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Família realiza missa e pede justiça por mulher explorada em suposta seita religiosa em Belém

Flávia Cunha Costa, de 43 anos, foi abandonada no Pronto Socorro do Guamá, no dia 18 de junho, sem documentos e em estado grave de desnutrição. Ela morreu no dia seguinte.

O Liberal
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Será realizada no próximo sábado (9), às 10h, a missa de um mês do falecimento de Flávia Cunha Costa, de 43 anos, vítima de uma série de abusos atribuídos a uma suposta seita religiosa em Belém. A celebração ocorrerá na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, localizada na rua Antônio Barreto, no bairro de Fátima. Segundo a família, o momento será marcado por fé, memória e pedidos por justiça.

Flávia foi deixada no Pronto Socorro do Guamá no dia 18 de junho, em estado grave de desnutrição e sem documentos. De acordo com os familiares, os suspeitos informaram à equipe médica que ela era apenas uma vizinha. A vítima morreu no dia seguinte. Sem identificação, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) como indigente. A confirmação da morte só veio quase duas semanas depois, quando a família procurou a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) para registrar nova denúncia contra o grupo religioso.

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Na unidade de saúde, foi constatado que a causa da morte foi maus-tratos e desnutrição. A Polícia Civil prendeu, no dia 4 de julho, o casal Marcelle Débora Ferreira Araújo, de 51 anos, e Ronnyson dos Santos Alcântara, de 50, investigado por manter Flávia sob violência psicológica, maus-tratos e exploração financeira. Eles se apresentavam como líderes do grupo “Ministério Torre do Poder de Deus”. A Deam é responsável pelo cumprimento dos mandados e pelas investigações, que seguem em curso sob segredo de justiça.

Em publicação nas redes sociais, a família convidou a população a participar da missa e reforçou o pedido por justiça. “Este momento é de fé, memória e luta. Contamos com o apoio de todos para que essa homenagem seja linda, significativa e represente a força do nosso amor por ela. Convidamos todas as pessoas que se solidarizam com a história de Flávia e que clamam por justiça, para estarem presentes nesse momento de homenagem pela sua vida e sua memória. Flávia foi vítima de abusos cometidos sob o disfarce da fé. Sua memória nos convoca à denúncia, à escuta e ao acolhimento de tantas outras que ainda sofrem em silêncio. Que ela descanse em paz. E que nenhuma outra seja silenciada”, diz o texto.

A madrinha da vítima, Maria Ioná Sacramento, afirmou que a família enfrenta dificuldades para acompanhar o processo. “Até onde sabemos, os suspeitos estavam presos, mas temos tido dificuldade para acompanhar o processo, já que está correndo em segredo de justiça. Por enquanto, sabemos que as investigações estão seguindo, e a nossa expectativa é que eles sigam presos e que mais coisas sejam descobertas, seja da forma que eles usavam do dinheiro da Flávia, seja da forma como eles faziam a lavagem cerebral nela”, declarou.

Ela também ressaltou as qualidades da afilhada. “Entendemos que a justiça tem seu próprio tempo, mas estamos atuantes e cooperando no que puder para que a memória da Flávia seja lembrada como deve ser: de uma pessoa que era inteligente, amorosa e carinhosa, antes de tudo o que sofreu na mão desses pastores”, lamentou.

Ao final, Maria Ioná reforçou que os acusados eram reconhecidos oficialmente como líderes religiosos. “Reforçamos também que eles não eram falsos pastores, já que eram legalmente reconhecidos e que tiveram alguns ‘fiéis’ ao longo dos anos. Eles eram pastores, com reconhecimento, tiveram igrejas. Flávia foi uma vítima e esperamos que a verdade seja a principal arma da justiça para que sua memória descanse em paz”, concluiu.

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