Produção de couro ecológico movimenta a economia de comunidade da Flona Tapajós, em Belterra
A matéria-prima para produção de couro ecológico é o látex extraído das seringueiras e é um exemplo de empreendedorismo comunitário, já que a produção é feita pela própria comunidade
A Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós) é uma unidade de conservação localizada em Belterra, no oeste do Pará, e é a casa de comunidades indígenas e tradicionais amazônicas que dependem da floresta ancestral para sua sobrevivência econômica. Além de ser uma fonte de madeira, frutas e medicamentos, a floresta também é fonte de renda para muitos desses comunitários, graças à produção de couro ecológico.
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A produção de couro ecológico na Flona Tapajós foi iniciada em 1997, como uma pequena produção artesanal, mas, com a parceria com universidades como a Federal do Acre e a UNB de Brasília, permitiu a melhoria dos processos produtivos com tecnologias desenvolvidas em laboratório. "Iniciamos uma produção pequena, de forma artesanal como brincos e biojoias que eram feitas também com outros itens como caroços e raízes. Hoje, a produção é realizada por 12 comunitários, em sua maioria mulheres, que se dividem entre a coleta de látex e a fabricação dos produtos.", afirma Arimar Feitosa Rodrigues, um dos integrantes do projeto.
A produção é feita pela própria comunidade, que dispõe de uma fábrica e os produtos são vendidos nas lojas de artesanato das comunidades Maguari e Jamaraquá, dentro da Flona. "Recentemente, recebemos uma encomenda de um cliente da Alemanha, mas ainda estamos com algumas dificuldades para retornar as vendas como antigamente", pontua Arimar.
A matéria prima para produção de couro ecológico na Flona Tapajós é o látex extraído das seringueiras e é um exemplo de empreendedorismo comunitário, já que a produção é feita pela própria comunidade em uma fábrica localizada na própria região. Além disso, a produção segue o conceito de "floresta em pé", ou seja, a matéria-prima é extraída da natureza de forma sustentável, sem o uso de produtos químicos ou danos ao meio ambiente.
Os produtos feitos de couro ecológico são vendidos nas lojas de artesanato da comunidade Maguari e até mesmo em outros países, como a Alemanha. Embora ainda haja algumas dificuldades para retornar as vendas ao patamar de antes da pandemia da covid-19, a produção de couro ecológico na Flona Tapajós é uma fonte importante de renda para as comunidades da floresta e um exemplo de como a conservação da natureza e a economia podem andar juntas.
Produção do Couro Ecológico na Flona Tapajós
A extração do látex é feita por meio de talhos na seringueira, sem o uso de produtos químicos e é coletada pela comunidade, que se divide entre a coleta do látex e a fabricação dos produtos. A produção é coordenada principalmente por mulheres que formam a maioria dos 12 comunitários envolvidos no projeto.
A comunidade dispõe de uma fábrica para produção dos produtos artesanais que são feitos com látex e um ingrediente adicionado durante o processo produtivo. Essa produção foi melhorada com a ajuda de parcerias com a Universidade Federal do Acre e a UNB de Brasília, onde foram desenvolvidas tecnologias em laboratórios para melhorar a qualidade dos produtos.
Os produtos feitos com o couro ecológico incluem bolsas, sandálias, biojoias, e também matéria-prima para tecidos utilizados por designers de moda. Os produtos são vendidos nas lojas de artesanato das comunidades Maguari e Jamaraquá, estando entre as principais fontes de renda para estes comunitários.
Além de gerar renda para os povos da floresta, a produção de couro ecológico na Flona Tapajós contribui para a preservação da natureza, ajudando a manter a floresta em pé e a conservação da biodiversidade da região, já que as árvores utilizadas se recuperam e são utilizadas dentro de sua capacidade produtiva.
Impactos da Pandemia na Produção de Couro Ecológico
A pandemia da COVID-19 afetou de maneira drástica a economia mundial e o setor de produção de couro ecológico na Unidade de Conservação da Floresta Nacional do Tapajós (Flona) não foge dessa realidade. Segundo o integrante do projeto, Aurimar, a queda nas vendas foi brusca no ano de 2020.
Antes da pandemia, o projeto contava com uma ampla gama de clientes, que abrangiam diversos estados do Brasil e até mesmo fora do país. No entanto, com o surgimento da COVID-19, as vendas dos produtos à base de látex tiveram uma diminuição considerável no período em que a Flona ficou fechada para turistas.
Apesar da situação difícil, o projeto está buscando se reerguer e recuperar o patamar de vendas. Recentemente, foi fechada uma encomenda com um cliente da Alemanha, e Aurimar afirma que, mesmo com as dificuldades, o mercado está reagindo.
A pandemia da COVID-19 trouxe uma série de desafios para os comunitários envolvidos na produção de couro ecológico, e a dificuldade nas vendas é apenas uma parte disso. No entanto, o projeto continua em frente, buscando se reestruturar e recuperar sua posição no mercado, graças a parcerias importantes e à dedicação dos envolvidos.
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