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Urina Preta: entenda como está a proibição de venda de peixes nos municípios marajoaras

Melgaço e Curralinho suspenderam a venda e o consumo das espécies suspeitas de transmitir a toxina, que não altera o sabor do alimento

Camila Azevedo e Dilson Pimentel
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Ao menos dois municípios do Pará, localizados na região do Marajó, proibiram a comercialização de algumas espécies de peixes e crustáceos, como pacu, camarão e lagosta. Melgaço e Curralinho adotaram a medida após a notificação de três pessoas com suspeita de Síndrome de Haff, mais conhecida como doença da urina preta, em Óbidos, também no Ilha. Outros três registros de casos suspeitos foram notificados em Breves, outro município marajoara, levando a secretaria de saúde da cidade a recomendar a suspensão do consumo dos alimentos que possam causar o problema. O estado contabiliza, ao todo, doze casos suspeitos: três são compatíveis, ou seja, possuem os sintomas referentes; quatro estão sendo investigados; e outros cinco foram descartados. As informações foram repassadas pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) nesta quarta-feira (31). 

Curralinho

As ações para prevenir a doença em Curralinho foram adotadas por meio de decreto divulgado pela prefeitura e já estão em vigor. A venda dos peixes suspeitos de transmitir a toxina que causa a Síndrome é uma forma de garantir que a população não seja afetada e será por tempo indeterminado. Pacu, tambaqui e pirapitinga são as espécies que entraram no rol de proibição. De acordo com o secretário Municipal de Saúde, José Raimundo, não há casos suspeitos em Curralinho e a prevenção deve-se as três notificações suspeitas da doença registrados em Breves. “Nossa Vigilância está monitorando a entrada desse pescado (no município). Só peixe com procedência comprovada pode ser comercializado”, disse o gestor, em entrevista ao portal Notícia Marajó.

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Melgaço

Apesar de não ter nenhum caso suspeito, Melgaço se antecipou e proibiu a comercialização e ingestão de alguns peixes e crustáceos: pirapitinga, tambaqui, pacu, badejo, arabaiana, camarão, lagosta e lagostim. A medida foi divulgada no início da semana. A Secretaria De Saúde do município, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde, fez um “alerta geral” e tornou pública a proibição. A pasta informou, por meio da publicação, que a doença está em período de estudo e que, sendo assim, ainda não se tem informações de todos os tipos de animais que possam vir a transmiti-la. “Esses (os peixes especificados na proibição) são os confirmados até o momento. Portanto, a proibição é para estes. Mas o recomendável é evitar todos até concluírem a análise dos dados”.

A Vigilância em Saúde informou que está fazendo palestras e fiscalização nos mercados. A partir de agora, não pode mais desembarcar essas respectivas espécies no município e nem enviá-las para outra localidade. “Está sendo mapeado, registrado e notificado onde tem as espécies e quantidade de cada para que possamos, depois, cobrar dos comerciantes. Não tem multa. Só suspensão da licença de comércio caso infrinjam as regras”, afirmou o coordenador geral de Saúde de Melgaço, o enfermeiro Daniel Dias Balbi.

“Nosso foco é a prevenção imediata a fim de brindarmos a nossa população contra possíveis danos à saúde até que se esclareçam os casos de Breves”, afirmou. “Colocamos agentes da Vigilância em Saúde em campo de hoje (quarta-feira) até o desfecho dos casos”, completou. "Se derem positivos os casos, continua a proibição. Se derem negativos, libera-se a comercialização", afirmou.

Situação em Breves

Em Breves, não há decreto, mas a Secretaria Municipal de Saúde recomendou a suspensão no consumo de quatro espécies suspeitas de transmitir a toxina que causa a doença. São elas: pacu, pirapitinga, arabaiana e tambaqui. Os três casos suspeitos de síndrome de Haff acendem um alerta sobre a questão. Nesta quarta-feira (31), a titular da secretaria, Jucineide Barbosa, deu entrevista sobre o assunto. “Na última semana, a gente teve três casos suspeitos da urina preta, transmitida por algumas espécies de peixe. E esses casos apresentam sintomatologia bem característica. Porém, a gente considera suspeito porque só pode confirmar depois que os resultados de sorologia e da urina, que foram enviados para o Laboratório Central (Lacen), retornarem para o município”, explicou.

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Dois pacientes de Breves continuam internados, porém estáveis

Dos três pacientes, um já recebeu alta. Os outros dois continuam internados - um no hospital municipal e o outro no hospital regional. Ambos estão com o quadro de saúde estável. Dois são da mesma família e os três compraram o peixe (pacu) do mesmo vendedor, na feira livre municipal. Jucineide fez o alerta para evitar o consumo daquelas espécies porque não há como identificar se o peixe está ou não contaminado pela toxina, que não altera o sabor do peixe. “A nossa orientação é suspender o consumo até que seja feita a investigação total”, afirmou.

Tratamento é feito a partir dos sintomas do paciente

As equipes de vigilância sanitária e epidemiológica estão fazendo o trabalho e visitando os vendedores de pescado. Geralmente, os sintomas da doença aparecem cerca de duas horas após o consumo do alimento contaminado. E, nesse caso, a pessoa tem que procurar logo a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Os sintomas mais comuns são vômito, dores musculares, dor de cabeça e urina preta. As pessoas também sentem tontura. “O tratamento é feito a partir dos sintomas. Ainda não tivemos, no estado, nenhum registro de óbito pela doença”, afirmou a secretária.

A secretária de saúde acrescentou que o cuidado também vale para os vendedores. “Quem vende também consome”, disse. Ela afirmou que outras espécies de peixes, entre as quais dourada e pescada, podem ser vendidas normalmente no mercado.

Doença não tem como ser confirmada

A Sespa explicou que o diagnóstico da doença da urina preta é feito por exclusão de possibilidades e pelos sintomas apresentados pelo paciente. Dessa forma, não é possível fazer a confirmação por meio de exames.

Nota na íntegra da Sespa

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informa que foi notificada sobre três casos suspeitos de Doença de Haff em Breves, que estão sendo investigados pela Vigilância Epidemiológica do município e pelo 8º Centro Regional de Saúde. A Secretaria informa, ainda, que até o momento foram notificados 12 casos suspeitos da doença em todo o estado, sendo 03 casos compatíveis com a doença, 04 casos estão sendo investigados e 05 foram descartados. Por fim, a Sespa informa que o diagnóstico de Síndrome de Haff é feito por exclusão de possibilidades e pelos sintomas apresentados pelo paciente, não sendo possível sua confirmação através de exames.

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