Parlamentares e autoridades políticas lamentam morte do mestre Damasceno
O músico morreu nesta terça-feira (26/8), em decorrência de pneumonia e insuficiência renal

Parlamentares lamentaram a morte do Mestre Damasceno, que faleceu aos 71 anos na madrugada desta terça-feira (26/8), em decorrência de pneumonia e insuficiência renal. O governador Helder Barbalho decretou luto oficial.
No Instagram, o deputado estadual Carlos Bordalo (PT) disse que o Pará amanheceu mais triste com a partida de Damasceno. “Guardião da tradição oral amazônica, criador do Búfalo-Bumbá, poeta e artista que encantou gerações, Damasceno deixa um legado imortal para o povo paraense. Sua trajetória é sinônimo de resistência, ancestralidade e orgulho do nosso Marajó”, disse ele.
“À família, amigos, admiradores e toda comunidade cultural, nossa solidariedade e gratidão pela vida deste grande mestre. Sua voz e sua arte continuarão ecoando na alma da Amazônia”, concluiu.
A deputada estadual Lívia Duarte (PSOL) contou que a voz, composições e a luta do mestre Damasceno “mantiveram viva a alma do nosso povo”. “Seu legado está na resistência, na ancestralidade e na força que moldam a cultura amazônica. Que sigamos honrando sua memória e celebrando tudo o que construiu. Viva Mestre Damasceno. Viva a cultura popular”, relatou.
O ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), disse nas redes sociais: "Com tristeza, lamento a morte do Mestre Damasceno. Referência de cultura marajoara, fez da sua arte o meio pra encantar o mundo. Neste ano, foi um dos autores que reverenciaram o Pará através do samba-enredo da Grande Rio e foi condecorado com Ordem do Mérito Cultural. Que seu amor pela cultura paraense permaneça como legado. Meus sentimentos aos familiares, amigos, fãs e admiradores deste mestre da arte e da vida".
O ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou o fato do mestre ter morrido no mesmo dia em que é comemorado em Belém o Dia Municipal do Carimbó: "Hoje, justamente no dia do carimbó, recebemos a triste notícia de uma perda imensa para a cultura paraense. Mestre Damasceno, guardião do nosso carimbó e da nossa identidade, nos deixou. Que minhas orações e sentimentos cheguem aos familiares, amigos e a todos que foram tocados por sua arte", publicou Sabino.
O ex-senador Paulo Rocha (PT), atual titular da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), afirmou que Mestre Damasceno deve ser lembrado para além de seu talento musical. ""A luta pela preservação do Marajó perde um gigante. O amor pela cultura popular e pela preservação da nossa floresta marcaram a trajetória de Mestre Damasceno, símbolo maior da cultura marajoara. Aos 72 anos, ele nos deixou, numa triste e, ao mesmo tempo, bonita coincidência: no Dia Municipal do Carimbó", lembrou também Paulo Rocha.
"Hoje nos despedimos de Mestre Damasceno, um verdadeiro patrimônio da cultura paraense, neste Dia do Carimbó", escreveu também a deputada federal Renilce Nicodemos (MDB). ""Que Deus conforte os corações de familiares e amigos, e que sua arte continue a inspirar gerações. Meus mais sinceros sentimentos a todos. Sua música, suas composições e seu ritmo permanecerão vivos na cultura paraense", completou.
O Ministério Público do Pará também reverenciou, em nota, Mestre Damasceno. ""No dia em que é celebrado o Dia Municipal do Carimbó em Belém, Mestre Damasceno nos deixou. Nascido no quilombo de Salvá, em Salvaterra, Damasceno Gregório dos Santos foi um apaixonado difusor da cultura popular marajoara. Com mais de 400 composições, o mestre encantou o Pará com lundus, xotes e toadas; mas foi com o carimbó que ele ganhou o Brasil. Em 2025, Mestre Damasceno foi agraciado como Comendador da Ordem do Mérito Cultural - a maior honraria do Ministério da Cultura. Desde 2023, sua obra é considerada Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Pará. O MPPA lamenta esta grande perda e rende homenagens a este grande ícone da nossa música, prestando solidariedade aos familiares, fãs, amigos e a todo o povo paraense", publicou o órgão
Confirmação da morte
O produtor do músico, Guto Nunes, confirmou a notícia. "Um choque em decorrência da pneumonia. Um paciente oncológico, e a médica falou que ele foi, fez uma passagem tranquila, sem dor. Eles ficaram observando, teve uma hora que não conseguiam estabilizar mais. E realmente a parte da pneumonia que desencadeou esse choque. Foi o que levou ao óbito", detalha.
O perfil oficial de Mestre Damasceno no Instagram divulgou uma nota do falecimento.
Confira na íntegra:
"Com profundo pesar, comunicamos o falecimento do Mestre Damasceno, aos 71 anos de idade, ocorrido nesta data (26/08/2025), em Belém. Figura essencial da cultura paraense e amazônica, Mestre Damasceno deixa um legado de saberes, histórias e ensinamentos que marcaram a vida de todos que tiveram a honra de conviver com ele. A família agradece as orações e manifestações de carinho recebidas nos últimos dias. Informações sobre o velório e sepultamento serão divulgadas pelos canais oficiais e redes sociais do Mestre Damasceno assim que possível."
Dia Municipal do Carimbó
Mestre Damasceno morreu no Dia Municipal do Carimbó, data que homenageia o nascimento do Mestre Verequete. O artista estava internado desde a quarta-feira, 6 de agosto, no Hospital Ophir Loyola. Em junho deste ano, havia sido diagnosticado com câncer em estágio de metástase. Antes, chegou a ficar hospitalizado em Salvaterra, onde morava, e no Hospital Jean Bitar, também na capital paraense.
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