Pará registra 133 casos de câncer de pâncreas desde 2023; veja como prevenir
Sete casos foram registrados apenas em 2025
O estado do Pará contabilizou 133 casos de câncer de pâncreas em cerca de dois anos e meio, de 1º de janeiro 2023 até 7 de julho de 2025. Desses, sete foram registrados apenas em 2025, o que representa aproximadamente 5,2% do total. Belém lidera o número de ocorrências, com 47 casos, seguida por Santarém (8) e Ananindeua (7), segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
A doença voltou ao centro das atenções após o apresentador e chef de cozinha Edu Guedes, de 50 anos, revelar, no último fim de semana, que está enfrentando um câncer pancreático. A notícia teve grande repercussão nas redes sociais. Edu passou por uma cirurgia de emergência no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e permanece internado, já em fase de tratamento.
De acordo com a assessoria, o apresentador procurou atendimento médico após sofrer uma crise renal. Durante os exames, foi diagnosticado com câncer no pâncreas e, no sábado, precisou ser submetido a uma segunda cirurgia relacionada ao novo diagnóstico.
O pâncreas é um órgão vital localizado na parte superior do abdômen, responsável pela produção de enzimas digestivas e hormônios como a insulina, que regula os níveis de glicose no sangue. Quando há um tumor maligno nessa região, funções importantes do organismo — como a digestão e o controle glicêmico — podem ser rapidamente afetadas.
O câncer de pâncreas é considerado um dos mais agressivos, com diagnóstico muitas vezes tardio e alta taxa de mortalidade. Isso se deve ao fato de que os sintomas geralmente só aparecem em estágios avançados. No entanto, quando descoberto precocemente, as chances de sucesso no tratamento aumentam significativamente.
“A notícia de que alguém saudável é diagnosticado com câncer costuma ser um grande choque. A maioria dos cânceres é silenciosa no início, o que dificulta o diagnóstico precoce. Muitos tipos não contam com exames preventivos padronizados”, afirma a oncologista clínica Paula Sampaio, do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB).
Segundo dados mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil registrou 10.980 novos casos de câncer de pâncreas em 2022. Em 2021, foram 11.974 mortes causadas pela doença, evidenciando sua alta letalidade.
Principais sintomas
Por ser uma enfermidade de evolução silenciosa, os sintomas muitas vezes são ignorados ou confundidos com outras doenças. Os mais comuns incluem: dor abdominal persistente (que pode irradiar para as costas); perda de peso repentina e inexplicável; cansaço extremo; icterícia (pele e olhos amarelados); urina escura e fezes esbranquiçadas; e náuseas e falta de apetite
Fatores de risco
O risco de desenvolver câncer de pâncreas está associado ao tabagismo, excesso de gordura corporal, diabetes mellitus e pancreatite crônica não hereditária.
Prevenção
A melhor forma de prevenir o câncer pancreático é por meio da prevenção primária, ou seja, mantendo um estilo de vida saudável. Isso inclui a prática regular de atividade física, alimentação balanceada, evitar o consumo de álcool e cigarro, além de combater a obesidade e o sedentarismo.
“A adoção de hábitos saudáveis pode reduzir em até 40% o risco de desenvolvimento de câncer”, destaca a médica Paula Sampaio.
Diferente de outros tipos, como os de mama ou próstata, o câncer de pâncreas não possui protocolo oficial de rastreamento, o que reforça a importância da prevenção por meio de escolhas de vida mais saudáveis.
Tratamento no SUS
O tratamento especializado para câncer de pâncreas no Sistema Único de Saúde (SUS) é oferecido no Hospital Ophir Loyola, em Belém, e no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém. A Sespa enfatiza que a prevenção e o rastreamento de doenças crônicas não transmissíveis devem ser iniciados pela atenção básica de saúde, responsável por realizar o primeiro atendimento e encaminhar adequadamente os pacientes.
Casos de câncer de pâncreas por ano no Pará
2023: 69 casos
2024: 57 casos
2025: 7 casos
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