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Programa Cisterna: Iniciativa mudou a vida de centenas de pessoas em Santarém

A comunidade Terras do Preta dos Vianas não tinha acesso à água potável antes do projeto

Ândria Almeida

A água é o líquido mais importante para os seres vivos, a essencialidade dele é básica e é uma política pública obrigatória. No entanto, muitas comunidades ribeirinhas da Amazônia não têm acesso a água potável, a exemplo da realidade vivida pela comunidade Terras do Preta dos Vianas, na região do Lago Grande. Em meio a essa triste panorâmica, o Programa Cisterna do Ministério do Desenvolvimento Social, coordenado pela ONG Projeto Saúde e Alegria, oportuniza sistemas de água e saneamento para algumas localidades. Essa iniciativa mudou a vida de 300 pessoas, de 61 famílias que agora têm o líquido direto em casa na comunidade.

image Iniciativa mudou a vida das pessoas da comunidade (Ândria Almeida/ O Liberal)

Dona Maria Anésia, de 63 anos, está entre as beneficiadas com o projeto. Ela relata que durante o tempo que tem de vida nunca havia tido água encanada em casa. Diariamente ela e a família encaravam uma longa caminhada até o igarapé para poder tomar banho e em seguida carregar baldes de água para as atividades domésticas. Segundo a idosa, nessa peregrinação constante existia risco de serem surpreendidos por animais peçonhentos como cobras de espécies diferentes.

image Moradores não tinham acesso à água encanada antes do projeto (Ândria Almeida/ O Liberal)

“Para mim agora está ótimo, graças a Deus. Tenho água em duas torneiras da casa onde moro. Antes era quase todo dia arriscando a vida, porque tem muita cobra no caminho para o igarapé. Chegava do trabalho de noite e tinha que ir lá tomar banho. Agora melhorou tudo. Até de noite se toma banho dentro de casa. Um sonho realizado”, enfatizou.

Outra moradora que comemorou a chegada do líquido foi a dona Rosélia Nogueira da Silva, de 54 anos. Ela conta sobre os riscos que passaram por falta de saneamento básico ao ter que consumir água sem o mínimo de tratamento.

“Eu pensava que nunca eu teria água encanada dentro de casa, como eu tenho hoje durante 24 horas. Antes disso eu puxava água do igarapé na bomba, que por muitas vezes vinha suja por conta das chuvas. Para usar essa água era preciso esperar a sujeira sentar e ferver para poder consumir. Tínhamos medo de bichos fazerem cocô na água e a gente pegar algum problema”, contou.

image Comunidade comemora a chegada da água encanada (Ândria Almeida/ O Liberal)

Sobre a instalação

Segundo o coordenador da Ong, Carlos Dombroski, o modelo da tecnologia implementada em Terra Preta dos Vianas é a de número 15, que consiste na construção de um microssistema com reservatório elevado, rede de distribuição nas ruas, captação de água de chuva nas casas, elevado e uma caixa de mil litros para cada residência, além da construção de banheiros com pia e fossa.

Já para famílias que moram em locais mais afastados e de difícil acesso houve o benefício com a tecnologia número 8, que consiste na captação de água de chuva; um elevado com caixa de mil litros; um elevado com caixa de 5 mil litros; um banheiro completo; uma pia de cozinha e um filtro de barro.

A ação foi realizada por meio de parcerias com a Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap), que instalou um poço de 120 metros para garantir o abastecimento ininterrupto.

Programa Cisternas

Segundo o responsável pelo Saúde e Alegria, o PSA conseguiu no ano de 2017 dentro do programa Cisterna de política pública do governo federal a condição de fazer a construção de tecnologias sociais dentro das comunidades.

“Mil cento e oitenta e quatro (1.184) famílias já foram beneficiadas com tecnologias de acesso à água e saneamento em comunidades da Resex Tapajós/Arapiuns, de várzea, da Floresta Nacional do Tapajós, territórios indígenas Munduruku e Maró, e no Assentamento Agroextrativista Lago Grande. Apenas no Lago Grande, treze comunidades receberam os sistemas de abastecimento”, contou.

Ainda de acordo com Carlos, o programa já beneficiou 61 comunidades nos municípios de Santarém, Belterra e Itaituba.

“Comunidades mais distantes que nós nunca imaginávamos que um dia pudesse chegar água encanada nas residências hoje é uma realidade”, afirmou

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