Salomão Larêdo relança ‘Senhora das Águas’, obra de poemas sobre o Círio de Nazaré

Lançado originalmente em 1982, livro volta ao público com prefácio inédito do professor Paulo Nunes

Abílio Dantas
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Inspirado no Círio de Nazaré, o livro Senhora das Águas”, de Salomão Larêdo, retorna às livrarias mais de quatro décadas após sua primeira edição. A obra reúne cinco longos poemas em que Nossa Senhora de Nazaré é a personagem central, conduzindo o rio Amazonas e guiando ribeirinhos e caboclos que chegam a Belém para participar da grande festa religiosa. O relançamento será realizado nesta quinta-feira (21), às 17h, no box da Larêdo Editora, estande nº 198, durante a 28ª edição da Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia.

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O lançamento irá ocorrer nesta quinta-feira, 22, às 16h, no Stand da Larêdo Editora, com sessão de autógrafos

Publicada originalmente nos anos 1980, a obra nunca havia sido reeditada. Ao longo das décadas, tornou-se uma obra bastante procurada por leitores e pesquisadores, permanecendo fora de catálogo até agora. A nova edição chega ao público com incentivo do professor Paulo Nunes, da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e da Universidade da Amazônia (UNAMA), que também assina o prefácio.

Segundo Salomão Larêdo, natural de Cametá, no baixo Tocantins, a obra nasceu de suas próprias vivências. Ele recorda que, à época da primeira publicação, queria traduzir poeticamente o olhar de quem vinha do interior para acompanhar o Círio em Belém. “Era o olhar de alguém que desejava repassar a emoção de quem sai do interior e vê a grandiosidade da festa de Nazaré”, afirmou o escritor.

O autor destaca ainda a oportunidade de apresentar o texto para novas gerações. “Vejo este relançamento como um mergulho nas águas profundas da literatura que desenvolvo. É um momento de emoção para que o público mais jovem conheça o que eu estava iniciando nos anos 1980, falando de quem, para quem é, e sobre o quê da Amazônia”, explicou.

Um detalhe pessoal marca a trajetória do livro: a primeira edição foi dedicada ao filho de Salomão, Filipe, que estava prestes a nascer em outubro de 1982. Hoje, anos depois, Filipe é o editor responsável pelo relançamento. “Na época, ofereci o livro ‘àquele que nascerá por estes dias’. Não sabia ainda se seria menino ou menina. Veio o Filipe, que se tornou meu leitor e hoje meu editor. É uma emoção ainda maior ver este trabalho reeditado por ele”, contou o escritor.

As ilustrações da nova edição permanecem assinadas pelo artista plástico Emmanuel Franco, que acompanhou o projeto desde a primeira publicação. O trabalho gráfico e a diagramação foram desenvolvidos por Fernando Sette.

Para Filipe Larêdo, editor e um dos sócios da editora, trazer “Senhora das Águas” de volta ao público atende a uma demanda histórica. “Este é um livro muito importante para a literatura paraense, publicado em 1982 e nunca mais reeditado. Tanto leitores quanto a crítica pediam o retorno da obra, e o professor Paulo Nunes, que há anos solicitava a reedição, gentilmente aceitou escrever o prefácio desta nova versão”, explicou.

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O principal objetivo do escritor é dar voz aos autores paraenses. A primeira produção sairá no mês de abril deste ano

O editor também destacou a escolha da Feira do Livro como palco para o lançamento. “A feira é um marco simbólico para o livro e para a cultura no nosso estado. Estar aqui com uma nova edição de Salomão Larêdo é valorizar não apenas a literatura, mas também a cultura paraense e o Círio de Nazaré, que está no centro desta obra”, disse.

Filipe ressaltou ainda a relação entre o livro e a religiosidade amazônica. “‘Senhora das Águas’ traz a voz do povo que vive o Círio - o caboclo, o ribeirinho, o anônimo na multidão. A personagem central é Nossa Senhora de Nazaré, mas o que se destaca é a ligação entre o sagrado e o cotidiano do povo paraense. É uma obra que une mística, fé e cultura popular em versos”, afirmou.

Para Salomão, revisitar o livro atualmente traz novas camadas de significado. “Se na juventude escrevi sobre as emoções de quem via a festa de Nazaré pela primeira vez, hoje, de volta à Vila do Carmo, onde nasci, sinto que a obra permanece viva e dialoga com o presente. O relançamento é também uma forma de reafirmar a literatura produzida na Amazônia e para a Amazônia”, concluiu.

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