Sucesso dos livros e da TV, ‘O Diário de Pilar’ ganha versão live-action filmada na Amazônia
Com estreia marcada para 15 de janeiro, produção gravada em Belém, Alter do Chão e Rio de Janeiro destaca talentos paraenses
A franquia “O Diário de Pilar”, que conquistou milhares de leitores, ganhou os palcos do teatro e uma série de animação na televisão, chega agora aos cinemas em 15 de janeiro de 2026 com o lançamento de “O Diário de Pilar na Amazônia”, primeira adaptação live-action da obra de Flávia Lins e Silva. Com mais de 800 mil exemplares vendidos e traduções para oito países, a produção aposta em um entretenimento familiar que destaca a importância da preservação ambiental em uma aventura que mistura fantasia e folclore, em um filme produzido pela Conspiração e coproduzido e distribuído pela The Walt Disney Company.
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No longa, o público acompanha a personagem de Lina Flor, uma menina curiosa que recebe do avô uma rede mágica capaz de transportá-la para diferentes lugares. Ela embarca para a Amazônia ao lado de seu melhor amigo, Breno (Miguel Soares), e do inseparável gato Samba. A dupla chega à floresta e conhece Maiara, vivida pela paraense Sophia Ataíde, uma ribeirinha que teve sua comunidade destruída; e Bira, interpretado por Thúlio Naab, também natural de Belém, um garoto que percorre os rios em busca de um pirarucu lendário de quatro metros.
Juntos, os amigos mergulham em uma jornada marcada pelo encontro com o Curupira, a Iara e o Boto, e pela missão de reencontrar a família de Maiara e impedir o avanço do desmatamento. “O filme está mágico. Tudo que imaginei nos livros está lá: seres folclóricos, a rede mágica, o super bolso da Pilar”, contou a escritora Flávia Lins e Silva, que assina também o roteiro ao lado de João Costa Van Hombeeck, em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal.
Segundo Flávia, ver a história ganhar vida em carne e osso foi um processo emocionante. “Eu brinco que é uma sensação meio Gepeto, quando o Pinóquio ganha vida. A Pilar agora existe no mundo real”, afirmou.
Filmagens no Pará
As gravações foram realizadas no mês de novembro em Belém, Alter do Chão (Santarém) e no Rio de Janeiro, mantendo forte vínculo com a paisagem, a cultura e a rotina amazônica. Para os diretores Eduardo Vaisman e Rodrigo Van Der Put, essa imersão foi determinante. “A primeira coisa que falamos foi: precisamos ir imediatamente para lá. O filme precisava transmitir a sensação real de estar na Amazônia”, destacou Vaisman.
A equipe percorreu rios, praias e comunidades, convivendo com guias, ribeirinhos e profissionais locais. “Ouvir quem vive lá foi fundamental para fazer tudo com respeito e fidelidade. Era importante sentir o brilho da água, o cheiro da floresta, o jeito de caminhar em cada terreno”, explicou.
Já Rodrigo relembra que o processo transformou a equipe. “Ficamos um mês no Pará. A convivência, as travessias de barco e o contato diário com a natureza criaram uma integração muito forte. Todo mundo foi impactado pelo lugar e isso aparece no filme”, disse,
Os dois diretores também enfatizaram a importância de contar com talentos locais no elenco e na equipe técnica. Dezenas de profissionais paraenses atuaram em departamentos como arte, produção, direção de cena e logística.
A adaptação conta ainda com um elenco adulto que acompanha a protagonista em momentos-chave da trama. Nanda Costa interpreta Isabel, mãe de Pilar; Rocco Pitanga vive o padrasto; e Roberto Bomtempo assume o papel de Vô Pedro, responsável por entregar à neta a rede mágica que desencadeia a aventura.
Do outro lado da história, os vilões adicionam humor e tensão à jornada. Marcelo Adnet (Dr. Ernesto), Emílio Dantas (Serra), Rafael Saraiva (Zé Minhoca) e Babu Santana (Montanha) completam o time.
Para construir a amizade entre Pilar, Breno, Maiara e Bira, a equipe realizou encontros presenciais e atividades de imersão na própria Amazônia antes das filmagens. “Juntamos os quatro para mergulhar no rio, andar de bicicleta, remar em canoa. Era importante que eles vivessem aquela aventura de verdade”, explicou Rodrigo Van Der Put.
A escritora destacou que a criação do livro nasceu de suas próprias viagens pela região. “Viajei de Manaus a Santarém, fui à Floresta Nacional, fiquei em Alter do Chão, visitei Belém muitas vezes, estive no Marajó, no Acre. A Amazônia tem um imaginário que pulsa. Em todo lugar alguém tem uma história para contar”, relatou Flávia.
Para ela, ver esse material traduzido com efeitos, criaturas e paisagens reais é ‘um sonho realizado’. Com estreia marcada para o início do ano, a adaptação pretende alcançar famílias, escolas e fãs antigos da personagem. “É um filme para assistir na telona, com a família e os amigos, porque você realmente se sente viajando com a Pilar pela Amazônia”, afirmou a escritora.
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