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Manejadores comemoram a boa safra de andiroba em comunidades de Santarém

Trabalho é feito por 32 coletores nas comunidades Jaguarari, Pedreira, Nazaré e Aldeia Takuara

Ândria Almeida
fonte

O empreendedorismo na Amazônia tem ganhado forças nos últimos anos, cada vez mais as comunidades têm conquistado parcerias que desenvolvem as habilidades para facilitar o manejo com insumos da natureza. Em Santarém, nas comunidades localizadas na Floresta Nacional do Tapajós, existe o trabalho de coleta de sementes de andiroba, que gera renda para extrativistas. O manejo é feito de forma que não cause efeitos de degradação da natureza.

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O trabalho é feito por 32 coletores. As coletas são realizadas nas comunidades Jaguarari, Pedreira, Nazaré e Aldeia Takuara da Floresta Nacional. Em três semanas coletando sementes de andiroba, no período de março e abril deste ano, foram retiradas 14975,73 kg de sementes molhadas.

Rodrigo Farias, da comunidade Nazaré, relatou que aos poucos vai incorporando as ações de manejo como alternativa econômica.“Foi a primeira vez que eu fiz a coleta e gostei muito desse trabalho. Pra nós é o emprego que a gente tem. Essa produção é muito importante pra gente”, contou.

image Cerca de 30% dos frutos ficam na floresta para germinar novas mudas (Divulgação/ Projeto Saúde e Alegria)

As comunidades que trabalham com o manejo recebem assessoria técnica do Programa Floresta Ativa do Projeto Saúde e Alegria (PSA). “Os coletores são sempre orientados a não coletar todos os frutos, pelo menos 30% devem ficar na floresta para que germinem e novas árvores possam crescer, não podemos interferir na dinâmica de resiliência da floresta”, explica a engenheira florestal do PSA Maria Soliane Sousa Costa.  

Processo de seleção

Após a coleta, os frutos são abertos e as sementes boas são separadas ainda em campo, ensacadas e carregadas até a margem da estrada, onde um carro embarca e as transporta até os secadores. Uma base para o processo de manejo foi construída pelos próprios coletores no KM 83, da BR-163, com auxílio de técnicos do Projeto Saúde e Alegria.

Segundo o PSA, em 2020 foram feitas avaliações para apontar caminhos para infraestruturas aptas ao beneficiamento, secagem e armazenamento das sementes. Já em 2021 foi elaborado um projeto de coleta de sementes, cujo objetivo era realizar um inventário florestal que permitisse conhecer a estrutura da floresta, abundância, distribuição e diversidade das espécies existentes no território da FLONA para subsidiar as coletas.

Estrutura

Os oito secadores construídos com medidas de 16 m x 4 m e capacidade de 2 toneladas de sementes molhadas, possibilitaram maior qualidade no processo de secagem, que envolve aeração, seleção de sementes inviáveis com presença de larvas, fungos e início de germinação. O tempo de permanência nos secadores foi de 30 dias e ao final, o peso seco das amêndoas foi de 6773,65 kg, com redução de aproximadamente  55% do total.

Após a pesagem, manejadores realizaram a etiquetagem para rastreabilidade do produto e embarque em container com destino à fábrica da Natura em Benevides via terrestre. A comercialização com a empresa, resultou no valor de R$30.638,11 reais, deste total  14.975,73 foi repassado para os coletores, o restante custeou as despesas da safra.

"Pra gente é muito importante e fundamental estar aqui no Tapajós com os coletores de andiroba que gera uma rede, uma cadeia de produtos, consultoras, repartição de benefícios, renda pras comunidades e floresta em pé”, ressaltou a Gerente de Sustentabilidade na Natura, Priscila Mata.

Em 2021 o plano base de coleta de sementes foi aprovado pelo ICMBio e foi executado em uma área de cerca de 380,00 hectares no entorno do Km 67 e 72 da BR-163 na Floresta Nacional do Tapajós. A atividade é uma das apostas do Programa Floresta Ativa que se preocupa com a geração de renda para populações que cuidam do território.

 

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