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Mercado local de joias e pedras preciosas tem se voltado ao consumo consciente

Valores variam conforme design, tipo de pedras e demais materiais atrelados ao objeto

Maycon Marte
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O mercado de joias e pedras preciosas em Belém mudou seu comportamento nos últimos anos, atraindo um público muito focado no consumo consciente. Segundo o joalheiro João Amorim, presente no segmento há mais de vinte e cinco anos, na última década, cresceu a busca por joias feitas com matéria-prima legalizada, sem uso de mão de obra escrava ou produtos ilegais. O valor médio de uma peça varia de R$ 45 a R$ 45 mil, conforme o design, tamanho e matéria-prima utilizada, além da mão de obra e outros materiais agregados, com explica Amorim.

A mudança do perfil dos clientes atinge os dois principais perfis de compradores, divididos de maneira equilibrada entre consumidores locais e turistas, ambos com a adoção das práticas mais conscientes. A pergunta mais comum dessa nova geração de consumidores, segundo ele, é sobre a origem dos produtos. “O mercado local começou a mudar recentemente, de uns três anos para cá, mas há dez anos muita gente entra aqui na loja querendo saber, de onde o ouro veio, de onde a prata veio”, relembra.

Uma parte relevante dos clientes, segundo ele, acredita que as pedras são retiradas até mesmo na região metropolitana de Belém, em municípios como Ananindeua. Mas, apesar de a sua produção ser predominantemente abastecida de matéria-prima local, as extrações desses recursos se concentra na região sul do Pará.

“A matéria-prima vem geralmente de empresas que trabalham com metal e ouro, ou com gemas propriamente, porque, em geral, a nossa empresa possui a lapidação própria, então a gente compra essa peça bruta direto dos mineiros ou de empresas e cooperativas, por isso você tem a origem desse material”, explica Amorim.

A rastreabilidade da origem dos materiais, segundo ele, garante que não há “falha nem na origem de onde foi feito e nem o problema de ter sido feito ilegalmente”. Cada empresa que fornece as pedras para o joalheiro precisa obrigatoriamente de um certificado emitido por uma série de órgãos fiscalizadores. Esses procedimentos asseguram métodos de extração legais e o uso de trabalhadores em condições igualmente legalizadas.

O joalheiro também elogia a qualidade da produção estadual e nacional de gemas. “80% de toda gema colorida que tem aqui no Brasil é exportada, não é o consumidor brasileiro que está consumindo, é o mundial”, afirma.

Além das pedras tradicionais, também são utilizados outros tipos de materiais, como sementes, caroços de tucumã, coco, casca de pupunha e açaí, por exemplo. “Mais recentemente a gente está usando algumas coisas do nosso cotidiano, como o controle remoto de uma TV antiga”, exemplifica.

Valorização

O reconhecimento das joias e da matéria-prima encontrada na nossa região é refletida na reação de consumidores externos, seja de outros estados ou de outros países. Amorim lembra da surpresa de grupos vindos de transatlânticos, com vasta experiência em outros lugares do mundo, no momento em que se deparam com as produções locais. Mais que a matéria, chama atenção também o design diferenciado feito no estado, o que valoriza as peças e agrega valor.

Na hora de precificar as joias, ele explica que existem materiais que podem aumentar o preço, em especial, devido ao seu grau de raridade. “Muita coisa que imaginamos, como safira e rubi, em geral, vem de fora, nós não temos jazidas dessas pedras aqui no Pará. Do restante, a grande maioria é totalmente nossa”, explica. A escolha das pedras, somada ao design elaborado para cada peça, auxiliam na precificação de cada peça, com valores que, segundo o empreendedor, vão “desde R$ 45 até o limite R$ 45 mil”.

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Lapidação

Segundo a lapidária paraense Leila Salame, as pedras mais procuradas nos garimpos estaduais são os quartzos, como ametista e citrino, por exemplo. Essa demanda existe por serem também as pedras com maior abundância no estado. A principal fonte dessa matéria-prima está situada no garimpo de Alto Bonito, no município de Marabá, sudeste paraense, a aproximadamente 48 quilômetros de Parauapebas.

No caso da matéria bruta, Leila explica que a precificação considera a unidade de medida por quilo, enquanto, após lapidada, são avaliados por quilates. Em seu estado bruto, os valores podem variar de R$ 50 a R$ 500 o quilo, já lapida a variação fica entre R$ 10 e R$ 5 o quilate. A diferenciação entre pedras preciosas e semipreciosas entrou desuso, e, segundo a lapidária, não influencia em uma dinâmica de precificação.

“Normalmente a pedra preciosa, dependo da qualidade dela, ela é mais barata do que a semipreciosa, então já acabou essa denominação. O que precifica é a seleção, a qualidade, lapidação, cor, tudo isso faz com que se altere o seu valor”, explica Leila.

Quanto a finalidade da matéria-prima, embora as joias sejam mais comuns, outros artesanatos podem ser elaborados a partir das pedras. A lapidária também relata uma demanda grande de clientes esotéricos, que associam o equilíbrio de energias e espiritualidade as pedras.

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