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Prefeito de Marabá fala sobre os desafios e peculiaridades de uma das maiores cidades do Pará

Além de gestor municipal por quatro mandatos, Tião Miranda também atuou na Assembleia Legislativa do Pará

Tay Marquioro
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Aos 65 anos, Sebastião Miranda Filho, o Tião Miranda, pode dizer que tem o nome escrito na história de Marabá. Ao longo de sua vida pública, além de gestor municipal por quatro mandatos – é o prefeito eleito com mais tempo governando o município –, ele também atuou na Assembleia Legislativa do Pará, onde exerceu dois mandatos como deputado estadual. Em entrevista a O LIBERAL MARABÁ, Tião Miranda fala sobre os desafios de administrar uma cidade com tantas particularidades.

Prefeito, você foi gestor em momentos muito distintos da história de Marabá. Na sua opinião, o que mudou na administração pública de lá para cá?

Na minha primeira experiência como prefeito, eu já estava dentro do governo, na condição de vice-prefeito e, em seguida, assumi como prefeito. Então eu já tinha um conhecimento do que estava se passando dentro da prefeitura. De certa forma, foi uma gestão de continuidade. Agora, nessa segunda experiência, eu já somo quatro mandatos como prefeito. E o primeiro desafio foi arrumar a casa, estava tudo muito desorganizado, com muitas dívidas, obras inacabadas, muitas pendências e o nosso trabalho foi de organização. Formamos uma equipe competente, de perfil técnico, e foi o primeiro passo para que nós conseguíssemos superar e equalizar a gestão. Hoje, estamos com contas em dia, salários de servidores, pagamentos de fornecedores e credibilidade recuperada.

Quais são os maiores desafios que existem hoje na gestão do município?

A gente passou e ainda vem passando uma fase muito difícil, que foi a pandemia de Covid-19. Foi uma experiência que eu posso chamar de traumática. Ninguém estava preparado para uma doença dessa. Praticamente, tivemos que fazer um hospital paralelo, novos leitos, leitos de UTI, mas tudo corrido, tudo difícil, comprando insumos e medicamentos inflacionados, mas tivemos que sobreviver a tudo isto. E eu considero que Marabá teve até uma baixa mortalidade, em relação a outros municípios do mesmo porte. A gente deixa de questionar muita coisa, mas eu acredito que houve uma politização da pandemia e isso prejudicou demais a todos nós, mas a gente vem conseguindo superar.

No início da sua vida pública, qual era a sua maior ambição para a cidade? Já foi alcançada?

Eu nasci em Marabá, tive a oportunidade de estudar fora, fazer um curso superior, tenho negócios na iniciativa privada e, por último, entrei na política. E posso dizer até que foi por acaso, porque eu não tinha muito o perfil político. O meu perfil sempre foi mais gestor, técnico. Mas eu sempre quis o melhor para Marabá. Eu acredito que a cidade precisa de pessoas que tenham amor por Marabá para poder assumir uma missão como essa. Quando você é prefeito, você vira alvo de críticas por todos os lados. Ninguém acerta em 100% das vezes, os erros fazem parte da natureza humana. Mas o que eu sempre procurei na gestão foi deixar uma cidade organizada. Um exemplo disso é o salário dos servidores, que é sempre pago antes do fim do mês, encargos e fornecedores com pagamentos em dia, nós sempre procuramos também manter as compras feitas no município, porque entendemos que isso ajuda a movimentar a economia da cidade. Embora as dificuldades sejam muitas, porque o setor público está cada vez mais burocrático. Mas se o município vai bem, melhora a qualidade de vida da população, a saúde, a educação, a infraestrutura, a assistência social, então tudo vai bem. 

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Que legado você acredita que o seu governo deixará para Marabá?

Eu entendo que uma boa administração, inevitavelmente, traz bons frutos para a cidade. No dia em que eu deixar a prefeitura, tenho certeza que ela vai estar organizada, com o funcionamento da máquina azeitado para o próximo gestor. Eu acho que é o mínimo que eu posso fazer pela cidade onde eu nasci. Tenho família aqui, tenho amigos aqui e eu tenho um carinho todo especial por Marabá. Eu quero fazer um governo que fique marcado pela gestão responsável que tem com os recursos do município. Esse é o meu legado positivo.

Você é o prefeito eleito com mais tempo de mandatos exercidos na história da cidade. A que você atribui a confiança do povo marabaense no seu nome para governar o município?

Acredito que se deve ao compromisso com a coisa pública e a população. Nós recuperamos a credibilidade da prefeitura. Hoje, todos os empresários querem vender para nós, quem concorre às licitações sabe que o processo é transparente, o servidor consegue se planejar com seu salário pago em dia, nós trabalhamos sem descanso para melhorar a oferta dos serviços públicos e tudo isso reflete na qualidade de vida da população. É lógico que a gente é muito cobrado, não é? Mas alguém tem que encarar esse desafio que, se for superado, leva a cidade para frente. 

O senhor voltaria a se candidatar a prefeito da cidade no futuro?

Eu acho que eu já dei minha contribuição. Eu já tenho uma certa idade, entendo que preciso descansar um pouco. Ser gestor de Marabá é se preocupar com limpeza pública, iluminação, manutenção de ruas, manutenção de pontes, de milhares de estradas vicinais, porque somos o município com maior número de assentamentos do Brasil, são 86; temos um hospital municipal e um materno infantil que praticamente fazem papel de hospitais regionais, atendendo pacientes de outras cidades; mais de 200 escolas, em um município com território quase 15 vezes maior do que Belém. Então a prefeitura hoje tem uma sobrecarga de demandas que exige dedicação. Ser um prefeito comprometido com o trabalho, empenhado em fazer uma cidade melhor, é praticamente uma escravidão. Avaliando a minha trajetória, acredito que até extrapolei muito cumprindo quatro mandatos de prefeito e, em nenhum deles, eu tive férias porque são muitas demandas urgentes, todos os dias.

 

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