Festas juninas aquecem setor de costura em Belém: “Nossa agenda já está lotada”, diz profissional
Costureiras ajustam rotina e agenda para dar conta das demandas no período junino

Junho é sinônimo de festa — e também de muito trabalho para quem vive da costura em Belém. Flávia Lima, 48 anos, costureira há 25 anos no ramo, já sente o ritmo acelerado no ateliê com a chegada das festas juninas. A procura por roupas típicas, novas ou customizadas, começou cedo este ano e já garante uma rotina acelerada. “Nossa agenda já está bem lotada, graças a Deus”, conta.
A quadra junina representa cerca de 30% do faturamento anual do ateliê de Flávia Lima. Apesar de datas como o Dia das Mães, o Carnaval e o Natal também impulsionarem o negócio, junho ocupa lugar de destaque. “É um mês bem caloroso. As pessoas estão animadas, o tempo está bonito, sem chuvas. Tudo isso influencia no movimento do comércio, das doceiras às costureiras”, afirma.
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A profissional atende um público diversificado: de bebês com apenas seis meses até adultos que participam de confraternizações no ambiente de trabalho ou se preparam para dançar em quadrilhas. Apesar da alta demanda, ela prioriza um atendimento mais personalizado. “Geralmente trabalhos de escola eu costumo não pegar, porque é muito massificado. Trabalhamos mais com roupas personalizadas mesmo, deixando elas com a cara do cliente”, explica.
Neste ano, Flávia já contabiliza cerca de 15 encomendas, entre roupas novas e peças reutilizadas que passam por transformações. A costureira afirma que sentiu um aumento na procura em comparação aos anos anteriores e acredita que esse crescimento está diretamente ligado ao retorno gradual das interações sociais após a pandemia.
“A partir do momento que esse período de pandemia foi saindo, nós percebemos que as pessoas realmente estão confraternizando mais, se expondo mais. Participando de festividades seja de credo religioso ou período junino, ou ainda pequenas confraternizações. As pessoas voltaram realmente a confraternizar”
A movimentação do mercado reflete na rotina da costureira, que ampliou o horário de atendimento aos sábados. “Normalmente fechamos às 14h, mas agora estamos indo até às 18h. Nesses meses de aquecimento nós sempre colocamos uma carga horária mais extensa”, comenta Flávia.
Impacto do calendário escolar e da COP 30
Enquanto Flávia aposta na personalização, a costureira Rossana Araújo, que trabalha há anos com confecção de roupas para escolas, explica que o fluxo de pedidos este ano está diretamente ligado à reorganização do calendário escolar devido à realização da COP 30, marcada para novembro, em Belém.
“Trabalho para as escolas há anos e, devido à COP 30, os dias das festas foram mudados. Algumas foram antecipadas para o início do mês e outras adiadas para o final. Por conta disso, neste momento, estão chegando apenas as demandas para o início do mês”, conta Rossana.
Ela acrescenta que ainda não é possível medir o impacto total da quadra junina deste ano, mas já prevê uma rotina intensa. “Quanto a como está sendo este mês, ainda não posso responder, devido às trocas nas datas das festas juninas. Mas estamos cientes de que vai ser uma correria.”
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