Barracas de comida entram em clima junino com pratos típicos por até R$ 17
Vendas já disparam logo no segundo dia do mês e preços estão mais altos, segundo o Dieese

O clima de festa junina tomou conta do setor de alimentação desde os primeiros dias do mês, com uma movimentação intensa de consumidores em busca das comidas tradicionais do período. Vendedoras de comida relataram que os clientes estão apostando no mais tradicional, como mingau de milho, quindim e bolo podre. Os preços este ano, nas barracas em um dos shoppings da cidade, variam em média de R$ 10 a R$ 17, conforme o produto. As pesquisas de preço do Dieese-PA sobre as comidas juninas identificaram aumentos de quase 22% em relação ao mesmo período do ano passado.
Rosa Almeida, vendedora de comida há pelo menos dezessete anos, explica que os momentos de maior venda são aos fins de semana, especialmente aos sábados. Embora seja apenas os primeiros dias do mês junino, também não se surpreende com a demanda alta, pois, segundo ela, os consumidores aguardam muito tempo pelas iguarias. Além dos pratos mais buscados, receitas como canjica, paçoca e cocada, dividem espaço com as comidas regionais, que não faltam em nenhuma data comemorativa.
“Olha, está bem movimentado. Nosso fluxo maior é no sábado, mas hoje foi surpreendente. O Quindim é a nossa grande pedida, além das nossas paçoquinhas também, mas o bolo de macaxeira é o mais procurado”, afirma Almeida.
A vendedora Jade Souza, que está pela primeira vez no fluxo da quadra junina, também descreve surpresa com um movimento tão intenso logo de início. “Teve muita procura de todos os tipos de comida, mas o mingau de milho então que chamou a atenção e o bolo de macaxeira também, mesmo hoje sendo só o segundo dia de junho”, afirma. Os valores em ambas barracas mantém o teto dos R$ 17 e estão situadas em um dos shoppings da capital.
Dados do Dieese-PA (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) apontam quase 22% de aumento em alguns pratos, entre regionais e juninos, na comparação ao mesmo período do ano anterior. Segundo a entidade, o aumento se justifica devido ao encarecimento dos ingredientes utilizados no preparo das comidas.
O prato junino com o maior aumento, conforme identificado no levantamento, foi o bolo de milho, que saiu de R$ 8 para R$ 9,75, um aumento de aproximadamente 21%. Seguido por mingau de milho e tapioca (19%), na medida de um copo de 300 ml e os bolos podre e de macaxeira (16%). Já os ingredientes dessas comidas alcançam um reajuste de aproximadamente 17% no mesmo período analisado, sendo o azeite de dendê (17%) e o leite de coco (16%), os maiores percentuais.
No caso das comidas regionais, também encontradas nas barracas durante a quadra junina em Belém, os valores tendem a subir mais, custando até R$ 35. O levantamento também analisou o reajuste desses pratos e identificou um aumento nos principais pratos. Segundo eles, a cuia do Tacaca está sendo comercializada em média a R$ 26,38, seguida por Vatapá (R$ 26,18), Caruru (R$ 26,48) e Maniçoba (R$ 26,38).
VEJA MAIS
Expectativa intensa
Assim como os demais consumidores que já movimentaram os quiosques nos primeiros dias do período junino, a pedagoga Joyce Gomes, não demorou para consumir as comidas típicas. Com um mingau de milho na mão e uma sacola cheia de adereços juninos, ela conta que todos os anos aguarda ansiosa pelas festividades e não deixa participar ativamente. Isso se reflete até mesmo na sua família, que produz e consome as comidas juninas reunidos em casa.
“Adoro esse mês, é o melhor mês do ano para mim. Se você vê minha sacola já está cheia de cocais, de chapéu, de fita, porque eu já vou para a festa. Eu gosto também gosto de fazer o mingau de milho em casa e já até fiz, na verdade”, explica.
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA