Exército do Sudão suspende negociações de trégua com paramilitares
O conflito já deixou pelo menos 1.800 mortos, e quase 1,5 milhão de deslocados e refugiados

Nesta quarta-feira (31), uma fonte governamental informou à AFP que o exército do Sudão suspendeu sua participação nas negociações na Arábia Saudita para alcançar uma trégua com os paramilitares que disputam o poder.
Segundo a fonte, o exército tomou a decisão "porque os rebeldes nunca aplicaram um dos pontos do acordo de trégua temporária que prevê sua retirada dos hospitais e das casas. E não param de violar a trégua".
O conflito no Sudão, iniciado em 15 de abril, envolve o exército, comandado pelo general Abdel Fatah al Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), liderados pelo general Mohamed Hamdan Daglo.
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Na última segunda-feira (29), os mediadores sauditas e americanos anunciaram que as duas partes haviam concordado em prorrogar por cinco dias uma trégua humanitária em vigor desde 22 de maio, mas a interrupção dos combates foi violada com ataques aéreos, disparos de artilharia e deslocamentos de blindados.
De acordo com a ONG ACLEDO, o conflito já deixou pelo menos 1.800 mortos, e quase 1,5 milhão de deslocados e refugiados, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Antes do novo conflito, o Sudão já era um dos países mais pobres do mundo. E depois de quase sete semanas de guerra, 25 dos 45 milhões de sudaneses não conseguem mais sobreviver sem a ajuda humanitária, afirmou a ONU.
(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).
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