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Caso Yasmin: reconstituição da morte da influencer começa nesta terça-feira (12/03)

Reprodução simulada dos fatos que levaram à morte de Yasmin deve começar logo nas primeiras horas da manhã e ser concluída em dois dias

João Paulo Jussara
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​​Começa nesta terça-feira (12), dia em que a morte da influenciadora digital e universitária Yasmin Fontes Cavaleiro de Macêdo completa quatro meses, e termina nesta quarta (13) um dos momentos mais aguardados por todas as partes envolvidas: a reprodução simulada — também conhecida como reconstituição — dos fatos. Testemunhas e suspeitos devem fornecer detalhes de tudo o que aconteceu naquela noite de 12 de dezembro de 2021, junto às autoridades, em uma marina localizada no bairro do Curuçambá, em Ananindeua.

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Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), o local escolhido como cenário é o mesmo de onde saiu o passeio de lancha que terminou com a morte da influenciadora, e não a marina do bairro do Tenoné, como se tinha conhecimento até agora. No entanto, um comunicado publicado no perfil do Instagram do Gran Marine Club diz que essa marina estará fechada para manutenção nesta terça e levanta a suspeita de que será usada durante a reconstituição.

A reprodução simulada dos fatos deve ajudar a investigação e pôr fim a algumas contradições que apareceram no curso do processo. Os procedimentos devem iniciar logo nas primeiras horas do dia, com uma coletiva de imprensa, às 7h, com a participação do secretário de Segurança Pública, Ualame Machado; do delegado-geral da Polícia Civil, Walter Resende; e do diretor-geral da Polícia Científica, Celso Mascarenhas.

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advogado da família de Yasmin Macêdo, Luiz Araújo, explica que a reprodução simulada dos fatos está prevista no artigo 7º do Código de Processo Penal (CPP). "Ela visa, de forma científica, esclarecer qualquer dúvida da autoridade policial no curso das investigações. A reprodução é realizada pela Polícia Científica do Pará (CPP), que vai comandar toda a perícia. Sendo que vários órgãos vão trabalhar de maneira colaborativa, como o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA) e a Marinha de Guerra, que vai delimitar os espaços aéreo e náutico para que nenhuma outra embarcação não autorizada se aproxima da área onde vai ser feita a dinâmica", afirmou. Luiz Araújo também explica que as testemunhas vão se apresentar em horários específicos, por grupos.

"Pela nossa experiência, a gente acredita que, no primeiro momento, todas as testemunhas sejam ouvidas pelos peritos no local. Após essas oitivas, os peritos vão conduzi-las individualmente para que demonstrem, no local do fato, de que forma ocorreram aqueles fatos narrados. Após essa narrativa, os peritos vão trabalhar com atrizes e atores, que vão simular toda essa dinâmica, e a partir daí, passam a fazer a análise científica da narrativa, e vão utilizar metodologias científicas para produzir o laudo final, onde vai ser possível dizer se esses fatos são falsos ou se condizem com a realidade", disse o advogado.

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Expectativa

A expectativa da mãe de Yasmin, Eliene Fontes, é de que as autoridades consigam apontar as contradições existentes no curso do processo e cheguem à verdade do que ocorreu na noite de 12 de dezembro de 2021. "Eu espero que alguma verdade apareça, que alguém confesse alguma coisa do que aconteceu. O que esperamos é que os culpados paguem, sejam presos. E a gente tá com muita expectativa, eu estou muito ansiosa, por isso que fizemos aquela manifestação pedindo a reconstituição. Só que os peritos estavam verificando o melhor dia no calendário, que não chovesse, que tivesse lua, que a maré estivesse do mesmo jeito que estava", destacou.

Eliene acredita que o celular da filha já esteja em posse da Polícia Civil do Pará (PCPA) e deve conter provas de que algumas das testemunhas e suspeitos do caso estariam mentindo. "Já deve ter aparecido alguma verdade, porque o celular da Yasmin estava para São Paulo e já está com a polícia, então já foi periciado. O celular dela tem muita coisa, tem muita conversa desmentindo. Como quando ele [Lucas Magalhães, dono da lancha] fala que não tinha grupo do Whatsapp com ela, que não conversava com ela, que ele não ia em casa. Então a polícia já deve estar sabendo de muita coisa", ressaltou a mãe de Yasmin.

Para o advogado da família, Dr. Luiz Araújo, a expectativa é de que, após a reprodução simulada, a autoridade policial consiga chegar a uma conclusão e encerre o caso. "Essa é uma prova imprescindível a ser produzida para que as autoridades elucidem esse caso, trazendo conforto para a família. Tudo que a família quer é justiça. A família não quer vingança. É a produção da prova de forma lícita, legal, dentro dos parâmetros jurídicos que a lei permite, e no nosso entendimento é o que está sendo feito pela Polícia Civil do Pará".

Relembre o caso

Yasmin Cavaleiro de Macêdo desapareceu na noite do dia 12 de dezembro, durante um passeio de barco pelas águas do rio Maguari, em Belém, onde estavam outras 15 pessoas. A jovem teria sumido por volta de 22h30, em circunstâncias que ainda não foram esclarecidas em virtude da divergência de informações prestadas pelas testemunhas convocadas a depor. A mãe da influencer, Eliene Cristina Fontes, declarou que há, pelo menos, três versões do que teria acontecido naquela noite, segundo pessoas que estavam na lancha.

O corpo da estudante foi encontrado às 12h40 de segunda-feira, 13 de dezembro, no distrito de Icoaraci, próximo a uma marina particular, a aproximadamente 11 metros de profundidade. A mãe da influencer declarou ter havido relatos de que Yasmin teria caído. Outro depoimento mencionou que a vítima teria usado a escada da embarcação para urinar e acabou sumindo. Uma terceira versão dá conta de que ela teria mergulhado no rio e desparecido. Durante depoimentos recentes prestados por passageiros, a polícia descobriu que tiros foram disparados na embarcação.

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