Inusitado? Relembre outros casos de empréstimos de técnicos no Pará

A contratação do técnico Eduardo Baptista por empréstimo ao Remo chamou a atenção de todos no mundo esportivo na noite de quinta-feira (11), sendo considerada inusitada. Afinal, é comum o empréstimo de jogadores, não de treinadores. 

O Remo encontrou essa solução após vários técnicos recusarem assinar contrato com o clube já que ficariam apenas três rodadas da Série B, que está na reta final, e também para a Copa Verde. Além disso,  teriam a pressão de livrar o Leão do rebaixamento para a Série C.

Com contrato até abril do ano que vem com o Mirassol-SP, que não tem calendário até o final da temporada, Eduardo Baptista foi cedido pelo clube paulista ao Remo. Ele retorna após encerrar as atividades no Leão em 2021.  

Juan Álvarez

Mas essa não é a primeira vez que o futebol paraense registra empréstimo de técnico. Em 1975, o Paysandu emprestou o técnico uruguaio Juan Álvarez, que foi campeão estadual cinco vezes com o clube (1965, 1966, 1971, 1972 e 1976) para o Castanhal. A situação envolveu até a Polícia Federal.

Quem relembra é o jornalista e colunista de O Liberal, Carlos Ferreira, que entrevistou José Espinheiro, ex-presidente do Japiim e prefeito da cidade na época.

“O uruguaio Juan Álvarez era técnico do Paysandu e era bancado por empresários torcedores do clube. Como o Castanhal entrou no campeonato em 75 ofereceram o Juan Álvarez. E eles que pagavam o salário. E deu certo no Castanhal. Aí eles (os empresários torcedores do Papão) denunciaram para a Polícia Federal que o Juan não tinha visto, estava como turista e não podia permanecer. A polícia entrou na história e para o Castanhal conseguir manter o técnico precisou acionar o então ministro Jarbas Passarinho, com a questão sendo contornada”, relata.

O assunto vai fazer parte do documentário sobre os 100 anos do Castanhal, que será lançado em breve e tem produção do Carlos Ferreira e de André Laurent.

Walter Lima

Outra situação foi em 2015. O técnico Walter Lima foi cedido pela Desportiva Paraense para comandar o São Francisco durante o Campeonato Paraense de 2016.

Na época, ele ainda teve que comandar a Desportiva na Copa São Paulo de Futebol Júnior, disputada em janeiro de 2016, e ajudar a distância no planejamento do Leão Santareno, que estava na pré-temporada.