Em Lisboa, Papa Francisco encontra 13 vítimas de abusos sexuais cometidos por padres
Relatório apontou, em fevereiro, que houve 4.815 vítimas de abusos sexuais em Portugal no período entre 1950 e 2022, por padres e funcionários da Igreja

No primeiro dia de sua viagem a Portugal, onde lidera até domingo (6) a Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco ouviu atentamente relatos de 13 sobreviventes de abuso sexual do clero e criticou a lenta resposta da Igreja aos escândalos. O encontro de uma hora e ocorreu na sede da Nunciatura, em Lisboa.
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"Foi um momento reparador em que cada um falou o que quis. Da parte do Papa, houve total disponibilidade para escutar até ao fim", resumiu a coordenadora do grupo VITA, criado pela Igreja Católica para acompanhar as vítimas de abusos, Rute Agulhas. Ela foi uma das testemunhas da reunião e contou que o Papa pediu perdão às vítimas em seu nome e no da Igreja.
Horas antes, em uma vigília para clérigos e freiras no Mosteiro dos Jerônimos, em Belém, Francisco ponderou que os escândalos desfiguram o rosto da Igreja e distanciam os fiéis de sua fé.
"Muitas vezes é acentuado pela decepção e pela raiva com que algumas pessoas olham para a Igreja", disse. O Pontífice ressaltou ainda a necessidade de mudanças, para que a Igreja Católica possa sair da margem das desilusões e do imobilismo "e alcançar a todos, todos e todos".
Abusos
Validado por uma comissão independente, um extenso relatório apontou, em fevereiro, que houve 4.815 vítimas de abusos sexuais em Portugal no período entre 1950 e 2022, por padres e funcionários da Igreja.
A lenta resposta das autoridades eclesiásticas ao documento, baseado em 500 testemunhos, foi bastante criticada pelas vítimas. Muitos dos abusadores ainda se encontram na ativa e contam com a proteção de seus superiores, já que a maioria dos crimes já prescreveu.
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