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Copa do Brasil: Paysandu e Fluminense reeditam terceiro maior público do Mangueirão; veja os demais

O Papão da Amazônia e o Fluzão já se enfrentaram 22 vezes, com 11 vitórias do Fluminense, duas do Paysandu e nove empates; desta vez, o palco será o novo Mangueirão, muito diferente de 1998, quando ambos protagonizaram uma partida para 60 mil pessoas

Luiz Guilherme Ramos
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Em 45 anos de história, o Mangueirão teve ao menos três grandes intervenções estruturais que ajudaram a moldar a capacidade e o conforto dos torcedores. Ao longo desse período, a principal praça esportiva do estado recebeu jogos onde o público extrapolou todas as exigências, em épocas onde a fiscalização era insuficiente. Como resultado, superlotações eram comuns, principalmente em jogos envolvendo a dupla Re-Pa. Agora, com a nova reforma e a ampliação de 35 para 50 mil pessoas, essa realidade não é mais possível, mas a lembrança permanece e um desses jogos será reeditado pela terceira fase da Copa do Brasil.

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Após o sorteio feito pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), definiu-se que uma das partidas da terceira fase será entre Paysandu e Fluminense, com jogo de ida marcado para o dia 12 de março, às 21h30, três dias após a reabertura oficial. O jogo de volta será no dia 25, no Maracanã, no Rio de Janeiro. No distante dia 20 de setembro de 1998, os dois clubes se enfrentaram pela oitava rodada da primeira fase da Série B do Campeonato Brasileiro. O Fluzão tinha em campo nomes como Roger, Roni e Magno Alves, além do goleiro Ronaldo, enquanto o bicola tinha Belterra, Júlio César, Oberdan e Zé Augusto. Veja:

Naquela noite, a história registrou um público de 60 mil pessoas, o terceiro maior na contagem histórica do Mangueirão, na vitória bicolor por 2 a 0. Em relação aos dois primeiros, a diferença é pequena, mas significativa, em uma época onde quesitos como acesso, acessibilidade e conforto passavam longe do torcedor. Ainda mais primitivo era o tratamento dado na virada dos anos 70 para 80. Nessa época, o Paysandu contratou o tricampeão mundial Dario, o Dadá Maravilha, atraindo, finalmente, os olhares da mídia nacional ao Parazão. 

Dadá Maravilha era a grande atração do futebol paraense e a mídia tratou de promover imediatamente a rivalidade com Bira, o artilheiro do Remo, trazido para substituir ninguém menos que Alcino, o maior ídolo da história remista. Mas quem apostou na rivalidade viu nascer uma grande amizade, mostrada ao mundo justamente no Re-Pa do dia 29 de abril. Naquele dia, mais de 64 mil pessoas (64.010) foram ao Mangueirão assistir o clássico, que terminou empatado em 1 a 1, com gols de Bira, que comemorou com o amigo, e do próprio Dario, como lembra o jornalista e colunista Carlos Ferreira.

"Simbolicamente, foi um jogo que ficou marcado foi a estreia do Dario, o primeiro Re-Pa do Dario, que foi 1 a 1, onde o público ficou comprimido no Bandolão, só a metade do anel, um absurdo, porque metade do Mangueirão recebeu um público que hoje, com o estádio completo e ampliado, não comportaria", cita o jornalista.

Cerca de 20 anos depois, o estádio voltou a receber um grande público, desta vez o maior de sua história, na final do Campeonato Paraense de 1999, vencida pelo Clube do Remo por 1 a 0 contra o Paysandu, gol de Ailton. Mais de 65 mil pessoas foram ao estádio.

Maiores públicos do Mangueirão

  1. Remo 1 X 0 Paysandu, 65.000 - 11/07/1999
  2. Paysandu 1 X 1 Remo, 64.010 - (59.613 pagantes e 3.397 não pagantes), 29/4/1979
  3. Paysandu 2 X 0 Fluminense, 60.000, 20/9/1998

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Inconsistência nos dados

Para Ferreira, a ideia de contabilizar os maiores públicos da história do estádio requer certa cautela, dada a imprecisão de muitas partidas, como bem cita sobre o panorama do futebol até o início dos anos 2000. Esse cenário só começa a mudar a partir da criação do Estatuto do Torcedor, em 2003, que passou a dar maior garantia de segurança e conforto ao torcedor, acabando com o amadorismo na organização de jogos, competições e presença de público em eventos esportivos, sobretudo o futebol. 

"Essa questão de público no Mangueirão precisa passar por um dado: vários jogos no local tiveram arrombamento de portão. Nos anos 80, isso era muito comum em jogos de Remo e Paysandu. Então perdia-se o controle. O estádio ficava superlotado, mas não havia como dar a informação precisa ao público. Isso só passou a ter uma precisão a partir do estatuto do torcedor, quando ninguém poderia entrar no estádio sem ingresso, mesmo nos casos de gratuidade, até pela questão do seguro-torcedor. Todo mundo que entra no estádio precisa ter essa cobertura. A partir daí tivemos a informação precisa", garante. 

O jornalista lembra de outras partidas que também tiveram públicos exageradamente grandes, em épocas onde o estádio suportava no máximo 35 mil pessoas, mas que registraram mais de 50 mil. "Fora isso, outros grandes públicos do estádio com o anel completo, foi em Paysandu x Boca, jogo superlotado. Eu lembro de Remo e Paraná Clube, na semifinal da Copa João Havelange de 2000, equivalente à segunda divisão. Muita gente voltou para casa porque não conseguiu entrar. Com aquelas histórias de portões arrombados, de gente que pulou catraca, aquela desorganização, tudo isso tira a precisão de público", enumera. 

Hoje, o estatuto exige uma série de medidas para que os jogos em eventos esportivos recebam público, mas em décadas passadas isso era impensável e muito distante. Felizmente, seja para o futebol ou para o Mangueirão, o tempo só trouxe melhorias. "Agora, pelo Estatuto do Torcedor, são reservados 40 centímetros para cada ocupante. No caso do Mangueirão, que já tem cadeiras, isso já está definido pelas cadeiras completas, com assento e encosto. O estádio que não tem cadeira, no entanto, é assim. Existe uma regulagem em cima disso", continua.

Para o bem do futebol paraense, o tempo trouxe novas leis e deveres ao poder público, que tornaram os eventos mais profissionais e menos arriscados para o torcedor, contribuindo para a maturidade da nossa maior praça esportiva, hoje um senhor estádio, com 45 anos de história. "O Mangueirão passou da época do total descontrole, da época do controle com 40 centímetros, teve a era dos assentos anatômicos e hoje está na era das cadeiras. Isso foi reduzindo a capacidade do estádio, ou pelo menos foi regulando a capacidade numa condição de algum conforto e dignidade ao torcedor, o que no passado não havia", completa. 

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