Theatro da Paz recebe 'Mostra de Teatro Nilza Maria' com peças a partir desta quinta-feira (19/06)
A programação conta com uma montagem por dia, incluindo produções adultas e infantis, com temáticas e estéticas variadas

Começa nesta quinta-feira (19/06), no Theatro da Paz, em Belém, a 5ª edição da Mostra de Teatro Nilza Maria. Com entrada gratuita, a programação segue até o domingo (22/06), com a apresentação de cinco espetáculos selecionados pela curadoria do Theatro, que celebram a diversidade da produção cênica do Pará. A iniciativa é do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e do Theatro da Paz.
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Os ingressos para cada espetáculo podem ser retirados no site Ticket Fácil, a partir das 9h do dia da apresentação, ou presencialmente, duas horas antes, na bilheteria do teatro. A programação conta com uma montagem por dia, incluindo produções adultas e infantis, com temáticas e estéticas variadas.
Neste ano, a Mostra presta homenagem ao ator, jornalista e roteirista Mário Alberto Filé, falecido em fevereiro deste ano. Ele fez história na cena teatral paraense, principalmente no espetáculo “Ver de Ver-O-Peso”, com a interpretação do personagem “Urubu”.
Segundo o diretor do Theatro, Edyr Augusto Proença, a mostra sempre teve como prioridade valorizar grupos de teatro, especialmente da capital. Ele reforça, no entanto, que a meta futura é ampliar a presença de grupos do interior do Estado.
“Ainda há atores com carreira consolidada que nunca pisaram no palco do Theatro da Paz. Colocar artistas paraenses na casa mais amada pelo povo do Pará é reconhecer a importância da arte que eles desenvolvem”, afirma.
Programação
A mostra será aberta na quinta às 20h, com o espetáculo “A Farsa da Boa Preguiça”, da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA). Com direção de Karine Jansen e Larissa Latif, a peça é baseada na obra de Ariano Suassuna e acompanha o poeta popular Joaquim Simão em sua jornada pela sobrevivência no sertão, sem abrir mão da poesia e da liberdade.
Na sexta-feira (20/06), também às 20h, o Grupo Usina apresenta “Solo de Marajó”, inspirado no romance “Marajó” (1947), do escritor paraense Dalcídio Jurandir. A montagem reúne pequenas histórias que revelam o cotidiano e o imaginário da ilha.
No sábado (21/06), às 20h, o espetáculo “Ver de Ver-O-Peso”, do Grupo Experiência, sobe ao palco. A montagem é considerada um clássico do teatro paraense e tem uma forte ligação com o ator Mário Filé, homenageado da mostra, que integrava o elenco original com a marcante interpretação dos “urubus”.
O domingo (22/06), será dedicado ao público infantil, com duas apresentações. Às 11h, o grupo In Bust Teatro com Bonecos encena “Pinóquio”, e às 18h, o grupo Palhaços Trovadores apresenta “O Menor Espetáculo da Terra”.
Para Edyr Augusto, a escolha da programação infantil também tem um objetivo formativo. “O Theatro precisa receber aos domingos e sábados um outro tipo de público. É necessário apresentar o teatro ao público infantil desde cedo, para que, mais adiante, tenhamos uma plateia mais ampla para os espetáculos adultos”, explica.
O diretor explica que a curadoria dos espetáculos deste ano também buscou diversidade nos grupos selecionados, reunindo coletivos mais recentes e outros com trajetória consolidada. “Queremos dar espaço a quem ainda não se apresentou no Theatro e, ao mesmo tempo, reconhecer o trabalho de grupos como o Experiência, com décadas de atuação”, afirma Edyr Augusto.
Ele afirma que manter a mostra com entrada gratuita é parte do compromisso de democratização do acesso. “Queremos todo o povo presente, sem nenhum obstáculo, nem preço. É uma forma de garantir que todos possam desfrutar do teatro paraense em seu palco mais simbólico”, disse.
Reconhecimento e preservação da memória
A mostra leva o nome de Nilza Maria, atriz referência no teatro paraense que faleceu aos 97 anos, em 2020. Com sete décadas dedicadas à arte de interpretar, ela começou sua trajetória artística pelas tradicionais novelas de rádio, o veículo de comunicação mais popular do país entre os anos 40 e 50.
Durante o auge dos folhetins radiofônicos no país, em Belém, Nilza Maria estava à frente como intérprete pioneira na arte dramática. Após o rádio, ela se apaixonou pelo cinema e pelo teatro e chegou ao século XXI como ícone dos palcos no Estado.
Segundo Edyr Augusto, a escolha do nome da Mostra é uma forma de preservar a memória de artistas que marcaram a história cultural do Pará. “Nilza foi radioatriz, fez televisão, cinema e muitas peças de teatro. Tinha um talento incrível, uma dicção perfeita e uma compreensão total da presença no palco. Era uma líder e apoiava todos os colegas. É, sem dúvida, um grande nome do nosso teatro”, recorda.
Já a escolha de Mário Filé como homenageado, segundo o diretor, é uma reverência a toda a trajetória do artista na história do teatro na região. Ele ressalta que o artista foi muito mais que um ator: era uma figura inteligente, generosa e profundamente envolvida com o fazer teatral, sempre disposto a apoiar quem estava começando.
“Homenagear o Mário Filé é homenagear todo o teatro. Ele foi um grande ator, mas também alguém que pensava muito sobre o teatro, e tinha um talento enorme. É uma justiça à sua carreira e ao seu brilhantismo”, afirma Edyr Augusto.
SERVIÇO:
V Mostra de Teatro Nilza Maria
- Dias: 19 a 22 de junho;
- Local: Theatro da Paz.;
- Aberto ao público.
AGENDE-SE!
- 19/06, 20h - “A Farsa da Boa Preguiça” - Escola de Teatro e Dança da UFPA;
- 20/06, 20h - “Solo de Marajó” - Grupo Usina;
- 21/06, 20h - “Ver de Ver-O-Peso” - Grupo Experiência;
- 22/06, 11h - “Pinóquio” - In Bust Teatro com Bonecos;
- 22/06, 18h - “O Menor Espetáculo da Terra” - Palhaços Trovadores.
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