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Postos de gasolina registram alta de preços em Belém

Levantamento da ANP mostra que houve aumento de até R$ 0,10 por litro. Nos postos, variação de preços chega a R$ 0,20

Fabrício Queiroz

Os motoristas que abastecem nos postos de combustíveis do estado do Pará notaram um aumento no preço da gasolina nos últimos dias. A pesquisa semanal de preços divulgada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostra que houve um aumento de 1,47% nos valores praticados em todo o país entre as semanas de 2 a 8 de outubro e de 9 a 15 de outubro, com a gasolina comum passando de R$ 4,79 para R$ 4,86. Esse foi o primeiro aumento detectado pelo levantamento após 15 semanas de baixa.

No Pará, a flutuação foi menor, mas também há indicativo de alta. No estado, a pesquisa mostra que o preço médio da gasolina comum era de R$ 4,60, enquanto a gasolina aditivada custava R$ 5,07 entre 2 a 8 de outubro. Já na semana passada, o preço médio da gasolina aditivada passou para R$ 5,10, mas a comum sofreu uma redução para R$ 4,57.

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Em Belém, no entanto, os consumidores puderam encontrar oscilações de até R$ 0,10 por litro. Segundo a ANP, o período anterior da pesquisa, a gasolina comum custava R$ 4,60 e a aditivada R$ 5,07. Porém, na semana seguinte, os valores médios estavam cotados em R$ 4,61 e R$ 5,17, respectivamente.

Nos postos de combustível da capital não é difícil encontrar uma grande variação entre os preços praticados. No bairro do Marco, por exemplo, um estabelecimento localizado na avenida João Paulo II vende gasolina comum a R$ 4,79 para pagamentos em dinheiro, débito ou pix. Já quem opta por pagar no cartão de crédito deve desembolsar R$ 5,89 a cada litro.

Na avenida Almirante Barroso, alguns postos oferecem gasolina a R$ 4,69; e na avenida Duque de Caxias, o preço observado foi de R$ 4,59. Funcionários de alguns estabelecimentos relataram à redação integrada de O Liberal que as mudanças começaram na semana passada, com reajustes que variam de R$ 0,10 a R$ 0,15. Em razão disso, proprietários de veículos como o autônomo Wagner Souza, 45, tem circulado entre vários locais para encontrar gasolina mais em conta.

“Tem alguns postos que teve reajuste de até R$ 0,20. A gente encontra preço menor na saída da cidade, na BR (316). Por lá R$ 4,39 até R$ 4,45. Aqui em Belém, até R$ 4,79 eu já encontrei”, relatou o Wagner enquanto abastecia em um posto na Duque.

image Em Belém, valor da gasolina chega a R$ 4,79. Clientes que pagam em crédito também pagam valores mais altos (Igor Mota / O Liberal)

O engenheiro civil Luan Henrique, 28, que chegou na quarta-feira na capital disse que a variação de preços é evidente também no município de Marabá, no sudeste do Pará, onde ele mora. “Há uma semana atrás eu tava abastecendo por R$ 4,79, agora já tá custando R$ 4,99. Aqui em Belém, encontrei postos com valor de R$ 4,59, mas para conseguir esse desconto tenho pesquisado e prefiro pagar em débito ou pix”, conta.

Apesar da elevação nos preços, um boletim da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) informa que valor médio da gasolina nas refinarias do Brasil estaria defasado em até R$ 0,30 por litro com base nas variações da Política de Paridade Internacional (PPI).

Entenda a alta no preço da gasolina

De acordo com Pietro Gasparetto, advogado do Sindicato do Comercio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis e Lojas de Conveniência do Estado do Pará (Sindicombustíveis-PA), um dos fatores que explica a alteração nos valores é a influência da alta do dólar sobre o barril do petróleo. Como muitas distribuidoras importam combustível, esse produto é precificado em moeda estrangeira, o que eleva naturalmente os preços no país.

“Essas elevações são naturais do mercado. O preço do combustível deveria acompanhar o preço internacional do petróleo, mas eventualmente políticas de redução de preços ou de manutenção dos preços das Petrobras podem ter um impacto significativo dentro do país, porém não são garantias de que o preço não vá subir em razão do mercado externo”, afirma Gasparetto.

Por sua vez, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que acompanha a evolução dos preços, e chegou a apontar o Pará entre os 10 estados com valores mais caros para gasolina, etanol, diesel e gás de cozinha, informa que os levantamentos recentes da ANP não permitem fazer uma análise completa, já que as pesquisas apresentam dados de menos municípios, o que influencia a metodologia aplicada.

Mesmo assim, o técnico e pesquisador do Dieese-PA, Everson Costa avalia que as flutuações estão ocorrendo e deve haver nova alteração em breve. “Vivemos um cenário em que teve queda puxada pela redução das alíquotas do ICMS. Isso fez com que os preços passassem a ter uma redução, mas tem outro fator que é a manutenção da política de preços na paridade internacional. Houve um aumento do preço do barril do petróleo puxada pela variação do dólar. E é o mercado internacional que dita a dinâmica dos preços”, contextualiza o pesquisador que projeta reajustes no próximo mês. “Os preços estão segurados até aqui e depois das eleições deve vir alguma correção, mas de quanto será esse reajuste nós ainda não sabemos”.

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