O caso está sendo investigado pela Polícia Civil

Sobre o acidente

Em coletiva à Imprensa, na tarde deste domingo (10), Pablo Neri, da Direção Nacional do MST, e Beatriz Luz, da Direção Estadual, em Parauapebas (PA), informaram que, durante a instalação de fiação de sistema de internet por funcionários da empresa G5 Internet - a pedido de algumas famílias do acampamento - esse material entrou em contato com a rede de alta tensão. Então, ocorreu uma descarga elétrica que provocou as mortes e incêndio. No local vivem cerca de mil famílias ( mais de 2.500 pessoas).

Os dirigentes do MST inforamaram que pessoas do acapamento relataram que esse serviço começou a ser feito por volta das 13h30 horas e a última parte estava sendo executada às 20h, quando se deu a tragégia, ou seja, os funcionários já se encontravam exaustos.

Segundo o MST, até o momento, a empresa do serviço não prestou assistência às famílias das vítimas da tragédia. 

image Beatriz e Pablo: luta pela reforma agrária continua em Parauapebas (PA) (Foto: Reprodução)

"De imediato, o MST fez uma mobilização por informações e na busca por feridos", resaltou Beatriz. O acampamento ficou sem energia elétrica, o que dificultou as ações no local. A demanda pelo serviço de internet por parte de alguns integrantes ocorre pela necessidade de comunicação com a sociedade, no processo de busca de direitos dos trabalhadores rurais, como pontuaram Beatriz e Pablo.

"O sentimento das famílias é de não desistir da luta, de garantir o assentamento", destacou Beatriz, repassando que será realizada uma Assembleia do Território às 8h, desta segunda-feira (11), reunindo os núcleos de famílias no local e com um Ato de Solidariedade.

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Ajuda 

Pablo informou que os governos estadual, municipal e federal se prontificaram a auxiliar as famílias no, com fornecimento de água, alimentos, atendimento médico e serviço funerário, a partir da reivindicação do Movimento.

MST em Parauapebas

De acordo com as lideranças do MST, desde abril deste ano, o Movimento vem atuando na região de Parauapebas, reivindicando o direito à terra para a produção por parte dos trabalhadores rurais. Assim, em 20 de novembro, mais de mil famílias ocuparam duas fazendas cujas posses são reivindicadas pelo fazendeiro José Miranda, mas consentiram em deixar o local, aguardando por uma vistoria na terra pelo Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra) e cadastro dos trabalhadores rurais. 

Agora à tarde, uma representação do Governo do Estado deverá chegar até o Acampamento Terra e Liberdade, envolvendo técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar, da Defesa Civil e da Secretaria de Estado e Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster). 

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Comitiva comunicou que o morador teria apenas algumas horas para se retirar do local

Acompanhamento

Logo após a tragédia no Acampamento, o MST detacou que para esta domingo (10) estavam agendadas atividades com grupos de famílias, conversas, almoço coletivo para uma grande assembleia popular e repasse dos informes da comissão que esteve em Brasília (DF) últimos dias, "mas infelizmente hoje, é dor e muita solidariedade aos parentes e amigos perdidos nesta tragédia ocorrida na noite deste sábado".

O Movimento convoca os trabalhadores rurais para prestar solidariedade às famílias do Acampamento Terra e Liberdade, "neste momento de perdas, principalmente aos que perderam seus entes queridos". "Neste Dia Internacional dos Direitos Humanos, segundo as Organizações das Nações Unidas (ONU), que é um momento para celebrar os avanços conquistados e refletir sobre ações concretas dos Estados para a sociedades no sentido de garantir para todos os direitos civis, políticos, sociais e ambientais à população mundial, estamos em LUTO", enfatizou o Movimento.

Ainda em Nota, o MST informou que a tragédia ocorreu "devido a uma ação provocada no momento de instalação da fiação de internet pela empresa G5 Internet. "As famílias organizadas no acampamento Terra e Liberdade chegaram a falar com funcionários da empresa, alertando as condições em que estavam realizando o trabalho e sobre ao horário avançado para realizar tal procedimento, porém os operadores seguiram com a instalação. Por volta das 20h, houve um erro na operação e uma antena tocou a rede de alta tensão, ocasionando a morte imediata dos trabalhadores", acrescentou.

O MST chegou a divulgar, neste domingo (10), que a eletrificação dos fios de internet provocou o incêndio que atingiu alguns barracos do acampamento. "São muitos os feridos e ainda estamos em processo de reconhecimento de alguns corpos, que ainda pode elevar esse número. O MST está em luta e em luto. Neste momento de consternação, nos solidarizamos em especial com as famílias dos mártires da tragédia. As famílias do acampamento Terra e Liberdade seguem mobilizadas e em luta e convocam para uma grande ação de solidariedade, às 16h no acampamento. Todo apoio às famílias que seguem na permanência da luta pela terra e melhores condições dignas de vida no campo".

Apoio

O governador do Pará, Helder Barbalho, manifestou-se neste domingo (10) sobre o incidente, por meio das redes sociais. "Quero me solidarizar com familiares e amigos das vítimas do incêndio no acampamento Palmares II do MST, em Parauapebas, na noite deste sábado. Lamento profundamente o ocorrido e informo que o Corpo de Bombeiros já apura as causas desta tragédia. O Governo do Estado já está prestando todo o apoio necessário ao município", enfatizou o governador.

A descarga elétrica provocou um incendio, o que dificultou a remoção dos corpos e socorro de outras pessoas que ficaram feridas no acidente. Técnicos da Polícia Científica atuaram no reconhecimento dos corpos. Dois barracos foram sido atingidos pelo fogom, segundo as primeiras informações.

Notas

A Prefeitura de Parauapebas divulgou uma nota oficial. A gestão municipal lamenta as mortes causadas pelo incêndio e afirma que está oferecendo apoio às vítimas por meio de equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O prefeito, Darci Lermen, esteve pessoalmente no local. O Corpio de Bombeiros, a Defesa Civil, polícias Civil e Miltar compareceram ao local da tragédia.

"A Prefeitura de Parauapebas lametna profundamente o incêndio ocorrido no acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Palmares 2, nesta noite de sábado (9), que resultou em vários mortos e feridos. A prefeitura esta dando total apoio às vítimas. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e ambulâncias de base estão no local para prestar os devidos atendimentos", repassou a gestão municipal". 

"A Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (Semsi), por meio da Defesa Civil municipal, também está à disposição para apoio às vítimas, juntamente com o Instituto Médico Legal (IML), Corpo de Bombeiros e as polícias Militar e Civil. O governo municipal se solidariza com familiares e amigos dos que tiveram a vida ceifada nesta tragédia e espera que, em breve, a causa do incêndio seja esclarecida e, havendo culpados, que sejam punidos no rigor da lei", completa a nota.

A Câmara Municipal de Paruapebas divulgou nota, lamentando "a tragédia ocorrida no acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Palmares 2, na noite deste sábado (9). Um incêndio de grandes proporções aconteceu na região, atingindo moradias e causando vítimas fatais. O Poder Legislativo Municipal, em nome de seu presidente, vereador Rafael Ribeiro, e demais parlamentares, manifesta seu apoio a todos que perderam familiares e amigos. Neste momento, dedicamos nossas orações e pedimos a Deus que ampare a todos os corações em luto".

Inquérito

Como chegou a informar o MST "a tragédia provocou a morte de trabalhadores e vários feridos, ainda não se sabe ao todo a quantidade de pessoas atingidas". "Rapidamente a coordenação do acampamento conseguiu acionar o corpo de bombeiros e o SAMU que já se encontram no local prestando atendimento as vítimas. O fogo foi contido, a coordenação do acampamento acompanha a situação junto com a Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (Semsi), por meio da Defesa Civil do munícipio, o Instituto Médico Legal (IML), Corpo de Bombeiros e as polícias Militar e Civil", acrescentou.

Sobre a tragédia em Parauapebas, O Corpo de Bombeiros informa: "O fogo foi totalmente controlado. Um inquérito policial apura as circunstâncias do acidente, onde nove pessoas morreram. Os corpos foram levados para o Núcleo Avançado da Polícia Científica, de Parauapebas. O Governo do Estado presta todo o apoio necessário ao município".   

 

 

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