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Pará é líder em casos de câncer de intestino na região Norte

Doença, também conhecida como câncer colorretal, está relacionada com o estilo de vida e principalmente com a alimentação.

Igor Wilson
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Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Câncer Colorretal. O câncer mais evitável que existe, mas que, mesmo assim, é o quarto mais incidente no Brasil. Casos recentes deste tipo de câncer entre famosos, como as cantoras Preta Gil e Simony, a morte do Rei Pelé e do ídolo do Vasco Roberto Dinamite, fizeram as pessoas buscarem mais informações sobre a doença na internet. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que o Brasil deve registrar 44 mil novos casos da doença por ano até 2025. Na região Norte, o câncer de intestino é o 4º tumor mais frequente entre homens (7,05 por 100 mil) e o 3º entre as mulheres (7,78 por 100 mil). Apesar de fazer parte da região com menor índice de casos, o Pará é o estado que apresenta maior incidência, com 560 novos casos em 2022, número superior aos demais: Acre, 50 novos casos; Amapá, 20; Amazonas, 210; Rondônia, 130; Roraima, 30; Tocantins, 170.

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Existe uma relação direta entre o número de casos de câncer no intestino e a expansão do estilo de vida ocidental. Preta Gil reconheceu anos de alimentação desregrada como a principal causa de sua doença. A pressa, o excesso de trabalho, a preguiça, tudo está atrelado. O ‘american way’, que nas últimas décadas reproduz o ideal de uma alimentação baseada em frituras, ultraprocessados que prometem ficar prontos em minutos e outros fast food criados para fazer pessoas ganharem tempo, está as fazendo perder, mandando sua fatura para a humanidade deste lado do planeta. 30% a 40% dos casos de câncer no intestino estão relacionados a este estilo de vida.

“Parece paradoxal que um câncer evitável tenha uma alta incidência. Isso se dá porque o câncer de instestino está relacionado com nossos hábitos de vida, a começar pela forma como a gente come. Temos que entender como estamos nos alimentando, antes de mais nada. É improvável que vejamos uma redução de incidência de câncer do intestino, enquanto não conscientizarmos a população de que ela precisa se alimentar melhor e sair do sedentarismo”, diz a oncologista paraense Amanda Gomes, especialista no tema.

SENDENTARISMO E ULTRAPROCESSADOS: COMBINAÇÃO PERIGOSA

A cirurgiã dentista Cyntia Viana Soares descobriu que tinha câncer colorretal em dezembro de 2014, dias antes do Natal. Apesar de ter passado por uma cirurgia bariátrica em 2007, Cyntia continuou com velhos hábitos alimentares. Trabalhava muito e não tinha horário certo para almoçar. Quando dava, comia qualquer coisa na rua, muita massa e molho. Até descobrir que estava com a doença.

“Havia casos de câncer na família e eu sempre fui sedentária e, como trabalhava muito, comia na rua mesmo, sem horários certos. Minha alimentação era sempre com muitos carboidratos, com massas e molhos. Era o mais fácil de digerir por causa da redução do estômago, apesar de não ser o mais saudável. Saladas e fibras não fazem parte da minha rotina alimentar até hoje”, admite Cyntia.

Reclamava de dores que achava ser no estômago. A endoscopia não constatou nenhuma alteração, mas ela lembra que não se sentia bem, achava que estava com gastrite, e pediu ao médico para fazer o exame de colonoscopia. O resultado mostrou uma lesão de 5 centímetros no intestino grosso.

“Quando vi o resultado, tive certeza que era câncer e devia procurar um especialista”, conta ela. A cirurgia para a retirada do tumor e dos linfonodos próximos afetados aconteceu alguns dias depois, no início de janeiro. “Foi tudo muito rápido. Acredito que um anjo da guarda me inspirou para pedir o exame certo a tempo”, avalia Cyntia, que atualmente faz exames de controle a cada seis meses.

SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Sangramentos nas fezes, emagrecimento sem razão aparente, anemia, aumento do volume abdominal, aumento do trânsito intestinal, diarreia constante ou prisão de ventre, são considerados como sintomas deste tipo de doença, por isso a importância de estar atento aos sinais do corpo. O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. O exame de colonoscopia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes podem identificar a doença em sua fase inicial, aumentando a chance de cura.

“Hábitos saudáveis são a melhor forma de prevenir o câncer no intestino. Procure ter uma alimentação baseada em plantas, frutas, verduras, leguminosas, integrais. Tente reduzir o máximo que você puder, a carne vermelha e os embutidos como calabresa e salsicha de sua dieta. Além disso, se você possui obesidade ou diabetes, procure um especialista para conversar, estabelecer a causa”, diz a especialista.

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