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Preço dos ovos em Belém reduz até 14% no último mês

Recuo de preços antecede o próximo aumento, segundo representante do setor

Maycon Marte
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Os ovos de galinha apresentaram uma redução de 14% no preço da cuba com doze unidades e 8% na de 30 unidades nos supermercados de Belém entre os meses de junho e julho, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA). A autônoma Jeanne Santana, que vende ovos e farinhas na capital, acredita que o período do verão influenciou os valores, devido ao fluxo menos intenso de consumidores e os efeitos nas produções. Segundo ela, o preço atual da Cuba com trinta unidades de ovos nas feiras, no tipo mais caro, pode chegar a R$ 35, enquanto o mais barato está em média a R$ 20.

Apesar da redução expressiva na variação mensal nos supermercados, o balanço do ano de 2025, de janeiro a julho, registrou uma alta de aproximadamente 11% na cuba, com doze unidades e 1%, com trinta unidades. Nas feiras e mercados municipais, o levantamento identificou uma queda de 12% na dúzia e 5% na bandeja, ambos considerando a variação mensal. Na análise do acumulado deste ano, os produtos vendidos nas feiras também registraram alta, sendo 14% (dúzia) e 10% (bandeja).

Segundo Santana, o tipo de ovo mais consumido é o Especial, que saiu de em média R$ 26 para R$ 20. Dos demais tipos comercializados, o Jumbo é o mais caro, custando cerca de R$ 35, seguido pelo vermelho a R$ 30. Ela defende os efeitos do verão como fator principal para a mudança de preço, porque as altas temperaturas afetam o armazenamento dos ovos e a demanda dos consumidores devido ao período de férias.

“Nesse tempo de muito sol a gente tem que vender mais em conta. A galera também está viajando e a renda está menor devido às férias. Aí a gente tem que baixar um pouco o preço”, explica a vendedora.

Recuo prevê aumento

Os preços mais baixos devem durar em torno de um mês, mas precedem uma nova leva de aumentos, conforme avaliação do gerente de vendas de uma granja, Helyson Oliveira. O representante do setor afirma que esse movimento é diretamente influenciado pelas taxações sobre produtos brasileiros, impostas pelo presidente americano, Donald Trump. 

Ele lembra que antes das tarifas, o mercado nacional assumiu a liderança no abastecimento de ovos e frangos para os Estados Unidos após uma crise de gripe aviária no país. No entanto, com as sanções comerciais, o preço dos produtos se elevou e esse mercado se fechou. Para dar um destino a produção que seria destinada aos EUA, o setor iniciou um processo de descarte, o que reduz os preços temporariamente.

Esse processo, segundo Oliveira, dura em média um mês e tem como finalidade readaptar o mercado para voltar a abastecer a demanda nacional. “Não faz sentido manter uma produção tão grande se não tem mais quem compre”, afirma.

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Poder de compra

O poder de compra mais baixo dos consumidores, afetado pela situação econômica do país, seria outra das razões para o setor adotar preços mais atraentes. A avaliação é do presidente da Associação Paraense de Avicultura (Apav), Cláudio Afonso Martins. “O motivo é que o povo está sem dinheiro, a economia vai muito mal, não tem dinheiro circulando na praça”, afirma o porta-voz, tanto sobre os ovos, quanto sobre o frango.

Ele também atribui as tarifas ao aumento, que forçaram os produtores a reduzirem suas produções, o que encarece os preços do produto final, para os consumidores. Quanto ao clima mais quente, ele estima impactos menos visíveis.

“Na produção de ovos, as temperaturas altas afetam a fisiologia da galinha e diminuem a produção, mas não é o caso desse ano, porque está chovendo bem. Já no frango de corte, os galpões são climatizados, por isso não afeta. A produção de grão deste ano está sendo muito boa também, o clima ajudou”, explica.

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