Veja outras sete vezes em que o Pará foi homenageado pelas escolas de samba do Rio de Janeiro

Referências à cultura, folclore, fé e problemas sociais paraenses já deram títulos, sambas históricos e até um rebaixamento às agremiações

Fernando Assunção
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A chegada dos búfalos na Ilha do Marajó, a arte e o folclore da região e homenagens ao Mestre Damasceno foram o tema do desfile da Paraíso do Tuiuti, enquanto o Círio de Nazaré foi representado em uma ala da Unidos de Vila Isabel, no segundo dia das apresentações das escolas de samba do Rio de Janeiro. Mas essas não foram as primeiras vezes que a cultura e a fé paraense foram destaques na Marquês de Sapucaí.

As referências ao Pará já deram às agremiações cariocas títulos, sambas históricos e até um rebaixamento. Confira!

image Círio de Nazaré é homenageado no desfile da Vila Isabel no Carnaval do Rio de Janeiro
A apresentação levou para a avenida os maiores símbolos da fé paraense, como a berlinda, a corda, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré e os romeiros

image Paraíso do Tuiuti traz ilha do Marajó e Mestre Damasceno para a Sapucaí, exaltando o Pará
A agremiação mostrou no desfile esculturas de animais, sendo eles amazônicos, indianos e até mitológicos

image Paraíso do Tuiuti 2023: saiba a letra do samba-enredo da escola que homenageia o búfalo do Marajó
A canção narra a chegada dos búfalos ao Brasil, na Ilha do Marajó, e como isso se transformou em uma manifestação cultural

1975 - Estácio de Sá (10º lugar)

Em 1975, a Estácio de Sá lançou um de seus sambas considerados de melhor qualidade, “A Festa do Círio de Nazaré” - que até hoje é tema do Auto do Círio. Apesar da aclamação da trilha, a escola terminou a disputa daquele ano na 10ª colocação. O samba é um dos grandes clássicos do estilo e já foi regravado por intérpretes como Alcione, Elza Soares, Dudu Nobre e Leci Brandão

1993 - Salgueiro (campeã)

Um dos maiores sucessos da história, não só da Salgueiro, mas do carnaval carioca, o samba-enredo “Peguei um Ita no Norte” - ou “Explode Coração”, como é mais conhecido -, foi o grande vencedor da disputa de 1993 e faz referência direta a Belém. Inspirado na canção de mesmo nome de Dorival Caymmi, o samba narra uma viagem a bordo do vapor Itapé, quando o compositor baiano migrou em 1938 para o Rio de Janeiro. Na letra, a embarcação tem como ponto de partida a capital paraense. "Adeus, Belém do Pará", diz a letra.

1998 - Beija-Flor (campeã)

Em 1998, a criação do mundo segundo a tradição Caruana da Ilha do Marajó deu a Beija-Flor a sua sexta vitória e o fim de um jejum de quinze anos sem vencer o grupo especial. O enredo “O Mundo Místico dos Caruanas na Águas do Patu-Anu” exaltou as tradições e cultura paraense influenciadas pelos indígenas, tendo como base os escritos da pajé marajoara Zeneida Lima.

2004 - Viradouro (4º lugar)

No ano de 2004, a Viradouro reeditou o samba-enredo de 1975 da Estácio de Sá, em homenagem ao Círio de Nazaré, com o enredo “Pediu pra Pará, Parou! Com a Viradouro Eu Vou… Pro Círio de Nazaré”. Dessa vez, a agremiação fez justiça ao “natal dos paraenses” e levou o 4º lugar da disputa, retornando para o desfile das campeãs. Na ocasião, dezenas de paraenses participaram do desfile, incluindo personalidades como Fafá de Belém.

2013 - Imperatriz Leopoldinense (4º lugar)

A Imperatriz Leopoldinense homenageou o Estado em 2013 com o tema “Pará - O Muiraquitã do Brasil. Sobre a Nudez Forte da Verdade, o Manto Diáfono da Fantasia”, que promoveu uma verdadeira celebração da natureza, comidas típicas, pontos turísticos, arte marajoara, ritmos e fé paraense e, ainda, trouxe Fafá de Belém, Gaby Amarantos e Dira Paes para o desfile. A escola ficou em quarto lugar no grupo especial, retornando para o desfile das campeãs, com a icônica introdução: "O Pará é a obra prima da Amazônia".

2017 - Imperatriz Leopoldinense (7º lugar)

Em 2017, a Imperatriz Leopoldinense voltou a fazer referências ao Pará, dessa vez, com um cunho de crítica social. Com o enredo "Xingu - O Clamor que Vem da Floresta", a agremiação defendeu a demarcação das terras indígenas e denunciou os impactos do desmatamento ilegal e da megaobra da usina hidrelétrica de Belo Monte - chamada de “Belo Monstro” -, instalada na Bacia do Xingu, próxima a Altamira, sudoeste do Pará. A escola terminou o carnaval em 7º lugar no grupo especial, não retornando no desfile das campeãs.

2020 - Estácio de Sá (rebaixada)

Em 2020, a Estácio de Sá retornou, após quatro anos, ao principal grupo do carnaval do Rio de Janeiro, cantando sobre o papel das pedras na história da humanidade. Na referência ao Pará, com o teor de crítica social, a agremiação mostrou o efeito dos garimpos na região dos Carajás. “O garimpo traz o ouro a cobiça dos mortais. Peneirar, peneirar. Devastando a natureza no Pará dos Carajás”, diz o samba. Mas a apresentação não agradou e a agremiação terminou a disputa sendo mais uma vez rebaixada.

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