Mulheres são maioria na liderança de Hospitais públicos de Santarém
O Hospital Municipal da cidade tem no quadro de profissionais 90% de gestoras
A oportunidade das mulheres ocuparem cargos de liderança no Brasil tem aumentado com o passar dos anos, mas ainda é um número considerado baixo em comparação a presença masculina na gestão de empresas. De acordo com levantamento feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2019, apenas 39,4% de mulheres estão em cargos de liderança no país. Para que esse cenário mude é essencial que as empresas adotem mudanças estruturais e culturais que envolvam toda a organização. Em Santarém, no oeste do Pará, já é possível ver o protagonismo feminino na área da saúde pública. O Hospital Municipal da cidade, que é gerido pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS), tem no quadro de profissionais 90% gestoras.
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Atualmente o Hospital Municipal de Santarém Dr Alberto Tolentino Sotelo (HMS) tem na equipe 28 lideres, desses, 21 são mulheres. Cristiani Schwartz, de 45 anos, nascida e criada em Ipatinga, interior de Minas Gerais, é diretora geral do hospital público e da UPA, onde lidera uma equipe de 723 colaboradores, sendo 90% mulheres. Em entrevista à Redação Integrada de O Liberal, três gestoras falam sobre a ascensão do protagonismo feminino.
Formada em enfermagem, Christiani já trabalhou em um dos maiores hospitais na capital de Minas Gerais. Ela se destacou como enfermeira e assumiu o cargo de coordenadora, até que foi convidada para trabalhar no ISMS, onde passou pelos cargos de coordenadora, gerente, diretora assistencial e em meados de 2021 foi convidada para vir para Santarém ocupar o atual cargo de diretora geral.
“Eu considero uma grande vitória e um grande privilégio trabalhar em duas unidades de saúde tendo mulheres a frente, pois estamos falando de uma conquista adquirida há poucas décadas. Meu time é quase todo feminino e super competente. Eu tive que lutar para ser respeitada durante minha trajetória, pois ser mulher e negra em cargo de gestão não tem como não passar por algumas situações ruins”, enfatizou.
Para a diretora executiva do ISMS, empresa que administra o HMS e UPA no município e outros Hospitais no Pará e em outros estados, Doutora Gabriela Durães, colocar a mulher atuando diretamente nas tomadas decisões de todas as camadas estratégicas de um Hospital é fundamental, pois, afirma ela, se toda empresa reconhecesse e respeitasse as diferenças seja de gênero, idade, etnia ou mesmo de habilidades, não haveria tanta desigualdade. “E quando se trata da área da saúde poder ter mulheres a frente é ter certeza que a humanização será melhor trabalhada, por ser uma grande característica feminina. As empresas estão a serviço da vida quando se colocam como parte das relações que estabelecem com a sociedade. Integrar e conviver com as diversidades é fundamental para obter bons resultados”, pontuou.
A coordenadora de enfermagem, Joycineia Nobre, afirma que a empresa que administra o Hospital atua com a valorização feminina. “É um orgulho para mim trabalhar com mulheres tão competentes e empenhadas. O objetivo em comum é proporcionar o melhor em atendimento à saúde da população”, finalizou.
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