Filhotes de tartaruga-oliva são soltos na Praia do Atalaia, em Salinópolis
As 'tartaruguinhas marinhas', diferentemente das espécies fluviais, precisam ser soltas imediatamente após a eclosão dos ovos

Cerca de 70 filhotes de tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) foram soltos na manhã desta terça-feira (8), na Praia do Atalaia, em Salinópolis, nordeste do Pará. A iniciativa faz parte do Projeto de Monitoramento de Desovas de Tartarugas Marinhas (PMDTM), uma medida de controle e acompanhamento exigida pelo licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama). As ‘tartaruguinhas marinhas’, diferentemente das espécies fluviais, precisam ser soltas imediatamente após a eclosão dos ovos.
A soltura dos filhotes ocorreu nas adjacências da Unidade de Conservação (UC) Monumento Natural do Atalaia, gerida Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), que acompanha de perto a iniciativa. No Pará, o projeto é executado pela Associação para a Conservação e Uso Sustentável de Recursos Naturais em Ambientes Úmidos da Amazônia (ARVUT), em parceria com o Instituto Bicho D’Água.
A coordenadora do projeto na região, a bióloga Josie Figueiredo, explica que o momento da soltura é determinado exclusivamente pelo tempo da natureza. “Não é possível programar solenidades ou ações com hora marcada. Nosso foco é garantir que esses filhotes cheguem com segurança ao mar, seguindo seu instinto natural. Então são soltos após a eclosão dos ovos”, detalhou.
Conscientização
O trabalho realizado vai além do acompanhamento dos ninhos. A equipe também promove ações educativas com banhistas e moradores da região, alertando sobre a importância da conservação das tartarugas marinhas. Todos esses animais estão classificados como ameaçados de extinção. A soltura desta terça-feira representa mais um marco no esforço contínuo de proteção à espécie.
O Monumento Natural do Atalaia possui uma área protegida de 256,58 hectares e abriga ecossistemas costeiros sensíveis e vitais, como dunas, restingas, manguezais e lagos. A presença de espécies como a tartaruga-oliva é um indicador direto da qualidade ambiental da região e reforça a importância da conservação dessas áreas protegidas.
A soltura dos filhotes também sensibiliza a população sobre a importância de respeitar os ciclos da natureza. Muitos turistas e moradores que presenciaram a cena se emocionaram ao ver os pequenos animais fazendo seu caminho rumo ao mar, em um dos momentos mais frágeis e emblemáticos de sua vida.
Nesta temporada reprodutiva, ainda restam dois berçários monitorados à espera da eclosão dos ovos. As equipes seguem em campo, garantindo que cada novo nascimento seja acompanhado com rigor técnico, segurança e respeito à vida. A expectativa é que, em breve, novas turmas de filhotes iniciem sua jornada no oceano.
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