Fisioterapeuta paraense fala sobre participação nas Paralimpíadas 2024 e destaca momento marcante Kamila Teixeira realizou sonho e chegou a sua terceira edição de Jogos Paralímpicos como membro da delegação brasileira em Paris Aila Beatriz Inete 22.09.24 9h00 O Brasil conquistou o melhor resultado em Paralimpíadas nos Jogos de Paris 2024. A delegação brasileira teve oito paratletas do Pará disputando medalhas. Mas, nos bastidores, a fisioterapeuta paraense Kamila Teixeira ajudou diversos competidores a atingirem a melhor forma física para conquistarem os pódios. Após a participação histórica em Paris, a fisioterapeuta falou com o Núcleo de Esportes de OLiberal.com e contou um pouco da sua trajetória e emoção de viver os Jogos Paralímpicos. "Paris 2024 foi a minha terceira participação em Paralimpíadas. Estivem em Tóquio 2020 e em Rio 2016. E apesar de ter sido a minha terceira participação, foram eventos completamente diferentes para mim porque atletas novos surgem na delegação, eventualidades acontecem e as nossas ações precisam ser compatíveis com essas diferenças", declarou a paraense. VEJA MAIS Com ouro, prata e bronze, delegação paraense finaliza Paris com o mesmo número de medalhas de Tóquio Brasil conquistou o melhor resultado em Paralimpíadas, sendo Top 5 no quadro de medalhas Delegação do Brasil bate recorde e termina Paralimpíadas na melhor colocação da história Atletas brasileiros ajudaram o país a terminar na 5ª posição no quadro de medalhas, feito inédito. Com três ouros, nadador Gabrielzinho é eleito o destaque das Paralimpíadas de Paris 2024 O brasileiro foi anunciado como "Pelé das piscinas brasileiras" na cerimônia das Paralimpíadas "A organização é um pouco diferente de uma cidade para a outra, mas tudo é de uma grandiosidade impar, porque assim como para atleta paralímpico e olímpico o grande objetivo é estar em um evento como esse, para um fisioterapeuta do esporte também é um grande marco na carreira, é o topo de onde a gente pode chegar", completou. Trajetória Kamila é natural de Belém e cresceu no distrito de Icoaraci. Seu grande sonho era ser uma atleta profissional de ginástica. Desde pequena, ela era apaixonada por esportes, chegou a jogar futsal, no entanto, por morar longe do centro da capital, acabou não conseguindo se profissionalizar. Como a carreira de atleta não foi possível, Kamila foi para áreas que se aproximassem do esporte. Fez educação física ao mesmo tempo, em que cursava fisioterapia, mas, no final, não concluiu a primeira. "A minha relação com o esporte é real. De uma pessoa que sempre quis ser atleta, mas não teve oportunidade. Então, eu não fui para os Jogos como atleta, mas fui para dar a minha contribuição de outra maneira", contou a fisioterapeuta. Após se formar em Belém, a paraense tentou fazer pós-graduação na cidade, em algumas áreas distintas ao esporte, mas não se encontrou. Com isso, ela decidiu ir para São Paulo, onde se especializou em ortopedia e traumatologia e conseguiu entrar no Clube de Atletismo da BM&FBOVESPA ( BM&F), já extinto. O local foi importante para ela chegar até o Comitê Paralímpico do Brasil (CPB) em 2016. Fisioterapeuta também esteve nas Paralimpíadas de Tóquio (Arquivo pessoal) Kamila atuou com paratletas do atletismo e natação na delegação brasileira. Hoje, a profissional não faz mais parte do quadro fixo do CPB, mas segue tendo uma boa relação com o órgão e atende paratletas na clínica onde atua e continua sendo convocada para competições. Experiências únicas Kamila teve a chance de viver o seu sonho de participar o maior evento esportivo do mundo três vezes. Há quem pense que depois de tantas participações, a experiência seja mesma ou as emoções se confundem. Mas, não. O sentimento é diferente para cada uma das edições. "Rio 2016 foi na nossa casa, foi a minha primeira, então a euforia estava pele. Entrar no Maracanã lotado, com aqueles celulares acessos e todo mundo gritando Brasil é uma coisa que a gente nunca mais vai sentir, a menos que tenha outra no Brasil", relembrou Kamila com um sorriso no rosto. Já em Tóquio, o cenário foi completamente diferente. O mundo ainda vivia a pandemia da Covid-19 e os Jogos foram realizados com muitas restrições, sem a presença massiva do público e convivência social entre os atletas, tendo sido "tenso e pesado para todo mundo". Por isso, para a paraense, Paris foi uma retomada "Para mim, Paris foi uma retomada de um pouquinho daquilo que vivi no Rio. Já tivemos interação social, conversávamos com as pessoas dos outros países. Então, a gente tem essa possibilidade de troca com as equipes e isso é muito enriquecedor. Paris foi icônico por ser a cidade que é. E sempre vai ser diferente", destacou. Realidade do esporte paralímpico Enquanto outros estados e países investem no esporte paralímpico e olímpico e tem muitos representantes, a região norte tem. Para Kamila Teixeira, esse o baixo número de atletas nos Jogos é um reflexo da falta de estrutura para que os esportistas se desenvolvam. "Infelizmente, é uma realidade triste nós termos um número muito baixo de atletas da região norte. Mas, se nós formos pensar na realidade de Belém, por exemplo, quantas pistas de atletismo existem? Qual a condição dessas pistas e qual o trabalho que está sendo efetuado nesses lugares para o desenvolvimento do esporte de alto rendimento?", apontou. Momento marcante Na delegação brasileira, Kamila tem contato com alguns paraenses. O encontro com os conterrâneos, para ela, é como se fosse um reencontro com a cultura local. "Quando eu estou com um paraense, a gente fala no nosso dialeto, acaba sendo mais espontâneo. [É] muito gostoso ter um pouquinho desse contato, apesar de ter poucos. Nos Jogos Paris, o Alan Fonteles e eu estávamos relembrando algumas expressões engraçadas e ninguém sabe", relatou. O trabalho com os atletas paralímpicos é para evitar lesões. Os paratletas tem fatores diferentes de risco de um atleta convencional e, por isso, é importante um trabalho direcionado e individual. Em uma competição, a equipe médica trabalha para recuperar os esportistas entre uma disputa e outra. E por todo o trabalho, cria-se uma ligação com os esportistas. Por isso, Kamila disse que a "recompensa" maior é receber o agradecimento do atleta, que demonstra o reconhecimento e importância desses profissionais na conquista do resultado final. "Se eu tiver que escolher um momento marcante em Paralimpíadas é aquele em que o atleta vem agradecer pela minha participação. Quando o atleta chega comigo e agradece, que eu faço parte daquela medalha, isso não tem preço, principalmente quando é um que eu acompanho de perto. Às vezes não é uma medalha que vem, mas é uma melhora de resultado, conseguir completar a prova, então, é maravilhoso. São os melhores momentos dos Jogos com toda certeza", finalizou a fisioterapeuta. 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