Rolon Ho fala sobre ritmos e danças do Pará e detalha como dançar; vídeo

Além do brega, qual outro ritmo paraense deveria ganhar mais destaque na televisão brasileira? Responda na enquete abaixo

Bruna Dias
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O carimbó e o siriá são algumas das danças típicas do Pará e com as quais o primeiro contato geralmente acontece nas escolas, ainda na educação infantil. A diversidade dos ritmos próprios da região são uma das características da cultura do Estado. Mas eles também foram se aprimorando com os anos, como foi visto na Dança dos Famosos, da TV Globo, no último domingo (21).

O brega, outro ritmo da terra, foi apresentado no palco do ‘Domingão com Huck’ e contou com a torcida  pela dupla Priscila Fantin e Rolon Ho, que ganharam nota máxima ou o público paraense orgulhoso. Marcação com o pé, movimentos com os braços, bate cabelo e piruetas, estiveram presentes nas apresentações. Porém, por aqui temos outros ritmos conhecidos pelo Brasil, como a lambada e o merengue, mas pouco conhecidos pelos próprios paraenses.

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“O Pará é uma junção de ritmos, existem muitos no nosso Estado. Temos o carimbó, merengue, que é uma música europeia, mas aqui dançamos de forma diferente, ele é uma dança característica pelo sapateado, sensualidade da parceira, são movimentos bem característicos nossos. A música não é nossa, mas a dança é genuinamente paraense”, explicou.

As novas gerações não exploram as danças do Pará, que muitas vezes são esquecidas pela correria da atualidade e pelos aplicativos que viralizam coreografias de outros lugares do Brasil. “A gente precisa de fato trazer uma linguagem mais adequada para esse público para resgatar. O trabalho que foi feito comigo, lá nos anos 90, no início da minha dança, foi fundamental para que eu novo entrasse nesse mundo”, relembra.

Rolon Ho cita em suas falas sempre a lambada, gênero musical originário do Pará, mescla os ritmos carimbó, forró, zouk, merengue e cúmbia, mas que hoje, é conhecido em outra região do país. A lambada ganhou destaque no Nordeste e ficou popular na Bahia, mais especificamente em Porto Seguro, essa referência pode confundir as pessoas quando se fala de onde vem o ritmo.

Para Taynara Garcia, licenciada em dança pela UFPa, o papel do professor e dançarino é se atualizar com essas novas mídias e abusar dela, quando falamos em divulgação. Todo esse suporte tecnológico, pode ajudar o profissional, basta saber usá-lo.

“Percebo que o Tik Tok só veio fortalecer uma questão que já estava acontecendo muito antes da era fitdance, que é a sub valorização do que vem de fora em detrimento do apagamento ou ‘coisa de velho’ do que temos aqui. Agora, da pandemia para cá, que começou um novo olhar para o brega e suas vertentes, já consigo ver uma galera mais jovem gostando, mas ainda tem muito o que melhorar. E também na pandemia alguns amigos começaram a pegar marcantes e introduzir passos de Tik Tok, mas nem viralizaram tanto”, disse.

Polêmica

Rolon Ho falou sobre as duas formas que o brega pode ser apresentado. Após as oito apresentações na Dança dos Famosos, no Domingão do Huck, muitos paraenses questionaram o estilo que foi apresentado no palco.

“Com o passar dos anos a gente conseguiu através de músicos e DJs criar as vertentes dele. Então hoje, temos o brega saudade, o pop, calipso, entre outros”, explicou.

A evolução do brega ocorreu com o tempo e com a atualização do próprio ritmo. “O ‘saudade’ é aquela música antiga, mais lenta, um pouco parecida com uma seresta e bolero, onde as pessoas dançam a dois, coladinho. Já o ‘brega pop’ tem uma música mais acelerada, com uma bateria mais evidente e outros instrumentos como guitarra, baixo e teclado, tudo isso veio para dar uma característica diferente para a dança. A evolução dele, é o ‘brega calipso’, onde acelerou ainda mais o ritmo trazendo metaleiras para a música, o que fez com que a dança se transformasse também. Nesse momento, o brega começou a ir para os palcos, com isso os movimentos começaram a ficar mais expressivos, porque tinha um público”, contou.

“Ao mesmo tempo, o tecnobrega começou a surgir no Estado. Com isso conseguimos ver vários fãs-clubes espalhados por Belém, ensinando como se dança. A música mudou e a dança também. Mas tudo é brega”, finaliza Rolon Ho.

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