Sem definição sobre procissões, reservas de hotéis para o Círio são baixas
Antes da pandemia, as reservas chegavam a 60% no mês de agosto
A procura por reservas de hotéis em Belém para o segundo final de semana de outubro, quando ocorre o Círio de Nazaré, estão baixas. Ainda sem confirmação se as procissões e eventos ocorrerão normalmente durante a quadra nazarena, o setor hoteleiro está se preparando para um Círio sem grandes movimentações.
No maior site de reservas de quartos da internet, todos os hotéis da capital paraense aparecem com vagas disponíveis para os dias 8, 9 e 10 de outubro - porém, com preços que chegam a ser o quádruplo dos valores cobrados por estadias em setembro.
Segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Pará, em agosto de 2018, o Círio já havia gerado 60% de reservas confirmadas em relação a disponibilidade do setor no estado. Em agosto de 2019, 41%
São números bem distantes dos registrados no hotel onde Mara Anjos é executiva de vendas: a taxa de ocupação por lá para o mês de outubro está na casa dos 10%. Ela fala que algumas pessoas até procuram informações com o hotel, mas não fecham os pacotes por não saberem se haverá a festa nas ruas.
"Se já tivéssemos um posicionamento agora seria mais fácil de trabalhar. Essas incertezas não são boas. Mesmo que haja o Círio, por ser um evento naturalmente muito grande ele deve ocorrer em proporções menores. Isso já descarta uma possibilidade do mercado voltar ao que era antes da pandemia. Além disso, o público que vem a Belém no Círio é mais idoso, é um público diferenciado que mesmo, vacinado, ainda está receoso de viajar", avalia ela.
Anjos relembra que muitos clientes que precisaram cancelar viagens para a Belém em 2020 receberam ou o reembolso ou crédito para se hospedarem no futuro. Ela pontua um movimento que considera interessante: "Neste julho de 2021 estamos com todos os finais de semana lotados. Acho que é por conta do cenário da pandemia e das praias lotadas", afirma, falando sobre a importância deste fenômeno para os negócios.
Gerente de um outro hotel em Belém, Luiz Antônio Rocha acredita que a situação da pandemia está bem mais controlada hoje do que estava em 2020, mas que a vacinação não é o único fator na conta de quem gosta de viajar.
"Temos que pensar também na recuperação econômica e de como as famílias que costumam vir para cá se planejaram, né? Belém, eu vejo, tem hotéis para todos os gostos e bolsos, mas creio que isso fará diferença também. A gente segue aguardando um sinal positivo para que tudo volte ao normal, mas ninguém vai gastar dinheiro numa crise como essa sem nem saber o tipo de experiência que terá chegando aqui", diz.
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